Redação

O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PT-PE), pediu informações nesta segunda-feira (5) à Polícia Federal, à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à Polícia Civil do Amazonas sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na Amazônia.

Nos ofícios, o parlamentar também pede esclarecimentos sobre as providências adotadas para a investigação do caso.

O servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e o jornalista Dom Phillips, colaborador do jornal “The Guardian”, sumiram na região do município de Atalaia do Norte (AM) no domingo (dia 5).

SEM DAR NOTÍCIAS – Na segunda-feira, órgãos de investigação foram acionados após a dupla passar 24 horas sem dar notícias. A viagem que empreenderam, entre a comunidade São Rafael e Atalaia do Norte, deveria durar aproximadamente duas horas.

Nos documentos encaminhados às autoridades, Humberto Costa diz ter recebido “com grande preocupação” a notícia do desaparecimento do indigenista e do jornalista. Ele também afirma que Bruno Araújo Pereira era alvo de “constantes ameaças”.

“As informações recebidas dão conta de que na mesma semana do desaparecimento a equipe havia recebido nova ameaça, que se somaram a outras que já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, conforme relatos oficializados para a Polícia Federal, para o Ministério Público Federal em Tabatinga, para o Conselho Nacional de Direitos Humanos e para o Indigenous Peoples Rights International. Bruno Araújo era alvo de constantes ameaças em função do trabalho que vinha fazendo junto aos indígenas contra invasores na região”, diz o presidente da CDH.

OS DESAPARECIDOS – Phillips e Bruno fazem expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o jornal britânico “The Guardian”.

Segundo a nota da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno é “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.

Já Phillips mora em Salvador e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como “Washington Post”, “New York Times” e “Financial Times”, além do “Guardian”. Ele também está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Em uma rede social, Jonathan Watts, editor do Guardian, disse que o jornal está preocupado e procurando informações sobre o colaborador.

ESCREVEU WATTS – “O Guardian está muito preocupado e procurando urgentemente informações sobre o paradeiro de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, escreveu Watts.

O jornalista Fernando Gabeira disse que situação no Vale do Javari, na Amazônia, é muito complicada e a “Aeronáutica podia ajudar na busca de desaparecidos”;

Também nesta segunda-feira, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado solicitou providências à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República a respeito de ameaças e ataques sofridos pelo jornalista Lucas Neiva, do site jornalístico Congresso Em Foco.

OUTRAS AMEAÇAS – Lucas é autor de uma reportagem intitulada “Fórum anônimo organiza tática para produção de fake news pró-Bolsonaro”, publicada no último sábado (4). De acordo com o portal Congresso em Foco, dados pessoais do jornalista foram vazados e ele sofreu ameaças de morte no fórum anônimo, usado para troca de mensagens entre internautas sem identificação, com propaganda de extrema direita, ataques à imprensa e a movimentos sociais e divulgação de teses racistas.

O Congresso Em Foco informou que, após a publicação da reportagem, foi alvo de um ataque hacker que manteve o site fora do ar entre a madrugada de sábado e a manhã deste domingo (5).

Fonte: g1


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