Por André de Paula –
A exemplo dos camisas-negras de Mussolini, Bolsonaro também tem suas brigadas neointegralistas (fascismo brasileiro).
Digo neo, uma vez que ao contrário do nacionalismo dos antigos nazistas, os bolsonaristas, assim como o seu chefe genocida, apoiam um governo que entrega a soberania nacional com a venda a preço vil das nossas estatais.
A tentativa de eliminação de nossas vidas por meio de incêndio e arremesso de coquetel molotov no nosso apartamento – observo que eu e minha companheira, advogada negra, somos advogados de sem-teto, indígenas e militantes sociais- exemplifica do que são capazes esses fascistas, pois poderia nos ter eliminado assim como a todos do prédio. Flagrado pelas câmeras do prédio, não restou outra alternativa ao criminoso bolsonazi, Marcelo Moutinho Santana, que mora dois andares acima do nosso apartamento, senão confessar a hedionda tentativa de assassinato. Lamentavelmente, foi ele acobertado pela síndica do prédio onde ocorreu tal fato, a qual negando-nos a entrega das filmagens do crime evitou com isso o flagrante delito.
Não se trata o nosso caso de fato isolado. O coquetel molotov arremessado contra o Consulado Geral da China no Rio de Janeiro, a agressão a Leonel Quirino, presidente do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, a agressão à camelô do Largo do Machado que vendia camisas com dizeres contra o governo de Bolsonaro, assim como outros inúmeros casos, ilustram a sanha assassina desses psicopatas.
Por outro lado, o ataque ao Judiciário é parte dessa orquestra com participação das Forças Armadas. Ressalte-se o afastamento racista e ideológico contra os desembargadores Siro Darlan e João Batista Damasceno mostram a existência de tentáculos dessa organização criminosa dentro do próprio Poder Judiciário.
A recente remessa de peça de defesa do advogado indígena Arão da Providência da Aldeia Maracanã para a Polícia Federal é outro indicativo da criminalização dos defensores democráticos do povo. Tanto no caso do incêndio do nosso apartamento quanto no caso do colega Arão, a OAB se manteve, vergonhosamente, em silêncio, mostrando que o sistema também atua por dentro, inclusive, das instituições outrora defensoras das liberdades democráticas, das prerrogativas advocatícias e da própria vida humana.
Parece que as principais centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda estão na defensiva esperando as eleições de 2022, enquanto a tragédia vai se avolumando.
Urge uma ofensiva de defesa dos militantes e uma ofensiva para barrar o governo da desgraça total com a organização de uma grande greve geral, já, para barrar o governo do capitão e do general.
ANDRÉ DE PAULA é advogado e membro da coordenação da Frente Internacionalista dos Sem-Teto (Fist), membro da Anistia Internacional e da Torcida Anarcomunamérica.
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MAZOLA
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