Por Sérgio Ricardo –
A siderúrgica alemã TKCSA (atual TERNIUM) é a principal poluidora da cidade do Rio de Janeiro, LANÇA DIARIAMENTE MILHARES de toneladas de gases tóxicos altamente prejudiciais e nocivos à Saúde Humana e ao Meio Ambiente, despeja no ar, sobre as casas, quintais, árvores, manguezal, ruas e escolas da populosa Zona Oeste carioca.
Puro RACISMO AMBIENTAL já que a instalação desta mega siderúrgica foi proibida de se implantar em toda a na Europa exatamente por ser altamente poluente e representar uma atividade de alto risco de desastres ambientais!
Ou seja: a TKCSA/TERNIUM utiliza num país periférico do capitalismo ou “em desenvolvimento” – como é o caso do Brasil -, um “duplo padrão tecnológico”: para isso, aqui conta com a conivência e prevaricação de autoridades públicas federais, estaduais e da Prefeitura do Rio de Janeiro para adotar tecnologias sujas e obsoletas extremamente poluentes e perigosas, que sabe-se desde os anos 1970/1980 jamais seriam aceitas pela população e nem muito menos autorizadas nos países centrais ou ditos “desenvolvidos”.
Desde o início da década de 2000, os pescadores artesanais da Baía de Sepetiba, o Movimento Baía Viva e vários outros movimentos sociais, e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da UERJ, vem alertando para os impactos e danos que seriam provocados pela intensa poluição atmosférica que seria gerada na região a partir da entrada em operação da poluidora siderúrgica alemã TKCSA/TERNIUM que foi ilegalmente instalada no populoso bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Estavam certos: grande parte da população local e os próprios operários desta corporação da poluição tem adoecido devido aos danos à saúde provocados pelo lançamento de MILHARES DE TONELADAS POR DIA de pó de grafite (popularmente conhecida como “Chuva de Prata”) e outros poluentes atmosféricos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente lançados no ar.
Desde que ocorreu seu ilegal e fraudulento processo de licenciamento ambiental pela SEAS / INEA com a conivência da Prefeitura do Rio de Janeiro, os dados das poucas unidades de saúde existentes naquela região, vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), tem constatado um aumento expressivo de doenças respiratórias e pulmonares e a alta incidência de câncer e óbitos.
Há que se destacar que no estado do Rio de Janeiro, existe um verdadeiro “apagão” de dados oficiais sobre a saúde ambiental dos ecossistemas e a saúde humana, em especial sobre a situação de vulnerabilidade das populações e comunidades tradicionais (como pescadores artesanais) que vivem ao lado ou próximo de grandes empreendimentos industriais, como é o caso dos altamente poluentes polos siderúrgico instalado na Baía de Sepetiba (TKCSA/TERNIUM) ou o pólo petroquímico da REDUC na Baía de Guanabara.
Outra flagrante ilegalidade é o fato de que o “monitoramento da qualidade do ar” está a cargo de responsabilidade da própria siderúrgica, através do chamado “auto monitoramento do ar e da água”!
Isso mesmo! Esta corporação transnacional da poluição, que foi proibida de se instalar em toda a Europa por seu elevado grau de poluição atmosférica, aqui no Brasil é beneficiária direta dos imorais e falaciosos programas “PROCON AR” e “PROCON ÁGUA”, sendo que estes – por incrível que pareça! – curiosamente são vinculados e autorizados pelas omissas e coniventes Secretaria Estadual do Ambiente (SEAS) e ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ) que, num passado bem recente, licenciaram sua operação também irregular!
Pior ainda: no estado do Rio de Janeiro, TODAS as grandes empresas ou indústrias poluidoras adotam – com autorização dos órgãos ambientais que os licenciaram, os inadequados -, os pouquíssimos transparentes de informações e completamente insuficientes “PROCON AR” e “PROCON ÁGUA”, em que segundo a SEAS/INEA as próprias poluidoras teoricamente produziriam dados ambientais sobre poluição/contaminação ambiental e agravos à saúde que, na prática, poderiam lhes incriminar como prevê a Lei Federal dos Crimes Ambientais (no. 9605/1997).
Além disso, trata-se, portanto, de uma grande fraude que tem colocado em risco a saúde e a vida das pessoas impactadas, já que há comprovada manipulação de dados e os sucessivos desastres ambientais (vazamento de substâncias tóxicas, “Chuva de Prata” etc) são omitidos ou ocultados da população pela empresa e, infelizmente, também pelos órgãos ambientais!
As impactantes dragagens de milhões de metros cúbicos de lama tóxica realizadas pela TKCSA/TERNIUM do fundo da Baía de Sepetiba, que desde os anos 1980 tem trechos contaminados por metais pesados, provocou diversas mortandades de peixes, e sedimentou a entrada de rios e tirou a renda de 8 mil pescadores artesanais que visivelmente passam por um processo de desmantelamento cultural e forte empobrecimento; além destas comunidades pesqueiras apresentarem problemas de segurança alimentar e nutricional.
Entre 2015/2016, durante a “crise hídrica”, a TKCSA/TERNIUM construiu ilegalmente uma barragem (“soleira submersa”) no canal do Rio São Francisco que deságua na Baía de Sepetiba impedindo a circulação das embarcações dos pescadores artesanais, impedindo o Direito de ir e vir destes trabalhadores/as do mar.
#PARE TKCSA/TERNIUM (PACS) antes que seja tarde demais!
@movimentobaiaviva
SÉRGIO RICARDO VERDE – Ecologista, membro fundador do movimento BAÍA VIVA, gestor e planejador ambiental, produtor cultural, engajado nas causas ecológicas e sociais, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
MAZOLA
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