Por Alcyr Cavalcanti –
O ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega o “Urso Polar”do Batalhão de Operações Especiais da PM, o temível BOPE foi morto em um sítio em Esplanada, no interior da Bahia, segundo as autoridades após intenso tiroteio.
Dias atrás ele estava uma casa luxuosa na Costa do Sahuipe, litoral baiano, mas fugiu quando soube que estava sendo caçado. Adriano era considerado fugitivo, embora seu nome não figurasse na lista do ministro Sergio Moro, dos criminosos mais procurados do país. O sítio onde ficou abrigado durante uns dias, pertence ao vereador Gilsinho da Dedé do PSL, partido onde até pouco tempo estava sua maior liderança, o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos. Dias antes de ser morto declarou a seu advogado Emilio Catta Pretta que temia ser morto por saber demais, se fosse preso temia ser morto na prisão, se fosse capturado sabia que iria ser executado em uma “Queima de Arquivo”. O problema e que segundo dizem por aí, muitos outros “Arquivos Vivos” circulam pela bela cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O vereador baiano alegou nunca ter visto o ex-capitão e disse que sua casa foi invadida pelo miliciano sem o seu conhecimento. Cerca de dez policiais cercaram o sítio e tiveram o apoio de dois policias do serviço de inteligência da policia carioca. O secretário de segurança da Bahia Maurício Barbosa afirmou que o ex-capitão atirou com uma pistola austríaca ao receber voz e prisão e por isso teve de ser abatido.
O capitão PM Adriano era um brilhante oficial, considerado como herói, inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro que fez uma defesa emocionada para inocentá-lo, ao dizer que estava a ser condenado injustamente, sem direito de defesa. Foi homenageado com uma moção na ALERJ pelo então deputado Flávio Bolsonaro que destacou “Que o capitão Adriano exercia sua função com muita dedicação e galhardia”.
Mesmo preso recebeu a maior comenda da Assembléia Legislativa, a Medalha Tiradentes das mãos de Flávio Bolsonaro. Foi preso várias vezes, uma vez foi acusado e depois absolvido da tentativa de execução de Rogério Mesquita. Foi também acusado de envolvimento com a contravenção, tendo sido segurança do banqueiro de bicho Maninho filho e sucessor de Valdomiro Paes Garcia patrono da ES Salgueiro. Tinha relações de amizade há anos com Fabrício Queiroz, desde a época em que serviram juntos no mesmo batalhão. Fabrico também teve durante muito tempo relações de amizade com o presidente Jair Bolsonaro.
ALCYR CAVALCANTI – Fotógrafo, jornalista, professor universitário, ex-presidente da ARFOC, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, Última Hora e o jornal O Dia.
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