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Réquiem de uma ditadura – por Sérgio Cabral Filho
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Réquiem de uma ditadura – por Sérgio Cabral Filho

Por Sérgio Cabral Filho

Em 1982, a ditadura argentina vivia seus estertores. O general Galtieri presidia o país. Os ditadores portenhos claudicavam e encontraram na recuperação das ilhas Falklands (Malvinas), território britânico, uma bravata patriótica que los hermanos, por poucas semanas, entraram em transe e apoiaram maciçamente o delírio dos generais.

A Dama de Ferro, Margaret Thatcher, e as forças armadas britânicas acabaram com o surto patriótico em dois meses de guerra. Era o fim da ditadura argentina.

Mas a América do Sul não escapa dos populistas. Seja de esquerda ou de direita.

Dois terços da Guiana foram submetidos a um referendo na Venezuela, domingo retrasado.

Segundo Nicolas Maduro e sua institucionalidade mambembe e caricata, mais de 90% dos venezuelanos aprovaram a anexação de Essequibo.

Eleições na Venezuela não são confiáveis há muitos anos, o que se dirá de um referendo desse tipo!

Essequibo corresponde a dois terços do território da Guiana e moram na região 125 mil pessoas.

Maduro anunciou após o resultado do referendo a criação do estado da Guiana Essequiba, na região de Essequibo, e que os 125 mil habitantes, hoje guianenses, se tornarão cidadãos venezuelanos.

Essequibo é uma região muito rica em recursos naturais,sobretudo petróleo, floresta exuberante em fauna e flora, e potentes áreas agrícolas. Sua população fala majoritariamente o idioma inglês, mas há diversos grupos indígenas que ali vivem e falam línguas como o pemon, arekuna e o wapishana.

Os holandeses e os ingleses exploraram durante séculos a região. Essequibo foi declarada pela Corte Internacional, no fim do século XIX, território da Guiana, na época colônia britânica, e só em 1966 foi declarada a independência do país.

Maduro e seu governo tirano desejam tomar Essequibo. 70% da Guiana ficam em Essequibo.

Maduro está maduro pra cair ( desculpe-me cara leitora e caro leitor a infâmia!)

Como os ditadores argentinos, ou como Putin e seus delírios de tomar a Ucrânia, o ditador venezuelano surfa numa guerra expansionista para dar sobrevida ao falido governo da Venezuela.

Velha fórmula de governos falidos e decrépitos: arrume uma guerra patriótica para sobreviver.

Confio na mínima maturidade democrática, que a maioria dos países do continente alcançou nas últimas décadas, para não permitir uma escalada dessa maluquice.

SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.

Instagram @sergiocabral_filho

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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