Redação –
O vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou neste sábado (26.jun.2021) que encaminhará notícia-crime à PGR (Procuradoria Geral da República) contra o presidente Jair Bolsonaro pelo crime de prevaricação. Deve enviar na 2ª feira (30.jun).
Em vídeo, o senador declarou que o presidente Jair Bolsonaro não tomou providências quando soube das possíveis de irregularidades envolvendo a compra da Covaxin. Em março, o deputado Luis Miranda e seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, apresentaram ao presidente suspeitas envolvendo as negociações do imunizante e relataram a existência de pressões internas no Ministério para que o vacina fosse adquirida.
“Mesmo comunicado, o presidente da República não toma nenhuma providência, não instaura inquérito, não pede investigação, nada. Diante desse grave acontecimento, estarei representando na 2ª feira à Procuradoria Geral da República para dar notícia de crime de prevaricação cometido pelo senhor presidente da República”, declarou em vídeo divulgado por sua assessoria.
Nesta 6ª feira (25.jun), depois do depoimentos dos irmãos Miranda à CPI, Randolfe já havia mencionado que a direção da comissão pretendia informar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que Bolsonaro cometeu crime de prevaricação, por deixar de denunciar um crime do qual ficou sabendo.
“Este crime até aqui é o mínimo a ser apurado. Eu tenho certeza que a Comissão Parlamentar de Inquérito apurará muito mais além disso”, disse.
Randolfe também citou o fato de Luis Miranda ter relatado que Bolsonaro suspeitou do envolvimento de Ricardo Barros, atual líder do Governo na Câmara dos Deputados, quando soube das suspeitas de irregularidades. O deputado foi ministro da Saúde de 2016 a 2018.
“Estamos diante do seguinte fato: um servidor público concursado e seu irmão deputado federal levam ao presidente da República a notícia de que tem um crime de corrupção em curso. O presidente da República informa que tem conhecimento do autor e que se trata do seu líder na Câmara dos Deputados”, citou Randolfe.
Barros respondeu em seu Twitter que não participou de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas indianas e disse que estar a disposição para esclarecimentos.
***
Psol vai pedir cassação de Ricardo Barros no Conselho de Ética da Câmara
O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) anunciou neste sábado (26.jun.2021) que o seu partido irá “exigir” a cassação do mandato de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara. O pedido deve ser encaminhado ao Conselho de Ética da Casa.
Em seu perfil no Twitter, o deputado afirmou que Barros cometeu crime de corrupção ao se envolver no suposto esquema irregular relacionado à compra da vacina indiana Covaxin. “Está claro que Barros cometeu ato de corrupção por agir em favor da Precisa Medicamentos no contexto de contrato fraudulento da Covaxin. Basta!“, disse Valente.
Na 6ª feira (25.jun.2021), o deputado Luis Miranda (DEM-DF) citou Barros em depoimento à CPI da Covid. De acordo com Miranda, o presidente Jair Bolsonaro mencionou o nome do deputado ao ser informado de supostas irregularidades na contratação da vacina.
“Foi o Ricardo Barros que o presidente falou. Eu não me sinto pressionado para falar, eu queria ter dito desde o 1º momento, mas vocês não sabem o que eu vou passar”, disse Miranda durante o depoimento.
O líder do Governo na Câmara respondeu em seu perfil no Twitter que não participou de nenhuma negociação sobre a compra. Em outra publicação, declarou que está “a disposição para quaisquer esclarecimentos”.
Ricardo Barros tem mais de 20 anos como deputado federal e fez parte do grupo de apoio nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer –de quem foi ministro da Saúde– antes de apoiar o presidente Bolsonaro. Também é uma figura importante do Centrão.
CASO COVAXIN
Depois de ouvir os depoimentos do deputado Luis Miranda e do servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), declarou que a direção da comissão pretende informar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o presidente Bolsonaro cometeu crime de prevaricação ao não denunciar o caso.
“O senhor presidente da República recebeu a comunicação de um fato criminoso, não tomou a devida providência para instaurar inquérito, não tomou a devida providência para deter o continuado delito”, disse o senador.
O envio de notícia-crime precisará ser aprovado pelo plenário da comissão, antes de ser encaminhado ao STF.
Fonte: Poder360
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