Por Terezinha Saraiva –
O Ministério da Educação não apresentou aos Estados e Municípios qualquer orientação para início do ano letivo.
Por força disso, os Estados estão estabelecendo diversas estratégias, fortalecendo as estratégias para conter a evasão escolar, apostando no reforço da aprendizagem para o novo ano letivo, que está às portas.
A grande preocupação está na alfabetização dos menores que, no período das aulas remotas ocorreu de forma ainda mais desigual.
A volta às aulas presenciais é uma posição defendida por todos os educadores, sugerindo a suspensão, apenas, se houver casos positivos na escola.
O fato do MEC não ter oferecido orientação foi, de outro modo, positivo. Os estados apresentaram diversas sugestões.
No Rio de Janeiro, a aposta é no projeto M.A.E. – Mulheres Apoiando a Educação. O estado vai contratar 9,4 mil mulheres para dar suporte às equipes pedagógicas e social das escolas, recebendo um salário mensal de R$ 1 mil reais, por um ano.
Já em São Paulo, a rede escolar vai direcionar esforços para a recuperação. Além de aulas para os alunos que não apresentarem um bom nível de aprendizagem, a rede escolar vai permitir o agrupamento de estudantes por nível de aprendizado.
Em 2021, em São Paulo, foi aplicado o programa Aprender Juntos, em 26 escolas e os resultados foram bons.
A gestão paulista também vai contratar profissionais alfabetizadores para o 6º ano. Está em estudo reforçar o número de psicólogos para cuidar da parte emocional dos alunos.
E a Bahia, o que decidiu fazer no início do ano letivo de 2022? Incluir uma refeição a mais por turno para ajudar no combate à evasão escolar, garantindo a segurança alimentar dos alunos. O estado é um dos que adotam a estratégia de busca ativa para recuperar estudantes evadidos.
No Ceará, a busca ativa recuperou 12.792 alunos entre setembro e dezembro de 2021. Lá, o programa tem ajuda dos alunos monitores, que recebem R$ 1.200 reais mensais para trazer alunos evadidos.
Em Alagoas, a busca ativa garantiu, em 2021, a redução de 68% da evasão escolar em todo o ensino público estadual, que já tinha registrado 35 mil alunos evadidos, na pandemia.
Este ano, Alagoas, vai utilizar o Cartão Escolar 10, que paga R$ 2 mil aos estudantes que concluírem o ensino médio regular e da EJA, além de R$ 100 mensais aos alunos com frequência acima de 80%.
Até o início do ano letivo devemos conhecer o que os demais estados vão apresentar para combater a evasão e o reforço na aprendizagem.
Os professores, diante da calamidade da pandemia, foram chamados a pensar em caminhos novos para o processo ensino-aprendizagem dos alunos, a começar por tentar resgatar a diferença que os alunos estão apresentando em sua aprendizagem.
O ensino remoto foi uma tentativa no longo período em que as escolas estavam fechadas, mas já se sabia que, com ele, era impossível ter uma hegemoneidade no processo de aprendizagem dos alunos.
Soma-se a isso, buscar os alunos que se evadiram ao longo dos quase 2 anos em que as portas das escolas se fecharam.
Os professores estão diante de um grande desafio, mas eu acredito neles.
TEREZINHA SARAIVA é educadora e ex-secretária de Educação do Rio de Janeiro.
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