Redação –
Prefeitos protestam contra decreto das armas e cobram vacinação em massa.
A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) cobrou do governo federal, nesta terça-feira (16), um cronograma de prazos e metas de imunização da população contra a covid-19. A entidade, que representa 412 municípios com mais de 80 mil habitantes, acusa o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de não cumprir o acordo de se reunir, a cada dez dias, com os prefeitos. Para os municípios, a escassez e falta de doses de vacinas em cidades de todo o país é resultado de erros do governo federal na coordenação do enfrentamento da pandemia. Ontem o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou a suspensão da imunização na cidade por falta de vacina.
Na mesma nota, a frente nacional critica a decisão do presidente Jair Bolsonaro de editar quatro decretos facilitando o porte e a posse de armas, em vez de priorizar a resolução de problemas relacionados às vacinas.
“A FNP reitera que não é momento para discutir e avançar com a pauta de costumes ou regramento sobre aquisição de armas e munições. Isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Prefeitas e prefeitos reafirmam que a prioridade do país precisa ser, de forma inequívoca, a vacinação em massa”, diz trecho da nota.
Os prefeitos defendem a elaboração e o cumprimento de um cronograma com prazos e metas para a vacinação de cada grupo, por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais etc. “Disso depende, inclusive, a retomada da economia, a geração de emprego e renda da população”, alega a FNP, que reúne prefeitos de 100% das capitais e que governam 61% dos habitantes e 74% do Produto Interno Bruto (PIB).
Veja a íntegra da nota:
“Nota sobre a falta de vacinas contra a COVID-19
Os sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à COVID-19, e também na condução do Plano Nacional de Imunizações, estão diretamente ligados à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o país. Que o Brasil não soube lidar com a pandemia, não restam dúvidas, mas, prefeitas e prefeitos, que sempre solicitaram e incentivaram a organização nacional, agora exigem respostas.
É urgente que o país tenha um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais etc. Disso depende, inclusive, a retomada da economia, a geração de emprego e renda da população.
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) solicitou, no dia 14 de janeiro, em reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e mais de 130 governantes das médias e grandes cidades do país, encontros para o acompanhamento das imunizações no país. Na ocasião, ficou acordado que a cada 10 dias o ministro se reuniria com a comissão de prefeitos. Desde então, passados mais de 30 dias, nenhum agendamento foi feito.
Por isso, a FNP reitera que não é momento para discutir e avançar com a pauta de costumes ou regramento sobre aquisição de armas e munições. Isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Prefeitas e prefeitos reafirmam que a prioridade do país precisa ser, de forma inequívoca, a vacinação em massa.
Brasília, 16 de fevereiro de 2021
Frente Nacional de Prefeitos”
(Fonte: Congresso em Foco)
***
Confederação Nacional de Prefeitos pede a demissão de Eduardo Pazuello
A CNM (Confederação Nacional de Prefeitos) divulgou nota nesta 3ª feira (16.fev.2021) pedindo a troca do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O grupo diz que a falta de planejamento da pasta fez com que diversas cidades tenham interrompido a vacinação pela escassez de vacinas.
“Por considerar que a vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros.”
A CNM, na carta assinada por seu presidente, Glademir Aroldi, diz que procurou o ministério diversas vezes tentando marcar reuniões e pedindo informações, mas que foi ignorada. Eis a íntegra (351 KB).
“A entidade tem acolhido relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.” (Fonte: Poder360)
MAZOLA
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