Por Siro Darlan

Aos companheiros do CEBRASPO e da ABRAPO,

Saudação da LCP ao ATO PÚBLICO CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA ADVOCACIA EM DEFESA DO POVO E A LUTA PELA TERRA.

Em primeiro lugar agradecemos a realização da missão. Ela foi decisiva por repercutir a resistência das massas das Áreas Tiago dos Santos e Ademar Ferreira, em Rondônia, e frustrar os planos de massacre da reação. Viva!

Mas a luta pela terra no Brasil hoje assumiu sua condição histórica tantas vezes negada não só pela reação como pelo oportunismo, e o “plano B” dos assassinos e covardes foi executado tão logo frustrada a “reintegração de posse”, com o assassinato com tiros disparados por atiradores em helicóptero dos companheiros Gedeon Duque e Rafael Tedesco.

Companheiro Gedeon: Presente na luta!

Companheiro Rafael: Presente na luta!

E o roteiro e justificativa para o assassinato dos companheiros foi o mesmo que é utilizado para o genocídio das massas, principalmente pretos e pobres, por este estado de capitalismo burocrático em decomposição; seriam bandidos, teriam reagido à abordagem policial e foram “abatidos”. Como os recentes massacres no Rio de Janeiro e em todo o país.

Mas a fúria e o ódio desta operação militar de grande magnitude, dirigida pelo alto comando das forças armadas reacionárias e levada a cabo pelo governo de Rondônia e pelo governo genocida de Bolsonaro (Força Nacional de Segurança) contra todos que atravessaram seu caminho, fez com que os advogados, que pela sua condição atuam nos marcos da lei, também fossem criminalizados; logo a seguir a Dra. Lenir que teve sua casa invadida, seus pertences roubados, o seu sigilo profissional violado e o companheiro da LCP que dirigia para ela, companheiro Rubens, recém-saído do hospital por contrair malária, preso.

Imagens dos camponeses Gedeon e Rafael e da resistência dos camponeses nas áreas Tiago dos Santos, Ademar Ferreira, localizadas em Rondônia. (Crédito: AND/Reprodução)

Nesse interim, ao arrepio de qualquer vestígio ou amparo da lei, foram condenados, mas soltos, os jovens Estefane, Ezequiel, Luis Carlos e Ricardo, jovens presos políticos que haviam sido presos no Acampamento Manoel Ribeiro no sul de Rondônia. Nós não temos nenhuma dúvida de que foram soltos pela reação para não “amontoar” uma série de ilegalidades, mostrando que a criminalização de pobres, pretos, camponeses, indígenas, advogados do povo, etc. não são uma soma de ações praticadas aleatoriamente por energúmenos, fascistas e reacionários que infringem a “constituição”, mas sim uma política de estado.

Importante também ressaltar que a ação de todos os membros da missão escancarou o silêncio criminoso do monopólio da imprensa no período da ação militar contra os camponeses em luta pela terra e a LCP. Para se ter uma ideia, as reportagens superficiais do G1, da globo de Rondônia, sobre os acontecimentos, eram as mais lidas na região. Uma delas, antes da decisão do STF, foi a mais lida por dois dias. Mas a nível nacional, nada.

Mais uma vez saudações, e em nome dos camponeses, obrigado.

Gostaríamos ainda de mandar uma mensagem para que redobrem suas forças e façam mais.
Citamos o Presidente Tsé-Tung:

“Quando o inimigo nos ataca não é mau, é bom, quer dizer que estamos no caminho certo, e se nos ataca com ferocidade é porque estamos alcançando nossos objetivos.” (Presidente Mao Tsé-Tung)

O Partido Comunista Chinês foi a primeira organização baseada no socialismo científico de Marx e Engels na China

Companheiras e companheiros,

Ser atacado por este governo militar genocida de Bolsonaro é uma honra para todos os advogados e defensores do povo, para todos os verdadeiros democratas. Acreditem nas massas, acreditem nos camponeses e vamos em frente!

Viva a Revolução Agrária!

Conquistar a terra. Destruir o latifúndio!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Viva a Revolução de Nova Democracia!

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.


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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.