Por José Macedo –
As questões, objeto do título, passam por outras variáveis, que são necessárias conhecê-las, para a configuração e compreensão das ações e omissões do governo brasileiro, com relação ao meio ambiente e à proteção de nossas florestas.
Diferentes quesitos, ora suscitados, preocupam-nos e fazem-nos mal, não estão em departamentos estanques, intercomunicam-se, exigindo análises objetivas e imparciais. O tema, objeto do título não deve ser analisado de modo isolado, porque pertence a um dado espaço e à forma como o governo o vê e executa sua política. É o que faço neste texto, sendo, rigorosamente, fiel aos fatos e provas. Senão, vejamos. Nos últimos dois anos, o governo brasileiro tem empreendido esforços para destruir empresas estatais, ao mesmo tempo em que vende nosso patrimônio, construído com sangue e suor, ao longo de nossa história. A lógica da política do governo é a do Estado Mínimo, a de não se responsabilizar pelas questões e demandas sociais. Os recorrentes problemas, como os da destruição e queimadas das florestas, da educação, da previdência social, dos direitos trabalhistas, os da economia, o alto índice de desemprego, a fome de 15 milhões e a violência são pedras no sapato dos brasileiros, fazem parte de um todo, dependem da política adotada pelo governo. Exemplo: o capitão presidente diz: “inexiste fome, trata-se de invenção de comunistas e dos que querem derrubar-me”. O relatório da ONU, que reincluiu o Brasil no Mapa da Fome :”não passa de uma conspiração contra meu governo”, diz. Assim é que, esses disparates, misto de paranoia comprovam sua incompetência.
Com o advento da pandemia, aconteceu o recrudescimento da crise, o que é verdade, mas o governo não quis ou não teve competência para geri-la, preferindo discussões estéreis, culpa e transferência de responsabilidade para governos anteriores, significando transtorno de caráter e incompetência.
No meu sentir e nesse contexto, para uma análise precisa da crise, teremos de incluir influências de fatores externos, cujo nascedouro ocorreu no juízo da 13a. Vara Criminal de Curitiba, que conduziu a Lava-jato, a pretexto de acabar com a corrupção. O então juiz, Sérgio Moro, era estranho e excêntrico, dado aos holofotes e a autopromoção, foi quem deu o ponta pé inicial para que piorasse essa catástrofe atual. Hoje, após ser ministro da Justiça, o Sr. Sérgio Moro foi compensado como diretor sócio de uma das maiores empresas de consultoria dos USA, Alvarez & Marsal. Essa empresa tem como clientes, entre outros, a Norberto Odebrecht, em recuperação judicial, que foi condenada por ele, quando juiz. Então, que cada um avalie a conduta desse ex-juiz, O Sistema de Justiça restou exposto, desnudo e desacreditado. A forma desse criminoso conluio, amparada por interesses pessoais, políticos e pelas forças do atraso, produziu em cadeia a quebra dos agentes econômicos, pessoas físicas e jurídicas. Com a criminosa, repito, destruição da economia, o governo impotente e fragilizado, vitimiza-se, politiza a aguda crise sanitária, recorre ao charlatanismo, receitando remédios, mais uma revelação de sua estupidez e desprezo à ciência e à vida. Hoje, há quase um ano de pandemia, o governo não possui qualquer plano para o enfrentamento e controle da doença, perde tempo com discussões, desmoraliza-se diante de seus adversários, como é o caso da distribuição da vacina, sem mesmo tê-la. Por isso, entendo que, seu desejo é o de privatizar sua distribuição da vacina, criando conflitos com governadores, deixando a maioria indignada, outros em completa incerteza e insegurança. Em resumo, a estratégia política do governo Bolsonaro é, no caso, omitir-se de qualquer culpa e responsabilidade. São, hoje, cerca de 180,000 mortes e de 7.000.000 infectados, o que pouco importa ao capitão presidente. Retornando ao tratamento da política do meio ambiente, a destruição de nossas florestas, seus métodos são iguais e reprováveis, portanto.
Até o ano de 2016, quando se falava em politica de proteção ambiental e proteção de nossas florestas, nosso país era referência mundial. O presidente Bolsonaro não tem abordado o assunto com seriedade, mas com ironia e deboche, intitulando-se de “capitão motosserra”, fato que provocou reações e reprovação, internamente e, no resto do mundo. Esse discurso ocorreu na capital paulista, em 06 de agosto de 2019. Apesar dos números, dos milhares de quilômetros de florestas destruídas e queimadas, ele nega e desmerece as estatísticas. Em seu governo, o aumento do desmatamento e queimadas superaram os percentuais, ocorridos em qualquer outro governo. Assim, o governo do capitão passou a ser rechaçado, mundialmente, por não levar a sério a ciência, comprometer o clima e futuro da vida em nosso planeta.
