Por Miranda Sá

Ouvi quando menino uma anedota referindo-se à ingenuidade dos fazendeiros do interior que visitavam o Rio cheios da grana.

Um vigarista chegava-lhes e oferecia-lhes à compra de um bonde, que os donos da empresa Light & Power Company estavam dispostos a vender. Acertado o preço, o malandro embolsava o dinheiro e, em vez de bonde o matuto ficava a ver navios….

De trapaceiros o mundo está cheio, por isto gosto de repetir Maquiavel que escreveu: – “Aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”, e lembro também a história dos estudantes que combinaram explorar um português que morava na mesma pensão que eles e exibia preso ao colete um relógio de ouro que era apelidado de “Cebolão”.

A rapaziada acertou com um ourives amigo de loja próxima para negar a legitimidade do Cebolão do lusitano; e assim se deu: um dos jovens falou que o relógio não era de ouro e desafiou o dono a apostar cem mil reis pata comprovar. O português topou, e foram ao relojoeiro que preparado disse que era folheado.

Passados os dias e gasto o dinheiro em farras, os estudantes usaram um colega novato para outra aposta com o português afirmando que o relógio era de ouro. Contratada a aposta por duzentos mil reis, foram a outro ourives que garantiu ser o relógio de ouro legítimo.

Passado o tempo, os moços quiseram repetir a trapaça, e um deles perguntou ao pensionista se o Cebolão era de ouro. O português, escaldado, respondeu: “Às vezes é de ouro, outras vezes não é”. E acabou com a exploração que sofreu.

Por falar em relógio chegamos ao Piaget de Lula e o Rolex de Bolsonaro, ambos de alto valor no mercado, sendo o Piaget cotado de R$80 mil a R$150 mil, e o Rolex cravejado de diamantes foi cotado, vendido e recomprado por aliados do ex-Presidente, por 68 mil dólares.

O “Operário” do Partido dos Trabalhadores envergonhou-se sendo descoberto com o Piaget no pulso e disse tê-lo recebido de presente; quanto ao Rolex do Capitão, revelou-se, segundo a PF, uma transação realizada de forma escamoteada cheia de militares.

São estes dois trapaceiros que na polarização eleitoral dividem os votos da massa ignorante e torcedora fanática das bandeiras azul e encarnada.

Não estou inventando nada; divulgo como apelo aos que têm consciência, patriotas e democratas, para que abominem esta odiosa situação que reduz a nossa Pátria a um valhacouto de malandros.

Na verdade, trapaceiros de Piaget e Rolex auto se assumem como “de direita” e “de esquerda”, para iludir quem quer ser iludido….

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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