Por Tostão –
Não basta contratar ótimos jogadores e de prestígio. É preciso escalá-los nos lugares certos que, necessariamente, não seja a única posição. Grandes jogadores costumam se adaptar a novas funções.
No Cruzeiro, Dudu, Gabigol e Matheus Pereira, por jogarem melhor em posições diferentes e se completarem em suas características técnicas, podem formar um ótimo trio do meio para frente. Dudu é insinuante, driblador, rápido e atua melhor pelos lados, principalmente da esquerda para o meio. Gabigol é um excepcional finalizador que gosta de jogar da meia direita para o centro e para o gol. Matheus Pereira é um meia centralizado, criativo, com passes surpreendentes e precisos.
HÁ INCERTEZAS – Porém, há sempre um porém, existem incertezas nas contratações do Cruzeiro. Dudu ficou um longo tempo sem jogar por causa de uma grave contusão e não sabemos como estará neste ano. Gabigol não foi bem nos últimos dois anos, especialmente em 2024, quando foi mais uma estrela do que um atleta.
Será que Fernando Diniz irá escalar um quarto atacante, um centroavante ou um ponta? Esta é uma dúvida presente em quase todo treinador. No Brasil, os técnicos adoram colocar atacantes e deixar um vazio no meio campo. Esquecem que os gols nascem da própria intermediária com os meio-campistas.
No Newcastle, Bruno Guimarães joga muito melhor do que na seleção brasileira. O time inglês possui um trio no meio de campo, com o italiano Tonali centralizado e um brasileiro de cada lado, Bruno e Joelinton. Os dois marcam, constroem e avançam. Na seleção, Bruno joga à frente dos zagueiros, próximo de Gerson e muito distante dos quatro da frente.
CONTRATAÇÃO – O Palmeiras contratou um excelente atacante, Paulinho, mas que ainda ficará um bom tempo sem jogar por causa de uma contusão. Paulinho não é um centroavante nem um ponta esquerda, posições em que o time precisa de mais qualidade. Ele é um atacante que se movimenta bastante, que dá passes e faz muitos gols, ideal para formar dupla de ataque como fazia no Atlético com Hulk.
Abel Ferreira já disse que gosta de separar os camisas 5, 8, 9 e 10, além dos dois pontas, como se fossem bonecos em um jogo de botões.
O futebol caminha de uma maneira diferente, com jogadores que se movimentam bastante, que ocupam várias posições em campo de acordo com o momento do jogo, como Paulinho. Isso não diminui outras ótimas qualidades do técnico do Palmeiras.
UM NOVO FUTEBOL – No Rio Grande do Sul, enquanto o Grêmio se ilude de que basta contratar um bom técnico, o argentino Gustavo Quinteros, sem trazer bons jogadores, o Inter mantém o seu ótimo elenco e o excelente treinador Roger Machado. Ele, que foi um importante jogador do Grêmio, está acima das paixões clubistas.
Depois de várias décadas de futebol medíocre repetitivo, defensivo, feio, em que cada time esperava o outro e nada acontecia, o futebol evoluiu bastante, progressivamente, nos últimos 20 anos, impulsionado pelos avanços tecnológicos e científicos.
O jogo está mais intenso, bonito e eficiente. A beleza não está apenas na individualidade, nos dribles e nos efeitos especiais, mas também no jogo coletivo e nas diversas estratégias. É um novo futebol.
TOSTÃO é cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.
Publicado inicialmente na Folha. Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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