Redação

O desembargador Paulo Espírito Santo, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, se declarou suspeito para julgar processos da “Lava-Jato” do Rio contra deputados estaduais. Espírito Santo relata que “o contexto que norteva” a atuação dele nos processos da operação mudou, alterando sua isenção para os julgar os casos.

“O contexto que outrora norteava minha atuação na referida operação foi alterado, de maneira que a isenção que regeu minha atuação até aqui não é mais a mesma, obstando, assim, minha atividade judicante nos feitos relativos àquela operação”, afirmou o desembargador.

FURNA DA ONÇA – A decisão foi tomada em despachos em que comunicava que se declarava suspeito na ação penal e na apelação sobre a Operação Furna da Onça. A ação teve como resultado a prisão de 22 pessoas, entre elas Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O desembargador segue a frente de processos, como os das operações “Furna da Onça” e “Cadeia Velha”. Ele diz nos despachos que, durante a sua licença médica para tratar os sintomas da  Covid-19, tomou conhecimentos de fatos da Lava-Jato que o impedia de julgar de forma isenta.

“Primo por uma prestação jurisdicional célere, tanto que, durante minha licença médica para tratar os preocupantes sintomas e sequelas que me foram provocados pela Covid-19, enderecei ofício ao Exmo. Presidente desta eg. Corte Regional, a fim de que os processos referentes à operação ‘lava jato’, dos quais era relator e revisor, fossem redistribuídos a outro desembargador federal”, completou Paulo Espírito Santo.


Fonte: O Globo