Por Osvaldo González Iglesias 

Como temos vindo a expressar, ainda antes das eleições, previa-se um período de mudança no país, uma transformação que poderia levar o país para um caminho diferente, quase oposto ao que tem sido seguido até agora. A sociedade, embora pacífica e resignada, estava cansada dos emaranhados conceituais que caracterizaram a administração anterior. Esses conceitos, talvez não tão profundos em seu significado, referem-se ao estabelecimento de slogans e postulados quase universais sobre como as coisas deveriam ser, sem considerar outras possibilidades. Aqueles que ousaram discordar foram insultados e considerados inimigos, antipopulares, apesar de o povo ter sido quem mais sofreu com estas imposições, como demonstram os números alarmantes de pobreza e marginalização.

Talvez sejamos levados, quase por forças físicas, a adoptar posições extremas e a desprezar o passado para abraçar rapidamente novos slogans, novas posições, que, embora contrárias às anteriores, não deixam de ter um certo tom messiânico que caracterizou o Kirchnerismo e que anulou o debate e as críticas. As posições atuais devem ajustar-se à lógica dos factos e procurar as soluções mais adequadas, sem cair no absolutismo que considera que só um lado tem a verdade e que o oposto é mau. Uma sociedade que não sabe discordar, debater e chegar a consensos não pode crescer. É preciso que prevaleça o melhor como solução para os problemas do país, sem imposições ou concepções absolutas.

A reivindicação das Forças Armadas como património que antecede a Nação, a mudança do papel do Estado para se concentrar na resolução dos problemas das pessoas em vez de servir como recurso político para os militantes, os problemas nas Empresas Públicas onde uma casta de funcionários, gestores e diretores recebem salários milionários sem considerar sua capacidade e eficiência, e a segurança, maltratada por ideias de causas sociais sem aplicar a repressão ao crime, são apenas alguns exemplos do que se discute.

O garantismo, embora exalte a nossa nação e nos coloque nos pilares da democracia, não deve ignorar as sanções, a repressão e a imputabilidade dos crimes. Tudo isto era falso, assim como a divisão dos direitos humanos, priorizando uns em detrimento de outros e condicionando a condição humana a pensamentos políticos ou filiações partidárias. Não nos aprofundaremos nisso, pois é de amplo conhecimento, mas é importante destacar que nenhum movimento de direitos humanos se manifestou contra crimes aberrantes, como o caso da mulher esquartejada no Chaco.

Desafios e Transformações: Rumo a uma Nova Era

É evidente que existem obstáculos. Cada um presta atenção ao seu jogo, para eles esconde a sua preocupação, mas no fundo defende os seus privilégios. Nunca se viu tanta disquisição e puritanismo na avaliação das leis. Os deputados agarram-se aos seus assentos e é evidente que não querem perder protagonismo ao perceberem que os acontecimentos os devoraram. As ações do governo são avassaladoras e precisam de tempo, como se o país não estivesse à beira da catástrofe e o tempo se tornasse uma variável muito cara.

A sociedade acredita nas mudanças e espera, apesar dos golpes que a liquidação do seu salário representa para o seu bolso. Mas ele vê alguma luz no fim do túnel, talvez um exemplo disso seja a queda sistemática da inflação. Porém, é necessário atender emergências. Os direitos não estão em quantos funcionários ficam sem trabalho, em quantos nós de corrupção são desfeitos, nem em que rede mafiosa se descobre dia a dia daqueles que afirmavam defender o povo e apenas o assediaram, que afirmavam defender os Direitos Humanos e engoliram milhares de crianças na mais extrema pobreza, ignorância e marginalização.

Quando dizemos que vivemos numa era crucial, onde as mudanças são abruptas e evidentes, significa que os paradigmas começaram a mudar. Revalorizar ideias, renovar conceitos, a partir de considerar as coisas como elas realmente são. Direitos Humanos para todos, Justiça Social e Direitos para todos, redistribuição de recursos com equidade, investimento e crescimento.

Gaste no desenvolvimento e na definição de parâmetros reais de igualdade, comércio e concorrência. Geração de trabalho legítimo, redução do emprego público dando opções aos empreendedores, enfrentando um mundo em permanente transformação e adaptando-se à terceira revolução da virtualidade e da tecnologia da informação.

OSVALDO GONZÁLEZ IGLESIAS – Escritor e Dramaturgo. Director do jornal eletrônico Debate y Convergencia, correspondente do jornal Tribuna da Imprensa Livre na Argentina.Radiografiara de una sociedad deprimida. (Como no agradecerle eternamente a Messi) - Debate y Convergencia

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