Por Sérgio Ricardo

Nesta sexta-feira (12/03), o Movimento Baía Viva a pedido de Skatistas, moradores e de jovens da Ilha do Governador, solicitou por Ofício a realização de uma vistoria técnica na Pista de Skate do Aterro do Cocotá (Parque Poeta Manuel Bandeira), na Ilha do Governador, que encontra-se cheia de buracos, com péssimo estado de conservação, o que tem colocado em risco e provocado acidentes em crianças e praticantes de skate.

O pedido foi feito por Ofício encaminhado à Secretaria Especial da Juventude Carioca (JUVRio) através do Sub-Secretário Douglas Almeida que também recebeu várias fotos e vídeos que comprovam a situação de abandono e riscos existentes na pista de skate do bairro.

Ao menos um skatista experiente já se acidentou gravemente por causas destes buracos: quebrou a perna, teve que colocar pinos de ferro na perna…!

 

A pista de skate do Cocotá é um espaço de encontro e lazer da juventude que há 8 (oito) anos realiza atividades culturais como por exemplo o projeto Soul Pixta que tem revelado jovens artistas de rap.

 

No Ofício, o Baía Viva também solicita que a Secretaria Especial da Juventude Carioca convide para a vistoria vários outros órgãos municipais, como a Rio Luz, COMLURB, Fundação Parques e Jardins e Secretaria Municipal de Cultura (SMC), já que os equipamentos públicos do Aterro do Cocotá encontram-se há tempos abandonados: a pista de skate, que é a principal área de lazer da juventude da Ilha, ficou durante toda a semana passada às escuras (as luzes foram apagadas sem qualquer explicação).

O parque sedia a Estação de barcas do Cocotá e às escuras (sem iluminação pública) torna-se um local considerado inseguro, como tem sido reclamado por mulheres e vizinhos.

A reivindicação dos praticantes de skate é pela reforma da pista esburacada e perigosa que encontra-se cheia de crateras (grandes buracos e rachaduras no piso), evitar alagamentos na pista e limpeza periódica, assim como o conserto de “concha” em formato de U que desde que a obra foi executada não tem sido utilizada pelos skatistas que apontam erro técnico de projeto e construção.

Moradores também reclamam que a Prefeitura precisa atuar sobre outros problemas presentes no Aterro do Cocotá: os poucos brinquedos existentes no local estão quebrados (no local forma-se poça de lama a cada chuva!), há reclamações sobre a limpeza urbana, a Lona Cultural não funciona e nem abre espaço para os artistas da comunidade local etc.

O Aterro do Cocotá, já há alguns anos vem abrigando um exitoso Sistema Agro-florestal que consorcia o plantio de árvores com uma horta que produz alimentos sem o uso de agrotóxicos, que é uma iniciativa muito importante desenvolvida de forma autônoma por moradores e jovens do Coletivo Agrofloresta do Cocotá.

Sou morador do bairro, diante do conhecido déficit de áreas verdes na Zona Norte da cidade, também reivindicamos que a Prefeitura do Rio de Janeiro amplie a arborização do Aterro do Cocotá com o plantio de espécies frutíferas e nativas do bioma Mata Atlântica que sejam adequadas para a arborização urbana e áreas de lazer, cujo plantio sugerimos que, preferencialmente, seja planejado e executado com a participação do Coletivo Agrofloresta do Cocotá, formado por moradores/as e jovens, que são os que de fato tem cuidado do Parque Poeta Manuel Bandeira plantando centenas de árvores e implantou uma horta comunitária, sem nunca ter contado com qualquer tipo de apoio da Prefeitura!


SÉRGIO RICARDO VERDE – Ecologista, membro fundador do movimento BAÍA VIVA, gestor e planejador ambiental, produtor cultural, engajado nas causas ecológicas e sociais, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, membro do Conselho Estadual de Direitos Indígenas (CEDIND-RJ) pela organização GRUMIN presidida pela escritora Eliane Potiguara.