Por Luiz Carlos Prestes Filho –
Para Bernardo Rossi, prefeito e candidato a reeleição de Petrópolis, no seu governo: “Petrópolis se tornou uma das 100 melhores cidades do país para fazer negócios e um dos 25 destinos mais promissores do mundo para o turismo pós pandemia”. Em entrevista exclusiva para o jornal Tribuna da Imprensa Livre, este jovem gestor, de uma das mais importantes cidade do Brasil, destaca que:
“A democracia no Brasil deve ser protegida a todo custo”
Luiz Carlos Prestes Filho: Como você vê a cidade de Petrópolis no atual contexto do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil? Aconteceu uma expansão de Petrópolis nacional e internacionalmente?
Bernardo Rossi: Petrópolis é considerada hoje um dos mais importantes municípios do Brasil, tendo em vista sua relevância histórica e cultural. Berço de inúmeros eventos culturais e esportivos, nossa cidade também se destaca pela gastronomia, seus polos, museus e riquezas naturais que atraem milhões de visitantes todos os anos. Estamos no caminho certo para o desenvolvimento econômico. Prova disso, é o reconhecimento de Petrópolis como uma das 100 melhores cidades do Brasil para fazer negócios. Figura ainda entre os municípios mais inteligentes e conectados do país. É também um dos destinos turísticos mais bem avaliados do mundo, com classificação A no Mapa do turismo nacional, sem falar que somos a cidade mais segura do estado.
Prestes Filho: Petrópolis – a cidade imperial e de negócios?
Bernardo Rossi: No meu governo, Petrópolis se tornou uma das 100 melhores cidades do país para fazer negócios e um dos 25 destinos mais promissores do mundo para o turismo pós pandemia. Além de ter conquistado o título de cidade mais segura do Estado, graças a um investimento constante em segurança pública, e o prêmio de cidade resiliente da ONU em agosto de 2017, por conta do trabalho de prevenção de desastres feito pela Defesa Civil. A cidade também alcançou o topo do turismo nacional, passando de classificação B para A no Mapa do Turismo Nacional, em 2018. E permanece com a classificação até hoje. Petrópolis também está entre os destinos turísticos mais bem avaliados do mundo de acordo com a Travellers’ Choice, prêmio anual do Trip Advisor. Foram conquistas importantes, que colocaram Petrópolis em um novo patamar, e precisamos avançar ainda mais.
Prestes Filho: As políticas de Meio Ambiente deveriam orientar as políticas de Turismo, Cultura e Desenvolvimento Econômico? Quais foram as principais iniciativas do seu governo nestas áreas?
Bernardo Rossi: Meio Ambiente e planejamento urbano caminham juntos no nosso município. Temos um território cercado por quase 70% de mata atlântica, ou seja, precisamos preservar para desenvolver. No meu governo, conquistamos em 2018 a melhor colocação no ranking do ICMS Verde da Região Serrana – 8ª entre as 92 cidades do Estado do Rio de Janeiro. Isso só foi possível graças a uma série de políticas públicas efetivas para preservação do meio ambiente. Após a reforma administrativa ainda no primeiro ano do meu governo, a Secretaria de Meio Ambiente ganhou novamente os setores de educação ambiental e de fiscalização, que contribuem neste sentido. Também destaco a criação da licença ambiental simplificada, que proporcionou ao empresário maior agilidade na legalização e no licenciamento de novas empresas na cidade, sem deixar de lado a preservação ambiental, sempre obedecendo a rigorosos critérios técnicos. Petrópolis ganhou duas novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural no entorno da Reserva Biológica de Araras: Caminho Real e São Miguel, com mais de 24,2 hectares preservados. Outro ponto foi a inauguração de três ecopontos durante essa gestão que ampliou o trabalho de coleta seletiva no município: Itaipava, Quitandinha e Araras, além do que já existia na Mosela. Entre as propostas que estão no meu plano de governo estão o fortalecimento do Projeto Rio Limpo para coleta de resíduos sólidos e manutenção das margens e desassoreamento; criar o Plano de Revitalização do Arboreto Urbano do Centro Histórico em parceria com as instituições de ensino superior, IPHAN e Secretaria Municipal de Meio Ambiente; implantar a nova fase do Parque Natural Municipal Padre Quinha, com ênfase na infraestrutura de Sede e Centro de Visitantes; dar prosseguimento à política de saneamento básico em comunidades carentes.
