Por Iata Anderson –

Não podemos levar a sério um time – é prudente não misturar as coisas – onde um profissional que recebe cerca de 1 milhão de reais por mês fica no banco de reservas sem chuteiras, vai para o aquecimento sem seu principal instrumento de trabalho e só não entrou em campo porque a lei não permite.

Foi o episódio mais triste da vitória do Flamengo sobre o Fluminense, carregando para o segundo jogo uma ótima vantagem, três em quatro, podendo empatar, perder por 1×0 ou 2×0 e ainda poderá ganhar o campeonato carioca, penúltima chance de conquistar uma taça na atual temporada de eliminações.

É assim que as coisas rolam no futebol do Flamengo, sem comando, técnico na “corda bamba” a cada jogo e não se tem notícia de cobrança a jogadores expulsos por reclamação, sequencia absurda de cartões amarelos, descontrole total.

Que falta faz um Claudio Coutinho ao Flamengo. Confusão durante a partida, time ganhando por 2×0 e jogadores, principalmente o que não gosta de usar chuteira, envolvidos numa questão que não precisava. Ninguém – cobrarei sempre a ausência de um líder dentro e fora de campo – para tirá-los da confusão, arriscando uma expulsão ou cartão amarelo que os excluiriam do segundo jogo decisivo.

No campo, bola rolando, o time respondeu aos torcedores com uma boa vitória, destaque para o lateral Ayrton Lucas, mesmo com aquela marca horrorosa no pescoço, mostrar que não é de agora que anda pedindo passagem para ser titular.

Não foi um domínio total durante todo o tempo de jogo, o Fluminense dominou em boa parte do primeiro, mesmo com o gol sofrido logo a seis minutos, fez pressão mas sentiu o Flamengo ligado, que equilibrou, voltou a dominar alternando posse de bola e chegadas a gol.

Arias não fez uma partida que justificasse a escolha por parte da mídia, inclusive eu, como melhor jogador do campeonato e Cano, pouco fez, sempre na tocaia, como de costume, mas dessa vez a bola não apareceu para aumentar sua artilharia.

Aos 19 minutos do segundo tempo o técnico sempre “prestigiado” do Flamengo fez quatro alterações, entrando Everton Ribeiro, Gabriel, Filipe Luiz e Arturo Vidal, incomum no futebol mundial – Ancelotti, por exemplo, cotado para a seleção brasileira, nunca fez nem fará isso em hipótese alguma – e equilibrou o jogo uma vez mais, ganhou fôlego e quatro minutos depois fez o segundo gol, com Pedro, em ótima jogada de Ayrton Lucas.

Em seguida a confusão com a entrada de Samuel Xavier no lateral do Flamengo, expulsão, reclamação, jogo parado, aquela baboseira de sempre no futebol brasileiro, cinco minutos de bola parada e o Fluminense vai para a decisão também sem Fernando Diniz, expulso por reclamação.

É o meu indicado para a seleção, mas precisa mudar o comportamento, se controlar, dar exemplo, afinal é o comandante do time. Vai perdendo pontos, como certeza, a cada advertência com cartão vermelho.

Transmissão terminando e o torcedor da poltrona fica sem saber quais as chances do Flamengo ser campeão. Seis pessoas no estádio mais a produção, que deve ter adormecido durante o jogo, só fui saber depois, lendo o regulamento.

Lamentável.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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