Por Bolivar Meirelles –
Não existe o tal Partido Militar.
A Constituição, que é uma construção civil, os enquadra. Essas questões têm de ser discutidas e articuladas, infelizmente, Partidos de baixo nível, grande parte deles, que constituem o leque de opções no Brasil. A Sociedade tem de criticar as Forças Armadas e o ambiente Político. O trabalho político revolucionário tem de ser efetuado é na Sociedade Brasileira. Claro que, a classe dominante, Burguesia, hoje financeira fundamentalmente, e a sua sócia secundária, parcelas imensas das Camadas Médias Altas, influenciam, fortemente, o encaminhamento político. Observemos que, no vai e vem, da política, existe uma forte parcela com opção pela intervenção militar. Achar que o Exército surgiu na República com hegemônica influência, é observação torta. Após a Guerra do Paraguai, esse criminoso massacre, e já antes com a “pacificação de levantes populares”, conteúdo que deu o título de “Pacificador” e de Duque ao “General Luiz Alves de Lima e Silva”… Este transformado no mais forte e prestigiado militar do Império. Até na República, tão forte era o nome do Duque de Caxias que foi feito e confirmado Patrono do Exército Brasileiro. O prestígio e influência do Exército no Estado, precede, pois, a Proclamação da República. Quem muita percepção crítica tinha ao Duque de Caxias era, o mais professor que militar, Benjamim Constant Botelho de Magalhães. Este exacerbava seu espírito crítico aos olhos e ouvidos de sua mulher e de seu sogro. Cartas que deveriam ser mais “vasculhadas” pelos historiadores e, principalmente, pesquisadores de fontes primárias. Entender as Forças Armadas como tendo um Partido, é desviar o assunto concreto. Como dizia Karl Marx, as camadas médias da sociedade, não têm ideologia própria, atuam como “birutas ao vento”. As Forças Armadas que, pelo seu segmento oriundo das Academias Militares, maior parte de sua clientela vinda das camadas sociais médias, dessas “birutas ao vento”, fazem parte. Os Partidos Políticos que possuam pretensões em superar o Poder da Burguesia, o verdadeiro Poder de classe na Sociedade Capitalista, têm de focar o trabalho político na Sociedade.
Não adianta insistir na tese de que mudança curricular nas Escolas Militares farão a transformação dessas ao novo, ao democrático, ao revolucionário. Os conteúdos programáticos são transmitidos por professores e professoras, por instrutores e instrutoras, também.
Um forte trabalho na Sociedade tem de ser efetivado, contínuo, posto que o exercício das camadas dominantes também o é. Diretamente e na grande mídia. Lenin já colocava na pauta que, de um entendimento ou outro, a Sociedade de Classes é uma situação permanente de guerra. A diplomacia, no sentido de Lenin, não precede a Guerra. A guerra é a situação natural. Existem conflitos de classe que só serão superados com a superação revolucionária da Sociedade de Classes. Claro que, os três Poderes ofertados pela “Democracia” Burguesa são engodos: Executivo, Legislativo e Judiciário. O verdadeiro Poder é da classe dominante, Burguesia, no Capitalismo. Essa mesma classe dominante se transforma: mercantil, industrial, financeira. Quando se fala em Sociedade do Conhecimento, cabe perguntar para quem? Quem se beneficiará com o aumento de “produtividade”? Melhor falarmos da “mais valia relativa”… Não nos enganemos Forças Armadas não são Partido, servem ao Estado Capitalista brasileiro. Ao Império Norteamericano também. Majoritariamente. No momento, o Estado brasileiro é burguês. Estará, de certa forma, com quem vier a se eleger, fundamentalmente, ao serviço da classe dominante. Eleição não é Revolução. “Com açúcar e com afeto” ou “com violência autoritária”, ao serviço da classe dominante. Claro que, com afeto, melhor a distribuição de migalhas. Discutem os salários mais bem aquinhoados de certos Servidores Públicos. Não discutem os lucros extorsivos dos banqueiros, dos grandes industriais, dos fortes ruralistas e grandes empórios comerciais. Acordar é preciso! Só o povo consciente e organizado assumirá o verdadeiro Poder Popular. Como ainda não existem condições objetivas e subjetivas no Brasil de hoje, o comportamento político terá de ser tático. Melhor “com açúcar e com afeto” do que com “violência autoritária”.
Melhor para a estruturação do Partido Revolucionário e a continuação da conscientização e organização popular.
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública e Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina.
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