Por Eusébio Pinto Neto –
Uma sociedade só será justa quando todos os agentes envolvidos na transformação tiverem as mesmas oportunidades, recursos e poder.
A desigualdade resulta em efeitos negativos, como o aumento da pobreza, da criminalidade e da exclusão social. Somente com a conscientização e o engajamento da sociedade será possível reduzir as diferenças e alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.
O movimento sindical, como um agente transformador, nos obriga a rever as nossas ações. Os sindicatos devem estar preparados para o confronto e isso só é possível através da formação e qualificação de novos dirigentes, ativistas e assessores sindicais. Precisamos nos reorganizar e preparar a estrutura sindical atual para os futuros trabalhadores. O mundo do trabalho está em constante mudança e o sindicalismo necessita de uma reformulação.
O sindicato é a ponte entre o capital e o trabalho por estar presente no confronto com a empresa e na representação da categoria. O capitalismo se reinventou com a reestruturação produtiva, a financeirização e a ideologia neoliberal, mas os sindicatos ainda se limitam aos embates nas portas das fábricas. O capital e o trabalho são a base da história do homem, portanto, precisamos modificar nossa forma de agir.
A Reforma Trabalhista de 2017 impôs mudanças às entidades de classe sem a reestruturação do sistema de representação sindical. A reforma tornou mais difícil a atuação dos sindicatos, uma vez que retirou a fonte de financiamento e manteve a obrigação de representar todos os trabalhadores na mesa de negociação, associados ou não.
Vivemos um momento de grande desafio. A estratégia do capital para aleijar os sindicatos continua em andamento. A decisão do Supremo Tribunal Federal de declarar a constitucionalidade da contribuição assistencial para todos os trabalhadores abriu um debate para o Congresso poder modificar o curso deste rio.
Há uma intensa campanha que envolve legisladores, setores econômicos e veículos de comunicação para desacreditar o movimento sindical. Esses grupos usam métodos sórdidos para enganar as pessoas menos esclarecidas e ocultar a verdadeira intenção do capital escravagista, a exploração da mão de obra.
Os dirigentes dos frentistas, que representam 500 mil trabalhadores em todas as cidades e estradas do país, organizados em mais de 60 sindicatos e duas federações, devem se mobilizar para defender não apenas a categoria, mas também a sociedade.
A ação transforma. Em nome da liberdade sindical e da democracia ampla e irrestrita, não podemos viver nem morrer de joelhos.
EUSÉBIO LUÍS PINTO NETO é presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (SINPOSPETRO-RJ) e da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), consultor sindical da Tribuna da Imprensa Livre.
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