Por Iata Anderson –
O Real Madrid não pode esperar.
É uma máquina avassaladora de colecionar títulos importantes e precisa ser respeitado, mesmo por quem não tem nenhum compromisso com a ética. As bravatas de vestiário devem ser evitadas para que, mais adiante, não tenham o dissabor de passar por idiota, no momento em que o mundo se transforma a cada segundo e os valores também. Seria sensato observar o que está por trás dos muros de Valdebebas (Centro de Treinamento dos Merengues) para ver como atuam verdadeiros profissionais e como se constrói a cada competição a história do maior clube de futebol do planeta, que acaba de conquistar o octacampeonato mundial, igual à soma dos dois seguidores mais próximos, Milan e Bayern, cada um com quatro títulos. Sozinho, tem quase o mesmo número de títulos de todos os clubes brasileiros juntos. São Paulo (3), Corinthians e Santos (2), Flamengo, Grêmio e Internacional (1). O presidente Florentino Peres, disse, um dia, que “jogando bem o Real Madrid ganha de qualquer um, jogando mal, nem todos ganham dele”, uma constatação presente temporada após temporada, título após título. História que começou na segunda metade da década de 1950, quando a UEFA instituiu o que hoje chamamos de Liga dos Campeões, ou “Champions” para os íntimos. Com um dos maiores ataques de todos tempos, formado pelo brasileiro Canário, o espanhol Luis Del Sol, o argentino Alfredo di Stéfano, o húngaro Ferenc Puskas e o espanhol Gento, ganhou os cinco primeiros torneios, tetra e pentacampeonato nunca igualados (1955/56, 56/57, 57/58, 58/59, 59/60 deixou de ganhar em 60/61 para vencer pela sexta vez em sete anos na temporada 61/62, sendo Francisco Gento López o único jogador a ganhar o torneio de clubes mais importante da Europa seis vezes. Querendo sempre mais títulos, o visionário presidente Florentino Pérez resolveu montar um supertime no ínicio dos anos 2000 para fazer frente ao fantástico time do Barcelona, de Guardiola, que dominava o mundo do futebol. No início do novo século contratou o português Luis Figo, pontapé para a formação do grupo que ficou conhecido como “Galacticos”, se desfazendo no verão de 2007, com a saída de David Beckham. Entre os contratados estavam os brasileiros Roberto Carlos, Ronaldo Fenômeno, Julio Batista, Robinho, Kaká, além de Zinedine Zidane, Michael Owen, Sergio Ramos e os espanhóis Iker Casillas e Raul González Blanco, formados no clube. A história fala de 35 Campeonatos Nacionais, 14 Champions, 12 Supertaças da Espanha, 5 Supercopas da Europa, 2 Taças da Uefa, 19 Taças do Rei somados aos 8 títulos mundiais em 1960, 1998, 2002, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2022. Uma história feita com talento, humildade, alegria e respeito ao adversário, coisa que os clubes brasileiros precisam aprender.
Capítulo à parte, Vinicius Jr torna-se campeão mundial, faz gols e ganha troféu de melhor do torneio, virada histórica e linda de uma carreira espetacular, difícil, que poderia terminar hoje, com desfecho de ouro.
🏆 #W8RLDCHAMPIONS 🏆 pic.twitter.com/RdkO71WUFM
— Real Madrid C.F. (@realmadrid) February 11, 2023
Dizer que o Fluminense venceu bem o Vasco não é de todo correto. Que os gols saíram de falhas do sistema defensivo vascaíno não está errado, mas atribuir a German Cano a vitória está absolutamente certo. É um monstro, esse argentino que não sabemos a razão não serve para a seleção tricampeã do mundo, que não tem, é verdade, nenhum jogador que jogue mais que o artilheiro do Brasil. Jogo dificílimo, muito bom, corrido, disputado, bem apitado por Felipe da Silva Paludo, discreto e atento, não apareceu mais que o necessário e levou o jogo a sua maneira, honestamente. Na verdade foi um jogaço. Mesmo sem o famoso “Tic-Taca” de Fernando Diniz, o Fluminense encontrou dificuldade para ocupar espaços como gosta e sabe fazer. O Vasco, mais forte em todas as linhas, começando pelo goleiro, nunca deixou o Fluminense rolar a bola sem se incomodar, ocupou bem os espaços, marcou por zona, quando precisou e chegou ao ataque com frequência e perigo. Excelente a contratação de Pedro Raul, goleador, pinta de goleador, bom porte para centroavante, estranhamente retirado de jogo por Mauricio Barbiere, que esperar ganhar tempo para fazer os ajustes na equipe. Precisa saber que não tem tanto tempo assim. Cano teria sido o destaque do jogo não fosse a atuação de Fabio – lembrar que o Cruzeiro o dispensou, com requintes de crueldade – beirando a perfeição. Deve ter dito baixinho, “o gol está fechado” meteu o cadeado e jogou a chave fora, novamente em grande forma. Cano é um caso à parte de um jogador sem comparação, reina dentro e fora da área, faz gols incríveis, sabe aproveitar as oportunidades. O primeiro, falha do lateral Puma Rodriguez que deixou o argentino livre, uns três metros, não olhou para trás, Cano bateu bateu de primeira e foi fazer o “L” do filho. O segundo, nova falha do Vasco, ajeitou quase do círculo central e bateu de cobertura, o chamado golaço.
