Por Miranda Sá

Em artigo anterior, escrevi que a ideologia distorcida dos extremismos “de direita” e “de esquerda” – o “Populismo” –, usa o dinheiro do contribuinte e o mecanismo governamental para conquistar a simpatia das massas.

Populismo, como verbete dicionarizado, é um substantivo masculino que corretamente significa “o modo de governar em que certa pessoa procura conquistar a liderança de uma nação”. É a política paternalista das dádivas estabelecendo uma ligação com entidades e movimentos mantidos por verbas públicas e lideradas com pelegos estudantis, partidários e sindicais.

Essas lideranças falsamente humanitárias mantêm uma estreita atividade política, atuando como grupos de pressão pela ação direta e usuários da Internet como agitadores virtuais. Sua pauta é sustentar campanhas do interesse do partido.

A “falsa direita” e a “falsa esquerda”, na verdade populistas, fingem um enfrentamento midiático com a ajuda de uma propaganda maciça e da imprensa corrompida para impor à Nação a mentira de um confronto entre si.

Plantando o fanatismo no terreno estrumado e fértil da ignorância, os populistas criam a fantasia da polarização eleitoral para se alternarem no poder; e infelizmente logram êxito: Bolsonaro e Lula faturam de 20% a 30% eleitores cativos, um percentual que sustenta seus partidos com os abomináveis fundos partidário e eleitoral.

Na sua sabedoria, Gandhi lembrou que “uma gota de veneno compromete um balde inteiro; a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida”; na cena brasileira, o veneno é o dinheiro público que financia a mentira demagógica e corrosiva.

Mentira que produz uma erosão intelectual e se expande mordaz nos três poderes republicanos, contaminando como um vírus infeccioso o Legislativo e o Judiciário. O Congresso Nacional, preso à picaretagem comprada com emendas parlamentares e cargos, é transparente na ânsia de obter vantagens e não surpreende ninguém.

Revoltante é a indignidade do Judiciário, que faz e desfaz, afirma e nega, uma verdadeira biruta de aeroporto girando para onde os interesses dos togados levam; se assenta suspeitosamente no vago garantismo jurídico dos oportunistas. E, com isto, favorece a corrupção política e o crime organizado em nome dos “direitos humanos”.

Isto insurge uma reação colérica contra o ministro Dias Toffoli, mostrando-se cúmplice dos corruptos e corruptores e, sem vergonha, comprova sua participação nos desmandos de Lula, quando foi delatado sob o codinome de “Amigo do Amigo do meu Pai”.

Toffoli libera descaradamente as multas dos empresários punidos pela Lava Jato. Desse jeito, volta a se submeter ao “Chefe” que andava ressabiado por tê-lo visto servindo a Bolsonaro e salvando Flávio no caso das rachadinhas….

Também demonstrando de como os ventos mudam, o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo, que acompanhava o colega Teori Zavascki defendendo a Operação Lava-Jato, mudou inexplicavelmente. Não se sabe porquê, ele classificava governo Lula de “cleptocracia” e passou a defender o Pelego de unhas e dentes.

Diante disto,  somos obrigados a denunciar este comportamento faccioso, temendo que se amplie no plenário da Corte; porquê se fortalece recebendo aplausos do populismo lulopetista – cujas relações com o crime organizado se evidenciou com a visita da Dama do Tráfico aos ministérios do Governo Lula.

Por coincidência suspeita, também o populismo bolsonarista silencia diante do desvario judicial em pagamento ao 5TF pela livrança dos filhos delinquentes do Capitão, agradecido e mantendo o sentimento paterno, mesmo ensandecido pela derrota eleitoral e a frustração do pretendido golpe de Estado.

A insanidade de Bolsonaro está levando-o ao suicídio. Não individual, mas à lá Jim Jones, como lembrou o lúcido Aloysio Nunes comparando-o com aquele pastor norte-americano que levou mais de 900 dos seus seguidores em 1978 a se suicidarem em Jonestown, na Guiana.

O móvel do Jim Jones brasileiro é uma manifestação-teste, para conferir os sequazes que lhes restam, levando-os à rua num suicídio coletivo. Triste; mas a demência extremista dos lulopetistas, como não poderia deixar de ser, convoca um semelhante evento como resposta….

Parece-me que ambos estão isolados, sem contar com o apoio dos brasileiros amantes da Democracia e da Vida que repudiam os métodos charlatães do populismo adotado pelos fanáticos cultuadores das duas personalidades polarizadoras….

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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