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A era da máquina e do trabalho humano. Ficção ou realidade – por José Macedo
Karl Marx foi filósofo, sociólogo, historiador, economista, jornalista e revolucionário socialista. Nascido na Prússia, mais tarde se tornou apátrida e passou grande parte de sua vida em Londres, no Reino Unido. (Wikipédia)
Colunistas, Política

A era da máquina e do trabalho humano. Ficção ou realidade – por José Macedo

Por José Macedo

Os primeiros sinais da substituição do trabalho humano ocorreram na primeira Revolução Industrial, na Inglterra, final do século XVIII e início do XIX.

A ganância do capitalismo pelo lucro, as regras e leis disciplinando o trabalho humano foram determinantes para a aceleração dessa busca de substituição e automação do trabalho.

O capitalista busca livrar-se do trabalhador, considerando sua rebeldia e os consequentes conflitos entre o capital e o trabalho.

Ao longo da história do capitalismo, o trabalhador, jamais, foi respeitado.

O trabalho produz a mais-valia e, esta é apropriada pelo capital.

Estamos preparados para absorver essas transformações, parecendo ficção, descritas por escritores e estudiosos?

A guerra não está nas estrelas, tornou-se real, aqui, entre o capital e o trabalho.

É inegável que, nesses últimos 200 anos, o conhecimento e a ciência alcançaram surpreendentes progressos,. Porém, mss, a apropriação dessas conquistas não é distribuída equitativamente.

O corolário dessa conclusão está na escandalosa distribuição da renda e da riqueza.

Para efeito de ilustração: 1% da população mundial possui 50% de toda a riqueza, no Brasil chega a 60%. O capitalismo, como demonstrado é gerador, de desigualdades, de miséria, de fome, de doenças, de guerras e de miséria.

Algumas conquiistas têm utilidades danosas, como a bomba atômica, a indústria armanentista e a arte da guerra.

As discussões sobre o futuro do trabalho humano prosseguem, observando a importância da IA, segundo estudiosos, é assustador.

O futuro torna-se mais assustador, porque não sabemos quem estará no comando da economia e, tampouco, das empresas.

No Brasil, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi assinada e sancionada por Getúlio Vargas, em 1° de maio de 1943, sob os olhares do trabalhador, o maior interessado, seu destinatário.

Sem dúvida, essa longeva Lei beneficiou a milhões de trabalhadores.

Sua motivação objetivava proteger o trabalhador, organizar o trabalho humano, considerando sua condição de vulnerablidade na relação com o empregador.

Em 2017, no governo Michel Temer, a CLT sofreu total desfiguração, cuja Reforma teve como escopo substituír e retirar direitos em mais de 100 dispositivos.

O objetivo da Reforma, além de retirada de direitos, visava ir além, ou seja, o de enfraquecer ou até, acabar com a Justiça do Trabalho e os Sindicatos, enquanto justiça especializada.

Porém, a influência dos Sindicatos, praticamente, desapareceu.

Historicamente, os Sindicatos laborais foram uma pedra no sapato do capital, função de suas atuações o trabalhador conquistou direitos, vis-a-vis, as férias, fins de semana remunerados estabilidade da gestante e o 13° salário.

O governo reacionário, defensor do capital protagonizou a Reforma e espalhava a mentira, de que geraria empregos e renda.

Tudo não passou de visível ledo engano.
O desemprego aumentou, assim como aprofundou a concentração e a fome.

Que ocorreu? O Brasil entraria no Mapa da Fome, no governo, nâo menos reacoonário e contra o trabalhador, que sucedeu o golpista, Michel Temer.

Assim, com o enfraquecimento dos sindicatos, a intenção era deixar o trabalhador desprotegido, precarizado na relação empregador e empregado.

Sem a chamada redemocratização estaríamos numa enrascada ainda maior, assim como o personagem Winston, do filme “1984”. Publicado em meados de 1949, o livro “1984” de George Orwell, tornou-se rapidamente uma das obras mais lidas e admiradas da literatura mundial. (Divulgação)

Viremos a página: Nessa era de célere desenvolvimento tecnológico, a era dos algoritmos, dos robôs e da IA (Inteligência Artificial), fragilizou a oferta de emprego, a remuneração dos que ficaram empregados e aumentou o exército dos sem empregos.

De que forma os desempregados sobreviveram, até aqui?

Ora, na informalidade, no falso empreendedorismo, violência e no crime organizado.

Nessa travessia, o trabalhador encontra-se desprotegido, o acesso à Justiça doTrabalho tornou-se mais, em função devregras impostas.

A Reforma não considerou o trabalho, como direito humano e o acesso à Justiça um direito constitucional.

Nesse quadro, acima desenhado, não sabemos como será o mundo do trabalho, nos próximos anos, na Era da máquina, do robô e da IA. Por isso, fiz essa digressão e breves considerandos.

O tempo da pandemia foi o teste e ensaio dessa catástrofe, o desemprego aumentou, a fome e a escandalosa concentração de renda.

Os mais ricos, aqueles que já estavam no cume da pirâmide ficaram mais ricos e a classe média empobrecida é espremida.

Nesse tempo de ação dos robôs e da chegada da IA (Inteligência Artificial), não percebemos o que pode acontecer com as perdas do trabalho humano.

Entre nós, não vemos qualquer movimentação, no sentido de que se crie regras jurídicas e fiscais de proteção e de compensação, em virtude dessa perda do trabalho humano.

A substituição do trabalhador pelo robô exigirá um imenso esforço para a organização dos setores da economia, exigindo treinamento e regras, como já disse, em razão do enriquecimento de alguns e da abissal concentração de renda nas empresas e no capital.

O super capitalismo gerará extremos conflitos, a fome e o risco, certamente, dará causa ao fim da convivência humana.

Essa catástrofe humana, não havendo freios, a máquina substituindo o homem, restarão a ganância, o ócio e tédio, uma vida sem sentido e inviável, restando aos poucos ricos bilionários o direito de existir, mas, não saberão como usufruir da ilusória riqueza..

O alcance da vida manipulada e vazia, dependente da máquina, do robô e da IA criará um novo homem, diferente e, certamente, esquisito e frio, que perdeu a capacidade crítica e insensível, parecido com o próprio monstro, seu algoz, a máquina.

Quem sabe algo parecido com o que imaginou George Orwell.

O Grande Amigo (Big Brother, em seu livro, “1984” ou um “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley.

Assim, concluo: A fera que surgirá dessa confusão terá de ser domada, rapidamente.
Não sei, mas a humanidade caminha, célere, para seu fim.

Que surgirá nessa competição entre a máquina e o homem? Fica a resposta na imaginação de cada um.

JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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