Por Pedro do Coutto –

O violento ataque desencadeado pelo Hamas contra Israel no amanhecer de sábado, abriu um novo panorama no cenário internacional, acrescentando mais um episódio de sangue na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. O Brasil, que ocupa este mês a Presidência do Conselho de Segurança da ONU, convocou uma reunião de emergência. Ao mesmo tempo, Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, declarou guerra ao Hamas considerando-o uma entidade terrorista.

Mas o ataque desfechado contra Israel tem a participação de outros países, sobretudo da Rússia para distrair as atenções sobre a guerra da Ucrânia com um outro conflito permanente, mas agora declarado por Netanyahu, em revide às mortes e sequestros praticados pelos palestinos num embate iniciado em 1948, logo após a criação do Estado de Israel, em 1947, e até hoje  não resolvido, intercalado por uma onda de violência que se estende ao longo do tempo.

COMPROMISSO – Os Estados Unidos assim, pelo seu compromisso com Israel, logicamente terão que estender o seu apoio ao governo de Tel Aviv, acrescentando seus esforços no apoio a Zelensky para manter a Ucrânia livre do domínio russo impedido pelo apoio americano, do Reino Unido, da Alemanha, da Holanda, da Polônia e da França.

O episódio dos mísseis que amanheceram contra os israelenses terá sequência nas articulações internacionais marcadas por um jogo de poder que começou com a invasão contra o governo de Kiev e que agora se desdobra pelo Oriente Médio, atravessando a linha de fogo novamente entre árabes e israelenses. Mais um capítulo escrito com sangue nas páginas do Oriente Médio e na consciência humana.

AMEAÇA – O equilíbrio entre as grandes potências, principalmente entre os Estados e a Rússia, torna-se ainda mais difícil, mas não impossível, pois no fundo da questão, na medida em que avançam os raciocínios, vislumbra-se a sobrevivência da própria humanidade ameaçada pela extensão dos conflitos e pela falta de perspectiva em que possam ser resolvidos pela força da paz e da justiça.

Não se sabe como a China vai se colocar diante do ataque a Israel e na resposta de Israel às áreas sempre sensíveis ao redor da Cisjordânia. As potências da Otan, como a França, o Reino Unido, a Alemanha e demais integrantes vão reagir do quadro duplo agora englobando o Oriente Médio e as fronteiras da Rússia e da Polônia do continente europeu.

Impossível no momento fazer-se uma previsão. Mas pelo tom de Washington, Moscou e Pequim é que poderemos examinar a partir desta semana se a tendência inspirada no simples bom senso e no princípio humanista vai predominar.

O conflito agravou-se.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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