Por Karlos Holanda –

Essa semana resolvi escrever sobre algo que muitas pessoas têm dúvidas, especialmente quando isso vem sob a forma de um diagnóstico, “a pré-diabetes”.

Se você já recebeu este diagnóstico deve ter se perguntado: afinal como assim eu sou um pré-diabético?

Como o nome diz é um estado clínico que antecede a diabetes, e que quando diagnosticado neste momento, permite ao paciente ser capaz de impedir a evolução natural da doença, desde que realize o tratamento correto com auxílio médico.

A grande maioria das pessoas com diagnóstico de pré-diabetes apresenta o quadro de resistência à insulina e tem a obesidade como principal causa, o que gera um estado inflamatório crônico. A insulina é um hormônio que age no controle da glicemia no organismo, e com isso regula os níveis de glicose no sangue. Quando a resistência insulínica se instala, o pâncreas, órgão responsável pela produção da insulina, começa a aumentar sua atividade em uma tentativa de compensar a resistência a ação desse hormônio. Caso a resistência insulínica continue aumentando o pâncreas poderá chegar ao seu limite de produção, iniciando-se uma falência das células beta pancreáticas responsáveis pela produção insulínica.

Nesse ponto, com o declínio da insulina, os níveis de glicose sanguínea não conseguem mais ser controlados e começam a subir, e acabamos evoluindo para o diagnóstico final de diabetes mellitus tipo 2. Lembrando que a prevalência mundial de diabetes é de 9,3%, e que 90% dessas pessoas são portadoras do tipo 2, segundo dados da International Diabetes Federation de 2019.

Importante destacar que existem outros fatores de risco para o desenvolvimento dessa resistência e entre elas podemos citar a gestação, a síndrome metabólica, hipertensão arterial, síndrome do ovário policístico e a esteatose hepática.

Então nosso leitor deve estar se questionando sobre quais medidas deve tomar para evitar o desfecho natural da pré-diabetes, e antes de mais nada, vou chamar a atenção para uma palavra que sempre cito em meus textos: PREVENÇÃO. As consultas médicas de rotina podem auxiliar no diagnostico precoce de várias doenças, inclusive a que estamos discutindo aqui.

Vale ressaltar que na grande maioria das vezes essa doença não apresenta nenhum sintoma, o que pode gerar alguma dificuldade para o seu diagnóstico, porém muitas vezes exames complementares auxiliarão seu médico nesta tarefa.

Como medidas de prevenção e tratamento, mudanças no estilo de vida devem ser tomadas como:

  • Alterações alimentares como a troca de alimentos com alto índice glicêmico por outros de baixo índice glicêmico (como por exemplo pão integral, arroz integral, vegetais etc.).
  • Tratamento do sobrepeso e obesidade, buscando um Índice de Massa Corpórea abaixo de 25 kg/m2.
  • Prática frequente de exercícios físicos, pois dessa forma é possível levar a glicose sanguínea para os músculos, onde será utilizada como energia, porém sem a utilização da insulina, o que não acontece no sedentarismo.

Por fim além do citado anteriormente, há o tratamento medicamentoso, que tem como objetivo a redução da resistência insulínica e redução da glicemia sanguínea, mas vale ressaltar que somente com indicação médica, deve-se iniciar qualquer tipo de medicação.

Cuide de sua saúde e lembre-se A PREVENÇÃO É O MELHOR TRATAMENTO.

Dr. KARLOS GUDDE DE HOLANDA MOURA – Médico, titular desta “Tribuna da Saúde”, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Residência Médica em Anestesiologia pelo Hospital Beneficência Portuguesa da São Paulo; Pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pela FATESA de Ribeirão Preto; Pós-graduando em Nutrologia pela USP de Ribeirão Preto; Professor da Pós-Graduação de Laser, Cosmiatria e Procedimentos na FATESA de Ribeirão Preto. @dr.karlosholanda


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