Seu ministro do meio ambiente, Ricardo Salles é um condenado por crime ambiental, fala a mesma linguagem do capitão, incentiva o desmatamento e as queimadas, não promove políticas efetivas no sentido de reter esses crimes intercorrentes, ocorridos pelas ações de grileiros, a extração ilegal de madeira, invasores de terras públicas e dos indígenas etc.
A derrubada das florestas na Amazônia, as queimadas, sejam no Pantanal ou na Amazônia, cerca de 75% delas têm causas criminosas, por ações diretas do homem. O governo, não só, omite-se, como cede aos interesses do agronegócio, plantadores de soja, criadores de gado e garimpeiros, entre outros criminosos. O governo, por seu ministro e demais agentes públicos são criminosos, por conta dessa desastrosa política. A derrubada das florestas e as queimadas comprometem a saúde das pessoas, assim é sabido. Anualmente, no Brasil, 340 mil a mais de pessoas passam a sofrer problemas respiratórios e cardiovasculares. A omissão do governo, suas práticas autoritárias e ultrapassadas ocorrem em outros setores da administração pública, por exemplo o colapso da saúde pública e, o povo pobre é a maior vítima. As reações são pífias e inefetivas, diante do estarrecedor quadro, que o defino de dantesco. Nesses últimos 2 anos, a política atual no Brasil adotou uma espécie de liberalismo louco, dominado pelo fundamentalismo de mercado. A floresta amazônica está sem qualquer fiscalização e entregue a invasores, acima mencionados. Nos últimos 12 meses, o desmatamento na Amazônia sofreu um aumento de 34%, correspondendo a oito vezes a cidade do Rio de Janeiro, uma situação alarmante, base agosto de 2020. Dessa área devastada, apenas 10% é aproveitada, o resto, 90%, torna-se abandonada ou subutilizada, cujo destino é a formação de um deserto irrecuperável, terra irrecuperável ou imprestável.
Parte dessa terra devastada tornando-se pasto para criação de gado ou plantação de soja. Assim como, a madeira retirada, criminosamente, é também comercializada, ilegalmente e sem controle.
Hoje, inexiste órgãos de fiscalização. Segundo publicações na imprensa mundial, exemplifico relatórios da ONU, estudos especializados em diferentes órgãos, o jornal New York times diz: “a Amazônia é um lugar sem lei”, sua fiscalização já era ruim, hoje, deixou de existir”. Para o governo do “capitão motosserra”, essa questão é, meramente, narrativa, é efeito da globalização ou, de um movimento de esquerda, “uma conspiração contra seu governo”. As iniciativas de seu governo são delirantes, ele as justifica como efetivas para a destruição do comunismo, um perigo para o Brasil, que “se encontrava à beira da comunização e ele o salvou”. Esse pensamento profético orienta suas ações. Essa visão obedece a sua ideologia de que existe conspiração contra seu governo e contra o Brasil. Enquanto isso, nosso país torna-se pária internacional. A devastação de nossas floresta leva o mundo ao desespero, contribuindo para o aumento do efeito estufa e da temperatura global. Pra seu guru, auto declarado filósofo, Olavo de Carvalho, o da teoria de que “a terra é plana, o que existe é conspiração, inexiste efeito estufa por conta do desmatamento da floresta amazônica. Mas, a floresta está sendo aproveitada para o bem do Brasil, não considerando como importante a extração irregular e clandestina do ouro e de madeira, afirma. Na verdade, o Bolsonaro considera, parte de seu modelo, a exploração da floresta, estratégia para priorizar o agronegócio, modelo do Paulo Guedes. Vejo, pelas informações e pesquisas, merecedoras de credibilidade, o Brasil isola-se do resto do mundo, considerando seu viés ideológico, seu anticientificismo, cujas consequências serão desastrosas, para um futuro próximo, que produzirá mais fome, mais desemprego, mais miséria, resultado desse fundamentalismo de mercado, um profundo retrocesso e crise de difícil recuperação. Vejam em poucas palavras o resumo estranho, hoje, desafetos: de um lado, o então juiz Sérgio Moro com sua descarada ação contra a corrupção e do outro, o capitão Jair Messias Bolsonaro, com seu delírio do comunismo. O cadáver de seus crimes está exposto pra quem quiser vê-lo.
JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
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