Por Miranda Sá –
“Eles podem cortar todas as flores, mas não podem parar a primavera” (Pablo Neruda)
“É a China, é o Dória, são os governadores e prefeitos, são as medidas de isolamento preventivo, é o desprezo pela Economia e é a oposição ao Presidente bonzinho, que alertou para o perigo da pandemia, se apressou a adquirir vacinas e deu exemplo ao povo de como se portar, usando máscara, condenando aglomerações e enaltecendo o valor da vacinação”….
Assim se expressam os 30% (com otimismo) que ainda cultuam a personalidade de Bolsonaro, adoração ao Chefe como fizeram as massas alemães e italianas ao seu führer e ao seu duce; e, até hoje, comunistas idolatrando o “paizinho” Stálin.
Os 30% (com otimismo) têm dois lados extremistas nefastos da política brasileira, um dele dos que apoiam Bolsonaro e os outros pertencem a Lula, o encantador de serpentes corruptas como ele próprio.
Estes percentuais numéricos levam-nos a percorrer os nossos 8.516.000 km² para ver o que vem ocorrendo no Brasil. Contaram-me, por exemplo, que numa cidade do interior da Paraíba, Bolsonaro foi inaugurar um mata-burro e reuniu 30% (com otimismo) da população local aplaudindo-o; e, sete dias depois, na mesmíssima cidade, o PT convocou uma manifestação oposicionista e também apareceram os 30% (com otimismo) em entusiástico apoio….
Segundo a observação maldosa de um jornalista de Campina Grande, meu amigo, daqueles mil manifestantes de um lado e do outro, a metade eram as mesmas pessoas, controladas pelos cabos eleitorais do Prefeito, que quer se sair bem com os dois….
Diante deste fato, analisamos que as pesquisas eleitorais são t desprezíveis entrando na lista de Theodore Roosevelt, registrando que “há três espécies de mentiras: mentiras, estatísticas e pesquisas”…. Entretanto, os números que elas trazem podem ser aproveitados, porque têm mantido um pouco mais, um pouco menos de 30% para Bolsonaro e Lula; podem conferir.
O que se passa nas cabeças de 40% restantes? O que pensarão os orgulhosos contabilistas daqueles que fazem parte desta maioria? Calam-se; deixam a resposta para o tempo que vai passar até as próximas eleições….
Na verdade, o Tempo registra historicamente a formação de impérios e a sua decadência; Ibsen, na sua visão materialista, lembra que também cada dogma e cada igreja “já tiveram a sua aurora e terão certamente o seu crepúsculo”; do mesmo modo como irá acontecer no porvir político das terras brasílis.
Como descarto dos dois nomes que a polarização extremista quer nos impor, observo a louca corrida eleitoral, mantenho-me observando-a à distância entre Nietzsche e Pilatos, o alemão perguntando-se o que é a mentira, e o romano que julgou Cristo e Lhe perguntou: – “O que é a verdade?
As diferenças filosóficas das duas personalidades históricas nos mostram a necessidade de ter dúvidas, de buscar a verdade estudando a realidade sem falsidade e sem os fundamentos que as massas aceitam na sua vulgaridade mental.
Gosto de citar Galileu Galilei, cientista defensor do heliocentrismo preso pela Inquisição por enfrentar dogmas idiotas. Entre os pensamentos que deixou, referiu-se que “a verdade não resulta do número dos que nela creem”; e isto nos alerta para o que se vê no mundo da ignorância científica.
Até mesmo categorias supostamente esclarecidas curvam-se para a mentira que vigora entre os 30% bolsonaristas. O que não surpreende é que sob os reflexos condicionados pela formação de subalternidade, a estreiteza intelectual do general-ativista Eduardo Pazuello leve-o a subverter a disciplina militar.
O que assombra é que a instituição que tem o Duque de Caxias como patrono curve-se diante disto por pressão de Bolsonaro, desastrado aprendiz de ditador. Trata-se de uma ameaça ao Estado de Direito que o silêncio reinante entre os meios políticos e jurídicos assustam os defensores do Estado Democrático de Direito.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e membro do Conselho Editorial do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo.
MAZOLA
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