Redação

Dias depois de Pequim lançar mísseis de ponta, Moscou revela um plano que ‘aumentaria radicalmente a capacidade de defesa da China’. Desde a Guerra Fria, apenas os Estados Unidos e a Rússia têm esses sistemas, que envolvem uma variedade de radares terrestres e satélites espaciais. Os sistemas permitem a detecção precoce de mísseis balísticos intercontinentais.

Falando em uma conferência de assuntos internacionais em Moscou, Putin disse que a Rússia está ajudando a China a desenvolver esse sistema. Ele acrescentou que “isso é uma coisa muito séria que aumentará radicalmente a capacidade de defesa da China”.

COOPERAÇÃO – Sua declaração sinalizou um novo grau de cooperação em defesa entre os dois ex-rivais comunistas que desenvolvem laços políticos e militares cada vez mais estreitos, enquanto Pequim e Washington entraram em uma guerra comercial.

Em junho, o presidente chinês Xi Jinping chamou Putin de seu “melhor e mais íntimo amigo”, acrescentando que ele apreciava sua “profunda amizade”.

Não houve comentários imediatos de Pequim, mas a alegação de Putin teve uma reação mista online. Na plataforma de mídia social chinesa Weibo, semelhante ao Twitter, alguns usuários aplaudiram “novos patamares de cooperação estratégica”, mas outros questionaram se Pequim precisava da ajuda da Rússia com equipamentos militares.

NAS REDES SOCIAIS – “Mais uma vez, gabando-se, russo! Talvez esteja ligado à sua cultura nacional”, disse um usuário. “Os chineses não se gabariam assim”.

No início desta semana, a China lançou um novo equipamento militar, incluindo um míssil “hipersônico”, que os especialistas acreditam ser difícil para os EUA combaterem. O míssil, conhecido como DF-17, pode, em teoria, manobrar bruscamente muitas vezes a velocidade do som, tornando extremamente difícil se defender dele.

Em agosto, a China e a Rússia acusaram os Estados Unidos de promover uma nova corrida armamentista testando um míssil de cruzeiro, apenas algumas semanas depois que Washington se retirou de um tratado de controle de mísseis da era da Guerra Fria que barraria o lançamento do teste.

Agora que Putin é o melhor e mais íntimo amigo de Xi, onde isso deixa o Ocidente?

Fonte: The Guardian, por Simon Tisdall