Redação –
Marcado pela exuberância da fauna e flora, atrai milhares de turistas estrangeiros anualmente, pela ancestralidade dos povos indígenas presente nos artefatos arqueológicos encontrados na região.
O levantamento do potencial turístico do primeiro destino dos turistas de cruzeiros no Amazonas, a Serra de Parintins (a 396 quilômetros de Manaus), mais conhecida como Serra da Valéria, foi realizado por técnicos da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), em parceria com o Centro de Educação Tecnológico do Amazonas (Cetam) e Prefeitura de Parintins, de 20 a 22 de agosto.
Situado à margem do rio Amazonas, na fronteira do Pará com o estado amazonense, o lugar reúne quatro comunidades ribeirinhas: São Paulo, Betel, Bete Semes e Santa Rita da Valéria. Marcado pela exuberância da fauna e flora, atrai milhares de turistas estrangeiros anualmente, pela ancestralidade dos povos indígenas presente nos artefatos arqueológicos encontrados na região. A serra, que chega a medir 152 metros de altura, proporciona uma visão inesquecível ao visitante que se aventura em subi-la.
Apesar do atrativo ser conhecido mundialmente há mais de 40 anos, ainda requer ajustes técnicos como a realização do ordenamento turístico, a qualificação dos comunitários e a potencialização do destino.
Levantamento – Por meio de parceria com o Cetam, um curso de Inglês Instrumental, voltado para o atendimento ao turista, será ofertado na Serra da Valéria, pois a comunicação improvisada por gestos sempre dominou a interação entre ribeirinho e visitante. A Amazonatur vai implantar ainda um atracadouro para facilitar o desembarque do cruzeirista no Centro Receptivo Fluvial Turístico (CRFT), da empresa pública; entre outras ações estratégicas previstas pelo órgão estadual.
“A visita se dá em razão de um levantamento de potencial turístico, dos prestadores de serviços que, aqui, podem estar operando, para que seja realizado um ordenamento nestas comunidades que compõem toda a Serra da Valéria, pois na temporada de cruzeiros essas comunidades recebem milhares de turistas. Nós queremos preparar esse local para que todos eles estejam ordenados para poder oferecer um turismo de qualidade a todos os estrangeiros que aqui desembarcam”, explicou a chefe do Departamento de Regulação e Fiscalização da Amazonastur, Giovanna Tapajós.
Durante os dias nas comunidades, os técnicos da Amazonastur e do Cetam colheram informações sobre as dificuldades relacionadas ao turismo e quais os anseios expostos pelos ribeirinhos. Projetos serão formatados para que sejam executados em articulação com órgãos parceiros, que capacitarão os moradores das áreas de turismo, idiomas, educação ambiental, primeiros-socorros, entre outros.
“A vinda do Cetam é para fazer o levantamento da necessidade apresentada pelos comunitários. Podemos trazer o curso FIC (Formação Inicial e Continuada) para os comunitários ordenarem o turismo de forma mais qualificada e poderem ter mais autonomia financeira”, disse a coordenadora dos cursos FIC, do Cetam, Ellen Azevedo.
Novos tempos – O agricultor Joel Reis, 42, morador da comunidade Bete Semes, na Serra de Parintins, não escondeu a emoção em saber que, por meio da parceria com o Cetam, vai poder aprender um novo idioma par se relacionar com os estrangeiros.
“A gente esperava esse tipo de ação há muito tempo. Porque há muitos anos nós trabalhamos sem técnica na região. Apenas na lei da natureza mesmo, recebendo o visitante. Mas isso gera dificuldades, como na nossa própria organização em receber o turista. Não sabemos falar inglês, pois nos comunicamos por gestos. Então, acredito que com a vinda desses técnicos, nós vamos ter apoio e aprender a fazer um turismo melhor, a melhorar o nosso trabalho”, declarou o agricultor.
Para o condutor de embarcação Anastácio da Silva, 50, a temporada de cruzeiros é sinônimo de renda extra aos comunitários que apresentam artesanato, danças folclóricos, river tour pelo Lago da Valéria, e passeios nas trilhas da Serra. O principal ponto de desembarque dos cruzeiristas é na comunidade de São Paulo. “Na temporada passada foram 12 navios que ancoraram na entrada da boca (da Valéria). Os turistas descem, ficam na comunidade, compram nossos produtos, saem pelas outras comunidades observando a natureza. É a nossa renda extra, sem dúvidas”, disse o morador.
O início da temporada de cruzeiros 2019/2020 está prevista para o dia 1º de novembro, na Serra da Valéria. (fonte: A Critica)
MAZOLA
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