Por Sérgio Cabral Filho –
Nesse final de semana fui vítima de uma fake news.
Um sujeito se mete numa confusão de trânsito, no meio da rua, com outras pessoas, e acabam se engalfinhando com cenas de pugilato. Um horror!
E daí que familiares e amigos enviaram mensagens perguntando se, de fato, procedia o texto colado ao vídeo, que dizia que eu estava na confusão e que havia sido agredido. Alguns já enviavam a sua mensagem ressaltando que deram zoom e viram que não era eu, outros não, de fato perguntavam se estava tudo bem comigo.
Rapidamente postei nos meus perfis de mídia social um esclarecimento que era mentira, uma fake news.
Mas fiquei refletindo o quanto de impacto que uma falsa notícia pode causar na vida das pessoas. Sejam elas públicas ou não. Recentemente uma mulher jovem se suicidou pelo impacto de uma fake news no seu cotidiano.
Vivi 6 anos e 1 mês privado de liberdade. Durante esse período assisti na tv e ouvi no rádio as maiores barbaridades e mentiras a meu respeito e dos meus dois governos. Disso estamos tratando na justiça.
Mas aqui desabafo situações mentirosas da minha própria vida na prisão: não como camarão nem frutos do mar há 25 anos, por força do ácido úrico. Veículos de credibilidade afirmaram por intermédio de agentes públicos que eu comia camarão na prisão. Jamais contei com outro eletrodoméstico, que não fosse o ventilador, para combater o calor na cela. No entanto, “Sérgio Cabral tem ar condicionado na cadeia”!!! TV gigante para a cela de Sérgio Cabral. Me transferiram para o Paraná por isso. Fui acorrentado nas mãos, na cintura e nos pés, em Curitiba, por agentes da Lava Jato. Fiquei 1 mês trancado numa cela sem vaso sanitário, só podia sair para tomar banho. Sem tv e rádio. Sem poder conviver com os demais presos da Lava Jato.
Tudo isso por uma TV que nunca tive na minha cela!!!!! Que ficava no pátio, como nas demais penitenciárias do estado.
Portanto, leitora, leitor, meu casco é grosso. Mas, mesmo assim, essa sórdida fake news do fim de semana me fez ter a empatia com essas pessoas não acostumadas ao jogo sujo da comunicação e que se abatem, perdem relações afetivas, perdem empregos, desagrega a família e amigos.
Li uma entrevista do ministro Alexandre Moraes muito lúcida sobre fake news. Ao final dela, me veio à cabeça o grande pensador da comunicação moderna, Marshall Mcluhan: “o meio é a mensagem”.
O ministro tem toda a razão de cobrar das empresas, proprietárias das mídias sociais, mais responsabilidades na veiculação de informações mentirosas e que geram tentativas de golpes, como o de um ano atrás, ou suicídio, como o da jovem angustiada após o massacre de fake news.
SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.
Instagram @sergiocabral_filho
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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