Um jogo para levantar as esperanças do torcedor que ainda não apostou todas as fichas no Campeonato Carioca.
João Gomes entrou aos 70 minutos para fazer sua primeira partida no Wolverhampton, no lugar de Matheus Nunes e mexeu no placar para virar o jogo, batendo de chapa, na entrada da área, uma de suas especialidades, contra o Southampton. Seu time estava com um homem a menos desde os 27 minutos de jogo, com a expulsão de Mario Lemina. Enquanto marcava na estreia, o Flamengo começava a arrumar as malas para voltar ao Brasil, depois do vexame no mundial da Fifa, onde terminou em terceiro lugar, ao derrotar o Ahli, do Egito. A vitória saiu aos 43 minutos. Maitland-Niles e Sulemana bateram cabeça na intermediária, João Gomes interceptou, bateu da entrada da área e parou no corte de Bednarek. O rebote voltou aos pés do brasileiro que emendou uma chapa no canto para somar os três pontos. Em recuperação, o Wolverhampton venceu três das últimas quatro rodadas da Premier League. Lanterna da competição, o Southampton perdeu nove das suas últimas dez partidas pela liga inglesa. João Gomes começou bem a escrever seu nome na mais importante Liga de futebol do planeta. Vida que segue, o cofre está abarrotado, mas vai fazer muita falta. Torcedor do Flamengo terá que redobrar o pote de paciência com o atual meio-campo rubro-negro, formado por gente cansada, lenta, fora de forma, alguns dispensados por seus clubes. É hora de renovar, estão vivendo ainda em 2019.
Gomes vem pedindo passagem a um bom tempo.
Repercutiu na imprensa mundial, na Espanha foi destaque no jornal “AS”, as declarações de Zico sobre as provocações feitas por Arturo Vidal ao Real Madrid – Braz fez escola – depois da conquista da Taça Libertadores, contra o Athlético Paranaense. “Real Madrid, te vamos a romper el culo”, disse o chileno. Zico, lenda do Flamengo e do futebol mundial, querido e respeitado por suas atitudes dentro e fora do campo, rebateu o péssimo comportamento do jogador, no vestiário. “Se o torcedor grita, provocando o Real, tudo bem, não vejo nenhum problema nisso, o que não pode ser feito por um profissional, tem que respeitar, sobretudo um clube como o Real Madrid. O Flamengo está no nível em que se encontra graças as vendas de Reinier e Vinicius Junior, que renderam pequenas fortunas. Por tudo isso teria que respeitar o Real Madrid, concluiu o Galinho.
É outro patamar.
Legado deixado pela TV que transmitiu os jogos do Mundial da Fifa é esdrúxulo, atropela o princípio da informação correta, dificulta o entendimento. Podem apostar que, assim mesmo, será copiado pelas tvs brasileiras que nada criam, tudo copiam. Nas substituições, três ao mesmo tempo, eles anunciam os três que vão sair, tudo junto, no pacotão, e os três que vão entrar. Impossível fazer jornalismo honesto desse jeito. Será assim, não duvidem.
Toni Kroos, um dos maiores jogadores da história do futebol moderno, estabeleceu novou recorde individual ao conquistar o sexto título de campeão mundial de clubes, seguido dos também merengues Modric, Benzema, Nacho e Carvajal com cinco títulos.
Kroos, foi também campeão mundial com a Alemanha em 2014, no Brasil.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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