Redação –
General participou de ato político. No Rio, foi a evento com Bolsonaro.
O Comando do Exército deve adotar na 2ª feira (24.mai.2021) medidas administrativas e/ou disciplinares contra o general Eduardo Pazuello. Ex-ministro da Saúde, ele participou de ato político neste domingo (23.mai) com o presidente Jair Bolsonaro, no Rio.
A decisão sobre alguma sanção, que é dada como quase certa, será anunciada pelo comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Pazuello é general de 3 estrelas e está na ativa. Já havia desconforto quando ele aceitou, nessa condição, assumir o Ministério da Saúde. Agora, a situação se agravou por causa da manifestação dominical na capital carioca.
Neste domingo, ao lado de Bolsonaro, o general ouviu novamente o presidente usar a expressão “meu Exército”, que causa desconforto entre integrantes da Forças Armadas. “Meu Exército jamais irá às ruas para manter vocês dentro de casa”, foi a frase do presidente.
O comando das Forças Armadas no Brasil acostumou-se nas últimas 3 décadas a sair do protagonismo político, depois do fim do regime militar (1964-1985).
Há regras rígidas a respeito de não envolvimento em atos políticos para oficiais que estão na ativa. Por essa razão, a participação de Pazuello no passeio motociclístico no Rio deve requerer necessariamente alguma manifestação do Comando do Exército.
O receio é de que, se não houver nenhuma reação, as Forças Armadas possam passar um sinal equivocado às tropas e, no limite, levar a atos de insubordinação de militares de patentes inferiores, até mesmo com a aderência a movimentos políticos, inclusive na oposição.
(Fonte: Poder360)
***
Passeio de Bolsonaro pode render convocação de governador do Rio de Janeiro à CPI
O passeio de moto de Jair Bolsonaro pelas ruas do Rio de Janeiro neste domingo (23) pode custar caro ao governo. Senadores membros da CPI da Covid resolveram reconvocar o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, conforme já havia anunciado o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), mas também o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga e, ainda, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro.
Em tom de indignação, senadores ouvidos pelo Congresso em Foco classificaram o passeio do presidente na capital fluminense como uma “brincadeira”. Os requerimentos serão votados na quarta-feira (26), mas é difícil que sejam indeferidos.
Na quinta-feira, a CPI ouviria o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. Porém, o militar ainda se recupera da infecção por covid-19 e membros da CPI tentam adiantar o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Próximos passos
Na próxima terça-feira (25) senadores recebem a Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Na sexta-feira (21), o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, decidiu que a “capitã cloroquina” poderá evitar responder sobre temas relativo a uma ação de improbidade administrativa que responde por conta da crise de oxigênio no estado do Amazonas.
No entanto, o ministro pontuou que a secretária deve “pronunciar-se sem reservas, especialmente acerca de sua atuação na Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, bem assim sobre as demais questões que vierem a ser formuladas pelos parlamentares”.
Já na quarta-feira (26), haverá deliberação sobre os requerimentos pendentes. A agenda de quinta-feira ainda está sob avaliação.
Em junho, no dia 1º, o colegiado recebe a médica Nise Yamaguchi, defensora do chamado “tratamento precoce” com medicamentos do “kit covid”, coquetel de drogas sem comprovação científica para a doença.
No dia 2 de junho senadores ouvem Cloves Arns, professor de Infectologia da UFPR e Zeliete Zambon,
presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, fala à CPI no dia 8 de junho. E no dia 9, senadores recebem a presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nisia Trindade.
No dia 10 de junho, a CPI recebe Fernando de Castro Marques, representante da União Química, laboratório responsável pela vacina Sputinik V no Brasil.
Os médicos Claudio Maierovitch e Nathália Pasternak falam à CPI no dia 11 de junho.
(Fonte: congresso em Foco)
MAZOLA
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