Por Iluska Lopes –
Para esse ano, o World Travel & Tourism Council (WTTC) espera que o turismo movimente US$ 233 bilhões, um crescimento de 48% em relação à 2020.
Há exatamente dois anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarava o início da pandemia de Covid-19. Com fronteiras fechadas, voos cancelados e pessoas confinadas, o turismo foi acertado em cheio.
Segundo dados do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2020, o turismo perdeu 4,5 milhões de dólares em receita no mundo todo. No mesmo período, o setor, que antes respondia por um a cada quatro empregos, demitiu 62 milhões de trabalhadores globalmente.
Porém, dois anos depois do início da pandemia, o avanço da vacinação e o fim das medidas de isolamento social ajudam o turismo aos poucos recuperar parte das perdas.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que, em 2021, apesar de deixar de faturar 214 bilhões de reais, o setor conseguiu crescer 21,1% em comparação ao ano anterior, no auge da crise.
Para este ano, o WTTC espera que o turismo movimente 233 bilhões de dólares, o que representa um crescimento de 48% em relação à 2020 e próximo ao patamar pré-pandemia, em 2019, quando as empresas ligadas à indústria faturaram 267 bilhões de reais.
O desemprego no segmento, porém, continua sendo um problema. “Ainda temos 40 mil vagas formais para serem recriadas a ponto de chegarmos aos patamares de 2019”, diz Mariana Aldrigui, professora da USP e conselheiro da WTM Latin America.
Empresas se reinventaram
Para passar pelo período mais difícil, hotéis, agências e outras companhias do setor tiveram que se adaptar. Como a retomada do mercado interno, que aconteceu antes do fim das restrições internacionais, a Schultz, operadora de turismo, investiu em opções dentro do Brasil.
“Lançamos novos produtos e serviços, ampliando o portfólio para destinos nacionais, além de entrar em novas frentes como atendimento médico e seguros viagem com coberturas que incluíam a Covid-19”, diz Aroldo Schultz, presidente da operadora.
Os hotéis que antes focavam mais no público corporativo, que viajava a negócios, também estão mudando de estratégia.
“A grande lição foi a necessidade de criar alternativas para manter os negócios funcionando. Os eventos online e híbridos se fortaleceram e devem continuar, então, precisamos ficar atentos também no público que viaja a lazer”, afirma Fernando Kanbara, gerente-geral do hotel Grand Mercure Curitiba Rayon.
Daqui para frente
O fim de quase toda medida de restrição, incluindo mais recentemente a retirada de obrigatoriedade do uso de máscaras em diversos estados, é visto como mais um indício de que 2022 poderá ser diferente dos últimos dois anos.
Porém, a conjuntura econômica, com inflação em alta e diminuição do poder de compra, pode ser um complicador para que a retomada ganhe fôlego. Para a CNC, por exemplo, o setor só conseguirá recuperar todas as perdas em 2023, muito por conta do cenário econômico.
Porém, a indústria aposta que a necessidade de conexão humana fale mais alto e ajude a fazer com que o turismo avance, apesar dos problemas.
“As pessoas estão sentindo falta de socializar e as viagens, sem dúvida, são uma grande oportunidade para isso. Existe o fator econômico, mas vemos uma alegria genuína em rever pessoas”, diz a turismóloga Gilsimara Caresia, organizadora do encontro de Mulheres Viajantes. A terceira edição do evento deve reunir 400 mulheres nos dias 19 e 20 de março no Tênis Clube Paulista, em São Paulo.
(Informações Exame)
PATROCÍNIO
Turismo náutico ganha pacote de ações para desenvolvimento no Brasil
O Ministério do Turismo lançou nesta terça-feira (08), em Brasília (DF), um pacote de medidas que irá desenvolver e promover o turismo náutico no país. São ações que passam pela isenção de tributos, capacitação e reconhecimento profissional, oferta de crédito, melhoria na infraestrutura náutica e de promoção, por meio de campanhas publicitárias e de site com informações do setor.
