Por Sérgio Cabral Filho

Tenho visto inúmeras iniciativas na retomada dos investimentos de infraestrutura no país.

Não faltam razões para que se retome, a lava jato destruiu as companhias brasileiras de infraestrutura de porte internacional. As grandes obras que geram empregos diretos e indiretos foram abandonadas. Obras que geram cultura de conhecimento na engenharia e na pesquisa foram abandonadas, com raras exceções.

Tenho acompanhado com alegria a retomada, mas triste por não ver a ampliação da malha metroviária dentro do escopo prioritário das grandes obras. Já disse aqui e repito: metrô é prioridade nas grandes cidades brasileiras. E de preferência subterrâneo, pois não afeta a paisagem da cidade e nem divide regiões, como o de superfície. Aqui na cidade do Rio de Janeiro se vê apenas um esforço de compras de novos ônibus biarticulados que transportam menos de 10% dos passageiros que o metrô transporta. Algo pífio. Sem a dimensão de atendimento digno às massas trabalhadoras que se deslocam diariamente pelo Rio.

Meu governo dobrou a extensão subterrânea do metrô. Éramos a maior obra de infraestrutura urbana do Brasil. Milhares de operários, técnicos e engenheiros qualificados que hoje estão espalhados pelo país e pelo mundo, pois no Rio não encontram trabalho. Ou subempregados se virando para viver.

Precisamos de um pacto dos três níveis de governo para a ampliação da rede metroviária. Pacto e compromisso de investimento. Envolvendo os entes federativos e concessionárias que já exploram o serviço ou desejosas de operá-los. Passa pelo BNDES, banco que tradicionalmente financiou o que temos de metrô no Brasil. Mas que deve envolver outras fontes de financiamentos nacionais e estrangeiras, como o Banco Interamericano (BID), Banco Mundial (BIRD), por exemplo.

Trabalhei com diversas fontes de financiamento durante meus oito anos de governo. O Rio foi o primeiro estado sul americano a obter grau de investimento das agências de risco internacionais.

Metrô sensibiliza todas essas fontes de financiamento. Não há controvérsia entre os técnicos da necessidade de ampliação da malha metroviária nas grandes cidades.

Aqui no Rio, além da medíocre renovação de ônibus biarticulados (o passageiro que desembarca na estação do metrô Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, se depara com um biarticulado para seguir viagem. Imaginem! 1,8 mil passageiros para entrar em latas bi articuladas velhas ou novas em que cabem 180 passageiros…um simulacro de transporte de massa!), há uma situação angustiante: a incapacidade de concluir uma estação de metrô! A obra da estação da Gávea está parada há anos. É constrangedor e inexplicável. Peguei situações como essa. A estação Uruguai do metrô carioca, na Tijuca, estava inacabada há décadas. Concluímos a obra. A estação Cantagalo, em Copacabana, estava inacabada. Concluímos a obra. Fizemos cerca de 20km de metrô subterrâneo, a Linha 4, e acabamos com uma baldeação na estação Estacio para os trabalhadores que usam a Linha 1, motivo de desconforto e perda de tempo e ainda a estação Cidade Nova, de frente para a sede da prefeitura do Rio.

Os trens do metrô foram renovados. Eram da década de 70 e 80. Quebravam a toda hora e o ar condicionado não funcionava.

Bem, insisto no tema e me senti obrigado a contar nossas conquistas para exemplificar a você, leitora e leitor, que é possível fazer. Metrô é qualidade de vida!

SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.

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