Redação

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou nesta quarta-feira, dia 21, o sigilo do inquérito que investiga o senador e ex-vice-líder do governo Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca. A Polícia Federal analisou mensagens encontradas no celular do senador. Os investigadores afirmam que Chico Rodrigues liderava o esquema que desviava recursos da pandemia destinados ao estado de Roraima.

No relatório, a PF diz que o senador Chico Rodrigues atuava como se fosse um “gestor paralelo” da Secretaria de Saúde de Roraima, cobrando a liberação do dinheiro de emendas parlamentares para o pagamento a empresas investigadas no esquema. A defesa do senador divulgou nota na qual afirmou que Chico Rodrigues jamais interferiu indevidamente em prol de interesses privados nos contratos do estado de Roraima.

PAGAMENTO –  Um dos contratos investigados era para o fornecimento de álcool em gel para esterilização contra o coronavírus. Segundo a PF, Chico Rodrigues questiona o funcionário responsável pela liberação do dinheiro. No dia 29 de fevereiro, Chico Rodrigues questiona Francisvaldo sobre o pagamento de “Gilce”: “Você adiantou o pgto da Gilce/18: serviços?”.

Segundo a PF, “tudo indica que o senador estaria cobrando o pagamento da empresa Haiplan Construções Comércio e Serviços Ltda tendo em vista que um dos sócios da empresa é Júlio Rodrigues Ferreira, marido de Gilce de Olliveira Pinto”. A Polícia Federal conclui que: “A forma com que o senador cobrava o pagamento indica que o parlamentar estaria atendendo não apenas aos interesses do estado de Roraima, mas também aos seus próprios”.

A empresa, segundo as investigações, ainda entregou o produto errado: álcool 65%, indicado para limpar móveis, mas inadequado para esterilização. A Polícia Federal também descobriu que Chico Rodrigues permitiu que assessoras dele trabalhassem na empresa privada do filho, Pedro Rodrigues, que é suplente do pai e vai assumir a vaga dele no Senado.

DESVIO DE FUNÇÃO – No documento, a PF escreveu que “a estrutura parlamentar do senador, o que inclui a atividade de suas assessoras Adriana e Cláudia, está sendo utilizada para a administração da empresa privada de seu filho Pedro, a San Sebastian, o que evidencia, no mínimo, o desvio de função de suas assessoras parlamentares”.

De acordo com as investigações, outro núcleo do esquema envolve o senador Chico Rodrigues, a empresa Quantum Empreendimentos em Saúde, também investigada, e seu sócio, Jean Frank Padilha Lobato, que é apontado como um operador do senador. Ele é casado com uma funcionária do gabinete de Chico Rodrigues.

A defesa do senador afirmou em nota que as funcionárias exercem regularmente suas funções públicas. As demais pessoas citadas no relatório da PF não responderam.


Fonte: G1