Prestes Filho: Deveríamos investir para consolidar a vocação de Petrópolis para a ciência, a tecnologia e a inovação?
Bernardo Rossi: Na nossa gestão, Petrópolis passou a ser o 1º município do Estado do Rio de Janeiro a ter uma Lei de Inovação, que prevê o incentivo a aceleradoras e incubadoras, parcerias com instituições de ensino superior para compartilhamento de laboratórios, a simplificação do processo burocrático para a instalação de novas empresas e criação do Plano de Inovação Municipal. Mas, não é só isso. Ações de desburocratização dos serviços – que facilitam a vida dos cidadãos – como o sistema de alvará online, renderam ao município o 2º lugar no programa Cidades Empreendedoras, do Sebrae. Petrópolis também apareceu, pela primeira vez, no ranking das cidades mais inteligentes e conectadas do País, além de se candidatar para sediar um laboratório de inteligência artificial. Queremos buscar um contato ainda mais próximo com o Serratec, buscando formas de atrair novas empresas e fomentar o setor. Temos polos universitários e de formação técnica, ou seja, mão de obra qualificada e tudo para ser a cidade da região que mais cresce anualmente no setor tecnológico.
Prestes Filho: As políticas de controle da ocupação do território da cidade estão adequadas e atualizadas? Quais impedimentos ainda existem do ponto de vista fundiário?
Bernardo Rossi: Petrópolis enfrenta com muita seriedade a questão da ocupação de encostas. Ainda em 2017, concluímos um levantamento completo sobre as áreas de risco da cidade, que é o Plano Municipal de Redução de Riscos, que identificou 234 locais com risco alto e muito alto. Mas este estudo não traz apenas o mapeamento, ele também indica ações para mitigar esse risco, como obras de contenção e o reassentamento de famílias. Duas coisas que nós estamos fazendo. Desde 2017, nós investimos R$ 4,7 milhões de recursos próprios em 20 obras de contenção. Além disso, temos uma política habitacional focada em reduzir o déficit na cidade garantindo segurança para a população. Estamos entregando o maior conjunto habitacional da história de Petrópolis, no Vicenzo Rivetti. São 776 moradias para pessoas que ficaram mais de 30 anos esperando. Temos mais mil unidades pré-aprovadas pelo governo federal para serem construídas no município, isso falando de casas populares. Além de construir essas unidades que foram pré-aprovadas, nosso objetivo para os próximos quatro anos é fortalecer ações de fiscalização para evitar construções em áreas de risco, potencializar parcerias com instituições de ensino superior para oferecer assistência técnica para elaborações de projetos de construção seguros.
Prestes Filho: Você está candidato a um novo mandato? Porque continuar? A política municipal apresenta novos desafios para os próximos anos? Quais serão as prioridades do seu novo mandato?
Bernardo Rossi: É uma alegria ter a oportunidade de falar sobre as conquistas e os planos futuros para a nossa cidade. Sou candidato novamente, primeiro porque amo Petrópolis e também porque nesses quatro anos avançamos muito, cuidando da nossa cidade com muita responsabilidade. Agora, mais do que nunca, tenho o dever de continuar fortalecendo nossas políticas públicas eficientes, reforçando nossa economia, principalmente no período pós-pandemia, com muitos projetos que valorizam nossos setores produtivos e atraem visitantes, investidores e novas empresas. Respeito ao servidor, cuidado com os nossos alunos da rede municipal, atendimento referência na saúde, cidade limpa e segura, continuar sendo um dos destinos mais promissores do turismo, condomínio industrial da Posse deslanchando. Esses são apenas alguns pontos que serão foco nos próximos anos da gestão Bernardo Rossi.
Prestes Filho: Quais as suas propostas para Saúde Pública? A prefeitura estava preparada para enfrentar a pandemia da Covid 19?
