Por Aparecida Evaristo –
Apesar de a igualdade ser um direito fundamental e universal, as mulheres em todo o mundo enfrentam a violência estrutural por uma questão de gênero.
Para atingirmos o desenvolvimento socioeconômico com justiça social plena, precisamos superar a barreira da desigualdade. O governo Lula tem contribuído para a conquista, a consolidação e a proteção da igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres.
O mundo do trabalho ocupa um lugar central na sociedade, representando o progresso social e econômico, a autonomia e a inclusão social. No entanto, apesar das políticas públicas adotadas, a ascensão das mulheres ainda enfrenta grandes obstáculos.
Mesmo com a Lei da Igualdade Salarial, a desigualdade salarial entre homens e mulheres aumentou cerca 20% nos últimos três meses de 2023. De acordo com o IBGE, a média salarial dos homens foi a R$ 3.233, enquanto a das mulheres ficou em R$ 2.562.
Infelizmente, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, no segundo mandato Lula, não freou a escalada da violência contra a mulher no Brasil. Pesquisa divulgada pelo DataSenado na semana passada mostra que 68% das brasileiras, ou seja, cerca 71 milhões de mulheres, têm uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu violência doméstica. Rio de Janeiro, Rondônia e Amazonas são os estados com maiores índices de mulheres que declaram ter sofrido violência doméstica ou familiar provocada por homem. E elas não têm dúvidas, toda essa violência é provocada pelo machismo estrutural do país.
A discriminação racial é mais um fator que agrava a desigualdade no Brasil. As mulheres negras são as principais vítimas da violência, ocupam vagas de trabalho precárias, são discriminadas, são ignoradas, têm menor poder de decisão, recebem salários menores e precisam negligenciar a atenção aos seus próprios filhos.
Embora, aos poucos, as mulheres estejam conquistando direitos por muito tempo negados, ainda temos um longo caminho a percorrer em busca de mais equidade. A representatividade é um aspecto fundamental para a mudança de paradigmas. A organização e os debates são cruciais para a inibir a violência e reverter a política de baixos salários, de precariedade, de injustiças e desigualdades. As mulheres devem estar presentes em todos os níveis de poder, assumindo as lideranças e o que mais desejarem.
Mais direitos, mais respeito!
APARECIDA EVARISTO é vice-presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (SINPOSPETRO-RJ)
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