Redação

Um grupo que se autodenomina “think tank” da “militância político cultural conservadora”, bolsonarista e olavista, convocou pelas redes sociais uma campanha para que empresários e comerciantes reabram seus negócios, contrariando recomendação de autoridades sanitárias para que todos respeitem o isolamento social como medida preventiva à covid-19.

Inspirado na Black Friday, a campanha foi apelidada de Black Week Bolsonaro pelo grupo, chamado Soberanistas. Pelo cronograma previsto, a reabertura em massa deveria ter começado ontem, o que não ocorreu.

“Todos os estabelecimentos empresariais, comerciais, autônomos, prestadores de serviço, todo o povo que trabalha, deve abrir as portas e retornar ao trabalho. Vamos todos comprar muito. Pelo Brasil, todas as empresas vão fazer um grande Black Friday durante a semana, com preços lá embaixo”, diz Valquíria Lopes, uma das líderes do Soberanistas e responsável pela apresentação do vídeo.

“Saia de casa, vá de carro, coloque a bandeira do Brasil, buzine e compre muito na Semana Nacional de Reabertura do Comércio. A semana Bolsonaro será um sucesso”, continuou. O vídeo foi retirado do ar pelo Twitter por violação aos termos da rede social após ser denunciado por vários seguidores, que consideraram a publicação um atentado à saúde.

Veja o vídeo:

Em outro vídeo publicado nas redes sociais, Valquíria condenou o que chamou e censura da esquerda. Em suas postagens, há ataques a desafetos do presidente Jair Bolsonaro, como os governadores João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ). Também há críticas duras a jornalistas e publicações em defesa da família Bolsonaro. Em seu perfil, Valquíria se apresenta como bolsonarista. “Detesto isentões, feminina e anti-feminista”, escreveu.

Esta não é a primeira vez que bolsonaristas lideraram uma campanha para reabrir o comércio em cidades e estados onde os governantes mantiveram em funcionamento apenas atividades essenciais.

Várias carreatas organizadas pelo país pediram a volta à normalidade sob a alegação de que apenas idosos e pessoas com doenças preexistentes devem se isolar, reverberando a tese do presidente. E contrariando as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que defendem o distanciamento social ampliado como método mais eficaz para combater o coronavírus.

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Fonte: congresso em Foco