Bernardo Rossi: Posso afirmar que, mesmo em meio à uma pandemia sem precedente, continuamos avançando em nossos projetos para que a saúde pudesse dar o suporte necessário à população. Ou seja, com gestão, responsabilidade, planejamento e comprometimento, conseguimos cumprir com os compromissos assumidos e ainda desenvolvemos muitos outros programas, visando sempre a proteção e a melhoria da qualidade de vida da população. Protegemos os petropolitanos e servimos como exemplo a diversas outras cidades que não têm onde internar seus pacientes hoje ou que não acreditaram que a COVID-19 fosse capaz de causar tantos estragos. Todos os dias nos reunimos e planejamos os próximos passos e é por isso que muitas pessoas de outros municípios querem vir se tratar aqui. Aumentamos o número de leitos – são 122 leitos de UTI próprios e pactuados com unidades particulares para ajudar a saúde da cidade no combate ao novo coronavírus – criamos dois pontos de apoio (Centro e Itaipava) e estamos testando em massa a população. Essas ações permitiram que alguns setores da economia fossem flexibilizados. Lembro que quando assumi a prefeitura, algumas construções de novas unidades de saúde estavam paralisadas, como as UBS de Araras, Posse e Caxambu, e com gestão e responsabilidade, conseguimos concluir as obras. Só nos distritos as unidades beneficiam 20 mil pessoas. Outra conquista foi a UPA em Itaipava, uma reivindicação antiga e que virou realidade. Hoje a unidade beneficia mais de 90 mil pessoas. Isso permitiu a descentralização dos serviços, facilitando a vida de quem mora nos Distritos. No meu governo, também investimos na expansão dos atendimentos na atenção primária, com a ampliação de equipes em diversas UBS´s e PSF´s, como no Alto da Serra, que trabalhava com apenas uma equipe e, hoje, já possui quatro. Vale dizer, também, que com toda essa ampliação vamos conseguir chegar próximo aos 90% de cobertura dentro do município de Petrópolis. Lembro ainda que realizamos importantes reformas do Hospital Alcides Carneiro, em parceria com a Faculdade de Medicina, como a nova maternidade, a nova pediatria, o novo Centro Obstétrico, o novo laboratório de análises clínicas e ainda vamos inaugurar a nova UTI pediátrica. São investimentos de mais de R$ 20 milhões. Lembro também do novo setor de fisioterapia no Centro de Saúde e o Centro de Especialidades Odontológicas. Fizemos tudo isso com o objetivo de aumentar a capacidade dos nossos serviços de saúde. Estamos criando um verdadeiro legado para a saúde do município e trabalhando para que nossa saúde também seja referência na vida das pessoas que buscam o SUS na nossa cidade e vamos dar sequência neste trabalho. Quero dar prosseguimento aos Mutirões da Saúde em consultas, exames e cirurgias, no período noturno e durante os finais de semana, por meio do Programa Saúde em Dia. Também quero criar um Centro Especializado em Reabilitação CER II voltado para as pessoas com deficiências e seus familiares. A ideia é implantar o Centro de Imagem e Diagnóstico no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp e dar prosseguimento às obras e investimentos do Novo HAC. Além disso, vou dar seguimento aos seguintes projetos: criar o Programa Consulta Fácil com o serviço de teleconsulta; criar o Programa Saúde de Porta em Porta: instrumentalizar os profissionais de saúde com equipamentos móveis (tablets), para ações de visitas domiciliares e vigilância em Saúde, possibilitando o registro in loco e georrefenciamento dos atendimentos; criar o destacamento da Central de Ambulâncias – SAMU para os distritos; ampliar o terceiro turno nos postos de Saúde da Família; e ampliar o Programa Melhor em Casa.
Prestes Filho: No campo da Educação foi possível colher resultados positivos? Quais você destacaria?
Bernardo Rossi: Sim! Aumentei o número de vagas na educação infantil, uma carência na rede, por falta de investimento nas gestões passadas. Inaugurei novos espaços, todos adaptados e com toda segurança e estrutura necessária para o conforto das crianças, isso sem contar com a merenda, de qualidade, diversificada e com acompanhamento nutricional adequado, tendo, inclusive, cardápio diferenciado para os estudantes com restrições alimentares. 143 espaços foram reformados em um universo de 189 unidades, com cinco novas creches inauguradas em 2020, uma em 2018 e outra em 2017, além de construções e ampliações estão garantindo uma renovação na rede e criação de cerca de 2 mil vagas em creche até o fim deste ano.