A expectativa é de que os incentivos permitam que mais brasileiros e estrangeiros possam realizar a atividade no país, que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos.
De acordo com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, as melhorias propostas pelo governo federal vão alavancar o potencial náutico brasileiro e irão atender a demandas antigas de todo o segmento. “Possuímos uma das maiores costas litorâneas do mundo e milhares de quilômetros em rios e lagos. Temos o maior potencial do mundo, mas precisamos convertê-lo em algo a mais para o turismo e renda para os cerca de 100 mil brasileiros que tiram o seu sustento nessas atividades”, pontuou o ministro.
Entre os benefícios tributários, o Ministério do Turismo conquistou a inclusão de barcos à vela, na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (LETEC). A medida assegura a isenção de tributos federais para todos os interessados em importar veleiros – esportistas e empreendedores do turismo que utilizem suas embarcações como ativo econômico. Além disso, garantiu a autorização de importação de barcos à vela, motos aquáticas e jet-skis com até 30 anos de fabricação, e por fim, acabou com o imposto de 18% para os interessados em importar jet-skis.
No campo profissional, a Pasta anunciou uma conquista histórica para o setor: o reconhecimento da atividade de condutor de turismo náutico como profissão pelo Ministério do Trabalho e Previdência. A medida beneficia cerca de 100 mil brasileiros que atuam na atividade de norte a sul do país. Outra medida divulgada foi a promoção de um curso para estes profissionais em parceria com a Marinha do Brasil. A expectativa é de que a capacitação seja realizada a partir de julho deste ano.
Todos os concluintes terão direito a certificado emitido pelos dois órgãos federais.
O pacote de ações também inclui um acordo de cooperação técnica com a Caixa Econômica Federal para a realização de estudo do mercado para ofertar crédito a quem deseja implantar infraestruturas e equipamentos de apoio às atividades de turismo náutico. A medida terá validade de 60 meses e será direcionada para as atividades de esporte e recreio, turismo de pesca e mergulho, em âmbito nacional.
A infraestrutura náutica também foi contemplada pelo Ministério do Turismo. A Pasta desenvolvera e fará a doação de oito propostas que serão desenvolvidas e doadas pelo MTur para a construção de rampas, píeres e marinas públicas.
“Quando eu vejo hoje, a força de vontade desse governo de mudar, de com um pacote de medidas que faz toda a diferença para o desenvolvimento náutico desse país. Eu acho que isso é uma atitude que vai mudar muito, porque não é só tratar de um segmento, mas geração de oportunidade para milhares de empregos que hoje atuam na informalidade. Ministro, parabéns pela sua atitude” , comentou o velejador Lars Grael, que também prestigiou o evento.
TURISMO NÁUTICO – A atividade é caracterizada pelo contato com a água – salgada ou doce – e está ligada à navegação, à prática de esportes aquáticos ou outras atividades realizadas na água. Outra característica importante é que, diferente de outros meios de transporte, as embarcações são os principais atrativos do turismo náutico, já que elas oferecem lazer e entretenimento, em vez de apenas deslocamento.
Com cerca de 8.500 quilômetros de litoral, 35 mil quilômetros de rios e canais navegáveis e mais 9.260 quilômetros de margens de reservatórios de água doce, lagos e lagoas, o Brasil apresenta um dos maiores potenciais de desenvolvimento do turismo náutico no mundo. Para se ter uma ideia, a última temporada de cruzeiros marítimos no país contou com oito navios no litoral brasileiro, um a mais do que na temporada anterior. Os impactos na economia e na geração de empregos beneficiaram destinos turísticos e empresas de atividades características do setor de turismo e de outros ramos, movimentando R$ 2,241 bilhões.
(Informações da Ascom do MTur)
ILUSKA LOPES – Jornalista, Sommelier e proprietária da IPANEMA WINE BAR. Especialista em Turismo, Professora, Locutora, Colunista e Diretora de Redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com
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