Redação –
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), candidato ao Senado, criticou nesta terça-feira, 23, a operação contra empresários bolsonaristas que escreveram mensagens golpistas. “A meu ver, uma atitude arbitrária e que institui o crime de pensamento. A defesa da Democracia não pode significar a morte da mesma”, afirmou o general ao Estadão.
A operação foi realizada nesta terça-feira, 23, pela Polícia Federal e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários.
MORAES DETERMINOU – A ordem partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito dos atos antidemocráticos. Além das buscas, o ministro também determinou a quebra dos sigilos bancários e o bloqueio das contas bancárias dos alvos.
A mensagens, reveladas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles, foram feitas em um grupo de WhatsApp. Um dos empresários chegou a falar que preferia um “golpe” em vez da volta do PT ao governo.
Na noite de segunda-feira, 22, antes de a PF realizar a operação, Mourão já havia criticado Moraes por causa da forma como ele conduz o inquérito.
DISSE MOURÃO – “O inquérito onde ele é o ofendido, ele é o investigador, ele é o denunciador e ele será o julgador. Ou seja, todo o devido processo legal está rasgado nisso aí. Não adianta alguém querer convencer a gente de que isso está correto”, afirmou o vice-presidente, durante live com o youtuber bolsonarista Paulo Moura.
“Qualquer aluno de primeiro ano em uma faculdade de Direito sabe que isso não está correto. E isso rasga, vamos dizer assim, a nossa Constituição”, completou.
O vice-presidente chegou a dizer que o Congresso deveria agir para barrar indicações ao Supremo e para pedir o impeachment de ministros da Corte.
FAZER IMPEACHMENT – “Você tem que construir a maioria, mostrar para aquela maioria que aquela indicação (para ministro do STF) não serve. Mas, por outro lado, você também tem que construir uma maioria para mostrar o seguinte: ‘Olha aí, pessoal, temos um ministro que está usurpando os poderes, nós precisamos retirá-lo. É o grande papel do Senado, é realmente convencer os outros”.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) já fez diversos ataques a Moraes e chegou a protocolar no Senado um pedido de impeachment do magistrado.
A solicitação foi fortemente repudiada pelo mundo político e arquivada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bolsonaro também já chamou Moraes de “canalha” e chegou a dizer que não cumpriria decisões proferidas por ele.
Fonte: Estadão
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