Investi muito no ensino integral, passando de 4 para 24 escolas com esse tipo de atendimento. Aumentei a oferta de atividades no contraturno e oficinas lúdicas no contraturno escolar: Na Casa da Educação saltamos de 200 alunos atendidos para 1000 e no Centro de Ensino Darcy Ribeiro, passamos de 100 estudantes para mais de 300. A meta é aumentar ainda mais isso nos próximos anos. A educação pública de qualidade precisa também de materiais pedagógicos. Distribuí um conjunto por aluno da rede, totalizando mais de 42 mil kits. Sem falar nos kits esportivos e mobiliário escolar novo para as escolas da rede. Tudo isso foi conquistado na minha gestão. Meu plano de governo também inclui a ampliação do acesso às novas tecnologias, inserir na grade curricular aulas de robótica, desde a educação infantil até o ensino fundamental, visando despertar nos alunos a autonomia, a proatividade e interesse por outras áreas. Criar o Programa Escola Nota 10, programa de excelência objetivando as melhores condições de ensino para o aluno, como a continuidade das reformas nas unidades escolares, aquisição de novos mobiliários, criação de salas de leitura e brinquedotecas. Também quero viabilizar por meio de novas tecnologias a participação e acesso dos pais e responsáveis no acompanhamento da rotina e evolução dos estudantes. Além disso, assegurar a oferta de Ensino para Jovens e Adultos (EJA) que não tiveram acesso à educação básica na idade própria, e flexibilizar o turno de atendimento aos alunos para que possam frequentar as aulas no contraturno de seu horário de trabalho. Vale destacar, ainda, que, com a pandemia, a Educação teve que se reinventar. Criamos uma plataforma, sem custos para o município, para oferecer atividades pedagógicas para os alunos da rede. Os estudantes com dificuldade de acesso, recebem as atividades impressas, mas, isso nos despertou a necessidade de capacitação dos profissionais para o ensino híbrido (aulas presenciais e online ao mesmo tempo), ou seja, muita coisa vai mudar quando pudermos voltar as aulas presenciais, mas continuaremos usando a tecnologia.
Prestes Filho: Hoje os gestores públicos realizam programas para a Melhor Idade; Mulher; Afrodescendente e etnias. Na sua gestão foi possível melhorar as políticas públicas nestas áreas importantes?
Bernardo Rossi: Nós fizemos um governo voltado a atender todos os petropolitanos, ouvindo as demandas de cada segmento da população. Afirmamos a importância de todos os conselhos municipais, que cumprem um importante papel de discutir as políticas públicas para cada parcela populacional, como a população negra, as mulheres e os idosos. O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, por exemplo, é fundamental para a criação de políticas públicas voltadas para esta grande parcela da nossa população. Falando sobre a política voltada para as mulheres, avançamos muito na saúde com o maior investimento já feito na história do Hospital Alcides Carneiro, o maior hospital público da cidade. Foram investidos R$ 20,8 milhões, junto com a Faculdade de Medicina de Petrópolis, do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, que permitiu a construção do novo centro obstétrico da cidade, a ampliação de leitos de maternidade, que é referência para outras cidades, mais leitos de pediatria, teremos um novo banco de leite, e também foi feita a única Sala Lilás do interior do Estado. A Sala Lilás é um espaço que dá total privacidade e proporciona um atendimento humanizado para as mulheres que foram vítimas de violência e vão fazer o exame pericial. Outra conquista nessa área é o projeto “Minha Aurora”, criado pela delegada Juliana Ziehe e que é totalmente apoiado por nós, com um trabalho educativo importantíssimo feito junto aos estudantes da rede municipal para identificar casos de abuso sexual, além de ter estabelecido um novo protocolo de atendimento de vítimas de abuso sexual, para oferecer o kit de medicamentos para essa mulher de forma mais rápida. E o nosso Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), que a cada ano que passa consegue amparar ainda mais vítimas de violência e prestar todo apoio psicológico e jurídico que elas necessitam. Nossa proposta é criar a Casa da Mulher, reunindo em um só espaço todos esses trabalhos: a Sala Lilás, o Cram e ainda a Sala Violeta, que é o serviço