Por Michelle Meneses

1° de Maio Dia do Trabalhador é uma data comemorada em mais de 80 países, exceto, por exemplo nos Estados Unidos que comemora a data no “Labor Day” (sempre na primeira segunda-feira do mês de setembro).

2023 – Brasil

Será que temos motivos para comemorar no Dia do Trabalhador?

Qual a situação e perspectivas do Trabalhador no nosso país ?

Cada vez mais o Trabalhador brasileiro sofre com a falta de oportunidades, 9,4 milhões de homens e mulheres se encontram neste momento desempregados, o trabalho Escravo é uma triste realidade no país, e pasmem, ainda existem crianças trabalhando para ajudar no sustento de suas famílias!

A precarização do trabalho no Brasil se tornou uma macabra realidade, que piorou ainda mais durante o Governo Bolsonaro, que tinha total aversão aos Direitos dos Trabalhadores brasileiros.

Sem perspectivas, com a economia enfraquecida e com a queda dos postos de trabalhos formais, o trabalhador brasileiro se viu em uma situação muito difícil e sem vislumbrar um cenário positivo para sua recolocação no mercado de trabalho.

Ter um emprego de carteira assinada, com seus direitos e garantias assegurados, se tornou um ” luxo” no Brasil dos “empreendedores “, que joga milhões de brasileiros e brasileiras na total informalidade, em trabalhos precários, muitas vezes insalubres e desumanos!

O sonho de se tornar dono do próprio negócio, pode se tornar um pesadelo, pois, esbarra na falta de apoio e estrutura para manter uma empresa, principalmente para os pequenos empreendedores que pouco ou nenhum acesso tem a linhas de crédito, informação e treinamento para a obtenção de conhecimento sobre gestão empresarial.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 80% das micro e pequenas empresas não chegam a completar o primeiro ano, e 60% fecham antes dos cinco anos.

O funil da empregabilidade vai ficando cada vez mais estreito, diante da substituição da força de trabalho humano por máquinas de alta tecnologia, essa é uma realidade que veio para ficar!

A falta de qualificação do trabalhador brasileiro, é também, mais um fator que dificulta a sua recolocação no estagnado mercado de trabalho.

Se para os homens está difícil conseguir um emprego, imagine para as mulheres brasileiras!?!

Sabemos dos obstáculos enfrentados pelas mulheres brasileiras para ingressarem no mercado de trabalho, principalmente para as mães com filhos pequenos.

São muitas cobranças sobre a capacidade da mulher em conciliar sua vida familiar e profissional!

Nos processos seletivos das empresas, sempre são as mulheres a serem questionadas sobre a criação dos filhos ou da possibilidade de engravidarem num futuro próximo. Isso é um absurdo! Além de ser uma situação extremamente constrangedora.

Será que as empresas quando contratam os Homens perguntam sobre seus filhos?

Quantos filhos tem? Quem cuida do filho quando adoece?

Ou esse tipo de questionamento só serve para as Mulheres?

O preconceito contra a mulher é muito grande em nosso país, ainda recebemos salários menores que os dos homens mesmo quando desempenhamos funções semelhantes; o acesso ao mercado de trabalho é prejudicado pela falta de apoio e incentivo público e privado; e para as mulheres que são mães, a realidade é ainda mais difícil para seu pleno retorno à vida profissional.

E para complicar ainda mais esse cenário caótico, somos nós mulheres quem arcamos com a dupla jornada de trabalho e afazeres domésticos.

Vejo muitas mulheres competentes, talentosas e inteligentes, que estão fora do mercado de trabalho, simplesmente porque as oportunidades não surgem ou porque com filhos pequenos e sem uma rede de apoio eficiente, não conseguem retornar ao trabalho.

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho está diretamente ligada à pouca representatividade da mulher na Política Brasileira.

Mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro (53%) conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitor),a participação da mulher na vida pública e política do país é muito tímida, e isso reflete diretamente na ausência de políticas públicas para combater a desigualdade salarial, o preconceito e a falta de empregos formais para as mulheres.

O 1° de Maio mais do que um feriado, é também uma data para refletir, debater, cobrar e exigir das autoridades públicas e das empresas privadas, melhores condições de trabalho, mais oportunidades, melhores salários e a garantia dos Direitos dos trabalhadores.

 E acima de tudo RESPEITO por todos os homens e mulheres que com a força de seu trabalho, dedicam suas vidas na construção de um futuro digno e mais promissor para o Brasil.

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AGENDA

https://www.oabrj.org.br/eventos/juizes-perseguidos-estado-direito

MICHELLE MENESES – Advogada, Cientista Política, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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