Por Bolivar Meirelles –
Quero incluir, claro, no conjunto cidadãos, as cidadãs naturalmente. Se fossem camaradas de geração estariam, automaticamente, todos e todas no conjunto entendido. Entretanto, não é essa a discussão, não é de gênero. Como não sou jurista, mais fácil a mim, que transito pelas ciências sociais, abordar o tema. Fora das rígidas leis e da Constituição Federal, lei maior. A cidadania da população brasileira anda muito descuidada. A população, forma geral, vem cumprindo seus deveres. O Estado Nacional, em forte descuido, vem preterindo as pessoas, residentes nessa Pátria Brasileira, de seus direitos básicos. Respirar ar puro, alimentar-se, segurança, saúde, educação, assistência social.
Florestas em chamas. Água impura, rios poluídos, alimento caro, inacessível aos pobres, famintos e miseráveis.
Incrível observarmos as calçadas cariocas cheias de mendigos, “sem eira nem beira”, inclusive na antes elitista zona sul, principalmente Copacabana, Ipanema, Leblon. Falta assistência social. Violência urbana. Assassinatos em favelas, crianças mortas. Assassinadas por “balas perdidas”, (perdidas?). Seres humanos insensíveis, no Governo e fora dele, Sociedade plasmada num individualismo cruel das camadas altas. Cada vez o individualismo prossegue revigorado por “farinha pouca meu pirão primeiro”. Os que visitam os templos ao ouvirem “amar ao próximo como a si mesmo” entendem ser “o próximo”, filhos e netos, filhas e netas, apenas. Até aos mais idosos, mesmo que pais e avós, descartam como problemas. O individualismo, volto a dizer, campeia.
O Estado trata como peso financeiro as pessoas aposentadas e pensionistas. Servidores públicos. Pesados custos financeiros ao orçamento público. Reforma fiscal. Altos custos governamentais. Morte a eles! Cristãos da hipocrisia vociferam, morte aos improdutivos! Morte aos incapazes! Manutenção de recursos para pagamento da interminável e inauditada “Dívida Pública”. Sistema financeiro, bancos e banqueiros beneficiados. Extorsão de juros aos necessitados. Governo cego. Naturalmente por não querer ver. Filhos e amigos beneficiados. Corrupção crescente.
Governo devedor ao Povo Brasileiro. Negocia as terras, a água ostensiva, o aquífero, os minérios, solo e subsolo, a Base de Alcântara, o petróleo e o nióbio…, povo cada vez mais devedor.
Envolvimento em corrupção do alto escalão Federal, Estadual e Municipal. Abutres a sobrevoarem o território, os ares e os mares. Vendem tudo, Povo a míngua. Falta meio ambiente saudável, falta recursos financeiros capazes de resolver problemas sanitários, escolares, ambientais, alimentares, moradias para os excluídos da sociedade, falta segurança. Milicianos do mal aumentam sua influência. As leis beneficiam os já beneficiados econômica e socialmente. A militarização governamental aterroriza os mais simples e tenta os enquadrar aos desejos das camadas já beneficiadas. O Povo explorado já cumpre em excesso suas obrigações. O Estado está cada vez mais em dívida com o Povo e, agora, fugindo em assumir a vacinação contra a Covid 19, sela a sua incompetência trágica já em cima de 180.000 (cento e oitenta mil) cadáveres. General Pazuello, o tal do “um manda o outro obedece” o General da Cloroquina, nada entende de saúde mas… Ministro da Saúde. Para onde vamos Brasil? Para a contínua submissão popular ou, (quem sabe?) para o “estouro da boiada”? O Povo, aparente “carneiro de rebanho” acordará para um estouro na busca de “novos tempos e novos dias”.
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).
