Redação –
Investigado e considerado foragido pela força-tarefa da Lava-Jato no esquema de compra de votos na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos de 2016, o empresário Arthur Soares, conhecido como ” Rei Arthur “, foi posto em liberdade nesta sexta-feira, dia 25, menos de 24 horas após ser preso em Miami, nos Estados Unidos.
Ele estava foragido desde setembro de 2017 e constava da lista de procurados da Interpol . A informação foi confirmada pelo advogado de Soares, Nythalmar Dias Ferreira. Arthur Soares foi posto em liberdade após os advogados entregaram todos os documentos exigidos para a renovação do visto, como informou o colunista Lauro Jardim .
EXTRADIÇÃO – Soares era alvo de um pedido de extradição feito pelo MPF às autoridades americanas em 2017. À época, o empresário foi acusado, na Operação Unfairplay , de pagar propinas a membros do Comitê Olímpico Internacional ( COI ) para que o Rio fosse eleito sede dos Jogos Olímpicos de 2016 . O governo dos EUA, porém, não havia antendido o pedido do Brasil.
A defesa de Arthur Soares disse ao O Globo que o empresário foi equivocadamente detido por não portar a documentação necessária para renovação do seu visto. “Ressaltamos que as providências burocráticas já foram tomadas e que Arthur será liberado, dada a sua regular situação naquele pais.”
LIVRE, LEVE E SOLTO – Em agosto, “Rei Arthur” foi localizado nos EUA pela reportagem do “Fantástico”, da TV Globo . O “Rei Arthur”, vivendo em uma residência na ilha de Miami Beach , na Flórida. Segundo a reportagem, o empresário levava uma vida com hábitos de luxo e circula livremente pelas ruas.
Em nota, o MPF diz que “teve ciência da prisão do réu foragido” e que os procuradores da Lava-Jato no Rio “esperam que sejam cumpridos os pedidos já formalizados às autoridades americanas afim de dar prosseguimento ao processo”. O MPF diz ainda que não foi comunicado oficialmente da prisão.
PROPINA OLÍMPICA – Dono do grupo Facility, Arthur Soares era um dos principais prestadores de serviços terceirizados no governo Sérgio Cabral, em áreas como limpeza, segurança, alimentação e saúde.
Segundo investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ), a Facility participava de licitações fraudadas e depois repassava valores dos contratos, de forma ilícita, a autoridades do Legislativo e do Executivo fluminense. Os contratos do empresário com o governo do Rio chegaram a totalizar R$ 3 bilhões na gestão de Cabral.
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, em julho deste ano, Cabral admitiu ter comprado votos para a candidatura olímpica do Rio, no valor de U$ 2 milhões. O ex-governador disse que pediu a Arthur Soares que combinasse o pagamento com Leonardo Gryner, braço-direito do então presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman.
“CRÉDITO” – Segundo Cabral, a verba seria descontada do “crédito” que tinha com o empresário — isto é, de parte das propinas que o ex-governador receberia do “Rei Arthur”. O acerto do pagamento ocorreu, segundo o MPF, em Paris, em setembro de 2009, dias antes do evento que ficou conhecido como “Farra dos Guardanapos”.
No processo em que prestou depoimento, Cabral é acusado de receber US$ 10,4 milhões em propina de “Rei Arthur”, entre março de 2012 e novembro de 2013, e ocultar o valor no exterior, além de ter recebido um total de R$ 1 milhão no Brasil entre 2007 e 2011. De acordo com o MPF, o pagamento era feito no país com entregas de recursos em espécie, celebração de contratos fictícios com membros da organização criminosa e pagamento de despesas pessoais. Cabral negou a acusação e disse não ter contas no exterior, a não ser a que encerrou em 2003.
Fonte: O Globo, por Chico Otavio e Daniel Biasetto
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