oferecido no Fórum para que a vítima de violência obtenha medida protetiva em poucas horas. Falando sobre políticas para idosos, logo no início do governo nós ampliamos o Restaurante Popular, que é muito utilizado por essa parcela da população, com a oferta também do lanche da tarde. Também implantamos academias ao ar livre em cinco bairros, que permitem que os idosos façam exercícios físicos e cuidem da saúde. Oferecemos cursos de inclusão digital para atender, também, os idosos e, no início deste ano, antes da pandemia, oferecemos uma oficina para mais de 100 pessoas sobre como usar smartphones, para que eles possam ter mais autonomia e consigam interagir com outras pessoas através do celular. Na pandemia, fizemos o adiantamento de 25% do 13º salário dos aposentados em abril e distribuímos um kit de higiene com máscara, álcool em gel, lenço, luva, sabonete e uma cartilha com dicas de prevenção ao coronavírus. Para os próximos quatro anos, o objetivo é criar um programa voltado para promover atividades físicas permanentes para a população acima de 60 anos, criar um centro de convivência e uma Instituição de Longa Permanência do Idoso.
Prestes Filho: O Esporte ocupa um espaço estruturante na prefeitura? A juventude foi beneficiada?
Bernardo Rossi: No meu governo, o esporte avançou em três anos e meio, o que não avançou em 30 anos. Só com a construção ou reforma de equipamentos esportivos nos bairros são mais de 20 mil pessoas diretamente beneficiadas. Entregamos o Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), no Caxambu, e as quadras comunitárias dos bairros Morin, Pedras Brancas e Chácara Flora. Ainda estão em obras os espaços na Comunidade do Alemão, Vila São José, Posse e Oswaldo Cruz. No Vale do Carangola e no Amazonas, os trabalhos terão início em breve. Além disso, também entregamos as pistas de Skate e de Pump Track, em Itaipava. São equipamentos que, após a pandemia, vamos usar para a implementação de programas sociais que fomentem o esporte, além da realização de aulas, festivais e competições. Vale destacar ainda que criamos programas regulares nos bairros, como o Agita Petrópolis e o Festival das Comunidades, que atenderam quase 10 mil pessoas desde o início da gestão. Destaco também o crescimento dos Jogos Estudantis Unificados de Petrópolis (JEUPs), que envolveram mais escolas e alunos nos últimos três anos. Em 2019, por exemplo, batemos o recorde de escolas inscritas no JEUPs: 50. Foram mais de três mil jovens praticando atividade física ao longo de todo o ano. Como prefeito, trouxe um núcleo oficial da escolinha de Basquete do Flamengo, que fica na Estrada da Saudade, que atende cerca de 100 crianças e adolescentes e que abre espaço também para que façam outras atividades, como treinamentos no Rio, além de acompanharem o time principal do Flamengo no ginásio. Outros avanços esportivos importantes foram a criação de um calendário esportivo do município, o calendário de corridas de rua, além de parcerias público-privadas que permitiram que grandes eventos fossem realizados na cidade, como a Copa Internacional de Mountain Bike. Outras vitórias foram a desapropriação do terreno da Pista de Voo Livre do Parque São Vicente, permitindo que as competições voltassem a ser realizadas no município e a Lei de Incentivo ao Esporte. Com a pandemia, a prática coletiva, por enquanto, está suspensa. Os grandes eventos também. Mas mesmo assim, oferecemos outros tipos de atividades, como a primeira Copa Imperial de League Of Legends (LOL) e a Gincana online de games, que foram grandes sucessos entre os jovens. Recentemente, entregamos novas academias ao ar livre em Secretário, Nogueira e no Floresta, e vamos colocar em uso esses locais nos bairros. Quero ampliar o Programa Agita Petrópolis aumentando a oferta de atividades físicas e de lazer de forma gratuita em toda a cidade, implantar o Programa Agita 60+, promovendo atividades permanentes nas academias da Terceira Idade já existentes em Petrópolis, estruturar o Departamento de Esportes para pessoas com deficiência, por meio da aquisição de equipamentos para desenvolvimento e massificação do segmento desde sua base, promovendo esporte, atividade física e lazer. Também vou prosseguir na instalação de novas academias ao ar livre, além de ampliar o Programa de reformas e melhorias de quadras poliesportivas.
