Redação

A democracia venezuelana se destaca hoje como a grande vencedora das eleições legislativas realizadas na véspera na nação sul-americana, além do resultado das urnas.

Apesar das pressões externas e ameaças de ignorar o processo, aliadas à complicada situação econômica e aos repetidos apelos à abstenção, um importante setor da população endossou a vocação democrática para resolver as diferenças políticas por meio do voto.

Com 82,35 por cento dos autos apurados, as autoridades do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuíram a vitória nas eleições para a Assembleia Nacional (Parlamento unicameral) ao Grande Polo Patriótico, que reuniu as forças relacionadas com a Revolução Bolivariano.

O chefe de Estado, Nicolás Maduro, celebrou o triunfo do bloqueio unitário formado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela e seus aliados, cujos candidatos alcançaram 67,36 por cento dos votos apurados.

Maduro descreveu o dia das eleições como uma grande vitória para a democracia, durante a qual o povo venezuelano saiu para eleger seus representantes no Parlamento para o período 2021-2026, após cinco anos de uma legislatura dominada por setores da extrema direita.

‘Estamos caminhando para um novo ciclo de recuperação do país com soberania, com independência’, disse o chefe de Estado, que ratificou todo o apoio do governo para que o Legislativo trabalhe em conjunto para resolver os problemas existentes no país.

‘Temos uma nova Assembleia Nacional ao serviço das maiorias; conte comigo para que o país recupere o caminho do desenvolvimento’, sublinhou o dignitário.

Além da eleição dos 277 deputados do Parlamento, as eleições deste 6 de dezembro determinaram a continuidade no poder do presidente venezuelano, que na semana anterior anunciou a decisão de deixar a presidência da República em caso de triunfo da oposição.

Após o anúncio dos resultados preliminares, a presidente da CNE, Indira Alfonzo, exortou os deputados eleitos a cumprirem a responsabilidade conferida pelos eleitores através do exercício do sufrágio.

O chefe do órgão eleitoral máximo destacou que o povo foi o grande vencedor do dia das eleições de 6 de dezembro, assim como as instituições do Estado venezuelano e a ordem democrática.

De acordo com dados preliminares, o evento contou com a participação de 31 por cento dos 20 milhões de 700 mil eleitores inscritos, num processo marcado pela nomeação de candidatos de uma centena de organizações com fins políticos de várias tendências ideológicas.

Para o desenvolvimento da votação, a CNE mobilizou 29.622 assembleias de voto distribuídas em 14.221 centros de votação em todo o país, onde foram implementados rigorosos protocolos de biossegurança face à pandemia Covid-19.

Da mesma forma, cerca de 200 observadores internacionais de mais de 30 países, além de 1.600 observadores nacionais, foram destacados em todo o país para garantir a transparência do voto, como parte das garantias acordadas. A renovação da CNE e a convocação de eleições legislativas fizeram parte dos acordos emanados da mesa de diálogo nacional instalada em setembro de 2019 entre o Governo Bolivariano e vários partidos da oposição.

Retornar ao caminho da institucionalidade e tornar-se o centro do debate político construtivo sobre as grandes questões e urgências da sociedade venezuelana serão os grandes desafios da nova Assembleia Nacional, que se instalará em 5 de janeiro de 2021.


Fonte: Prensa Latina, por Wiliam Urquijo Pascual