Por Iata Anderson –
A coisa mais ridícula vista na televisão brasileira nas últimas décadas foi a transmissão de Brasil x Uruguai pela SporTV. Um show de pieguices que nos leva a perguntar como profissionais se prestam a tais serviços. A ordem, cumprida à risca, era “limpar a barra do Galvão Bueno”, que ficou mal com a audiência após chamar, sussurrando, Neymar de idiota. Uma tempestade em copo d’água, transformada em notícia, por absoluta falta do que falar.
É o nível atual da televisão brasileira, muito abaixo do padrão aceitável.
O que se viu, enquanto durou a transmissão, foi uma tentativa de apologia a Neymar, quase idolatrado por estar “alegre, feliz, de bem com a vida”. Como pode, a essa altura da vida, profissionais se sujeitar a cumprir uma pauta ridícula para tentar resgatar a audiência, como se fosse possível. De nada adiantou, o leite já estava derramado. Ficou muito feio para quem participou da trama, uma página negra na TV esportiva brasileira, já tão desmoralizada. Sabe aquela sensação de vergonha alheia, foi o que senti, mesmo ciente que jamais aceitaria participar daquela palhaçada.
No Brasileiro, como diria Luiz Penido, peladíssima, com vitória do Fluminense sobre o Atlético Paranaense, timinho muito feio, falsa arbitragem, cera a granel, como em quase todos os jogos por aqui. O Flu, que não tem nada como isso, fez um e administrou, como fazem todos no futebol penta campeão do mundo. Vem comendo pelas beiradas para beliscar uma vaga sul-americana. “Sua Senhoria”, como seus colegas, empurrou o jogo, pegou a chuteira e o meião do Yago Felipe, que machucara o tornozelo, ajeitou na maca e seguiu o jogo. Em outro lance abriu a sacola do massagista, pegou um copo com água, matou a sede e seguiu o jogo, na maior intimidade.
Brevemente veremos árbitros trocando camisas com jogadores, basta um começar.
Seguindo a maratona do domingo, mais um Atlético em campo, agora o líder, “Galo vencedor” e Raphael Claus, certeza de boa arbitragem, disparado o melhor do Brasil. Marcou apenas as faltas que existiram, pouco se importando com o cai-cai que seus colegas marcam. Oito dos goianos, seis dos mineiros. Resultado, um ótimo jogo, corrido, tempo bem aproveitado, queda do líder. Rubro-negros vibrando em todo o país.
O líder deixou três pontos importantes, que poderiam cair para seis, se o Flamengo fizesse o dever de casa, mas não fez. Sem nenhuma definição tática esbarrou num time bem montado por Jorginho. Perde muito tempo com bolinhas atrasadas, põe dois atacantes pra cobrar um escanteio, fica com menos um, e nunca dá certo. Vitória moral do ex-lateral do Flamengo, que ainda viu Renato Gaúcho substituir Michael aos 45 minutos do segundo. E vantagem que poderia ser de seis pontos ficou em apenas um.
Nesse ritmo o Flamengo jogaria até quarta-feira e não faria um gol.
Muito boa arbitragem de Flavio Rodrigues de Souza (SP), bem auxiliado pelo assistente 2 que marcou impedimento de Matheuzinho, anulando o que seria o único gol do jogo. Deixou a bola rolar e não apitou nenhum cai-cai.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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