Prestes Filho: A parceria com a iniciativa privada na sua gestão foi prioridade? Como gestor público foi possível colaborar para com a valorização das marcas e das empresas de Petrópolis nas áreas: têxtil; metal mecânico; computação; comércio; transporte; outras?
Bernardo Rossi: As PPPs são importantes e necessárias para o desenvolvimento de qualquer cidade. Visando acelerar o fomento de projetos que possam tornar a cidade cada vez mais atrativa, inteligente e com foco na eficiência energética e conectividade, em 2019, criei, através de um decreto, um Grupo de Trabalho (GT) de Apoio ao Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas, com atribuições como auxiliar na modelagem dos projetos de interesse do município e subsidiar a administração na estruturação de empreendimentos com objetivo de concessão comum ou permissão de serviços públicos. O GT é multidisciplinar, formado por profissionais de vários segmentos e três projetos estão sendo analisados no formado de PPPs: Eficiência energética (diminuição de gastos com energia nos prédios públicos), nova modelagem do Parque de Exposições em Itaipava e o projeto “Cidade Inteligente”, criado pela empresa Enel X, cujos estudos para implantação de novas tecnologias na cidade – sem custo para a municipalidade. Além disso, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, criamos o Espaço Empreendedor, para acolhimento de novos empresários e também daqueles que desejam ampliar os seus negócios com a centralização de serviços para facilitar e desburocratizar os serviços, facilitando a vida de quem deseja investir na cidade. Em 2019, para que Petrópolis se tornasse ainda mais atrativa para novos investimentos, criamos um pacote de incentivos fiscais para atualizar e ampliar os benefícios para empresas que investirem na cidade. A Lei alterou e ampliou incentivos fiscais concedidos pelo município para empresas de diferentes segmentos – entre as quais empreiteiras responsáveis por projetos para construção de habitação popular, como o Minha Casa Minha Vida e empresas do setor têxtil e aviação. A nova Lei de incentivos fiscais beneficiou todas as empresas, prevendo redução de alíquotas de ISS a 2%, estabeleceu prazos de incentivos fiscais fixados em até 35 anos, além de ampliação e prorrogação de incentivos fiscais anteriormente concedidos. A lei alterou também a lei 7.199/14, permitindo que empreendimentos possam receber também diferentes tipos de incentivo cumulativos, como por exemplo isenção de IPTU pelo período de 120 meses, a contar do habite-se, para todas as faixas; isenção de imposto de transmissão de bens imóveis (ITBI) para os faixas 2 e 3; isenção de ISS para construção para todas as faixas.
Prestes Filho: Sua família tem tradição na política em Petrópolis? Conte sobre seu pai e sua mãe, sobre sua família.
Bernardo Rossi: Sou nascido e criado em Petrópolis. Minha mãe, Valéria, dedicou sua vida à educação. Foi professora da rede estadual e meu pai foi comerciante. Sou casado com a arquiteta Sabrina Noel, pai do Bernardinho e da Beatriz. Desde a adolescência sempre fui engajado na política, interessado na construção de políticas públicas municipais. Sempre quis ser prefeito da minha cidade. Fui vereador, deputado estadual e consegui realizar meu sonho da cidade que amo, me tornei prefeito e assumi o mandato em 2017.
Prestes Filho: Como você iniciou na política? Como você vê o seu futuro?
