Por Pedro do Coutto –

O desfecho do processo político que está envolvendo o comando da Petrobras talvez seja adiado para a próxima semana. Seja lá qual for o resultado final, verifica-se que há uma falta de unidade do governo que se reflete no caso da estatal e a distribuição de seus dividendos relativos ao ano de 2023.

Não se vê firmeza no comando do Palácio do Planalto, pois os ministros se dividem quanto à permanência de Jean Paul Prates. É uma situação estranha. O presidente Lula é que deverá decidir, mas à custa de protelações que somente podem causar prejuízos à empresas ou talvez lucros aos que detêm ações cuja valorização ou queda na Bovespa dependem de soluções e rumos do governo.

Lula e Prates devem se reunir na segunda-feira. (Reprodução)

CISÃO – O que surpreende é haver uma cisão governamental em um assunto que tem o centro de decisão no Planalto. A impressão é que o presidente Lula não tem ainda uma certeza plena sobre o que fazer sobre o episódio.

Só o fato de ter sido cogitada a nomeação de Aloizio Mercadante serve para esvaziar o conteúdo político que possa estar ao lado de Prates. A crise assim se aprofunda e há uma falta de objetivo concreto para basear uma decisão que será inevitável, pois não é possível que os pensamentos divergentes possam ser pacificados simplesmente com a demissão ou manutenção de Jean Paul Prates no cargo. O governo revela não ter fixado uma unidade absoluta sobre a sua atuação.

A Petrobras é vinculada ao Ministério das Minas  Energia. Portanto, há um aspecto que pesa na questão que é a posição contrária da pasta à permanência do atual presidente da Petrobras. O governo tem que encontrar o caminho de sua solidez em seu esquema político.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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