Bernardo Rossi: Tenho 40 anos, me formei em Direito em 2002, na Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Fui eleito vereador pela primeira vez em 2004 e reeleito em 2008. Nos meus mandatos no legislativo municipal e como presidente da Câmara fui responsável pela realização de um concurso público depois de 30 anos, dei fim na contratação de parentes, reduzi o período de recesso parlamentar e devolvi mais de R$ 1 milhão à prefeitura, fruto de economia. Já em 2010 fui eleito deputado estadual e em 2014 fui reeleito com 56.806 votos, o mais votado na história de Petrópolis. Nos dois mandatos apresentei mais de 250 projetos e indicações que beneficiaram a cidade e toda a Região Serrana. Para garantir o desenvolvimento da economia, atuei para a renovação da chamada Lei da Moda, que garantiu ICMS reduzido para a indústria da confecção até 2018 e a adoção de tributação diferenciada para a produção de cerveja artesanal, setor que vem crescendo em toda a região, assim como a produção de móveis que também recebeu benefício fiscal para se consolidar e expandir. Na área da saúde, aprovei leis pioneiras no estado focadas na saúde da mulher: a vacina contra o HPV foi uma iniciativa na Alerj e acabou se tornando um programa em todo o país pelo SUS. E o Estado do Rio, por força de lei de minha autoria, ganhou autonomia para critérios para a mamografia ampliando a faixa etária – a partir de 39 anos – para as mulheres, que passaram a ter resguardado o direito de fazer o exame de graça na rede pública. Na Assembleia do Estado do Rio, ocupei a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do parlamento estadual, e atuei como vice-corregedor da Casa. Minha experiência como administrador público também inclui a Secretaria de Estado de Habitação, que assumi em 2015 e fiquei no cargo por 12 meses. Na ocasião, inseri Petrópolis em todos os programas do setor desenvolvidos pelo Estado: construção de casas, indenizações, aluguel social, prevenção em habitação, regularização fundiária e incentivo à aquisição de casas pelos servidores públicos. No futuro me vejo contribuindo ainda mais para o desenvolvimento da minha cidade. Minha missão é garantir que no período pós-pandemia, Petrópolis retome com força total suas potencialidades econômicas. Mesmo na pandemia, avançamos com a chegada de uma rede atacadista e anúncio de expansão de outro mercado da cidade que vai abrir mais duas mil vagas. Nosso Condomínio Industrial da Posse já tem mais de 20 empresas interessadas em se instalar no local e 3 delas já assinaram protocolo de intenção de instalação. Vejo um futuro de ascensão econômica, geração de empregos e de Petrópolis conhecida cada vez mais como um destino promissor e ótimo local para se fazer negócios.
Prestes Filho: Você acredita que o instituto constitucional das eleições é a base da democracia? A democracia é o sistema político que deve ser protegido e fortalecido?
Bernardo Rossi:
Sim. O sistema democrático de direito é uma conquista e deve ser fortalecido sempre. O voto legitima a vontade do povo e é uma forma de mostrar o direito do cidadão em escolher seus representantes para que eles possam contribuir na construção de políticas públicas eficientes para o município. O voto é importantíssimo para a prática da cidadania. É o que torna a sociedade mais forte, justa e equilibrada. A democracia deve ser protegida a todo custo.
Prestes Filho: A reforma tributária pretendida pelo governo federal pode ter um impacto positivo para a prefeitura? Teria o mesmo peso que representaram as reformas da previdência e a trabalhista?
Bernardo Rossi: Essa é uma discussão que interessa toda a sociedade brasileira, em qualquer nível da federação. A reforma tributária que o país precisa passa por dois pilares fundamentais: nós precisamos de um sistema tributário mais simples e moderno para o contribuinte e que, ao mesmo tempo, seja capaz de dar segurança a empresários e investidores, para que consigam enxergar o Brasil como um ambiente favorável para negócios. Isso se torna ainda mais primordial num contexto de pandemia. O país tem uma carga tributária que precisa ser redesenhada para permitir uma maior geração de emprego e renda, aumentar a produtividade e, consequentemente, aquecer a economia. Mas eu também ressalto que é extremamente necessário e é uma boa hora para pensar em um sistema que também diminua a dependência dos estados e municípios do governo federal, que permita uma maior independência entre os entes federativos, tornando a execução dos programas e das ações dentro do município mais rápida e mais eficiente para a população.
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Cineasta, formado na antiga União Soviética. Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local, diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009). É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
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