Redação –
Após ser alvo de críticas por escrever em um ofício que não desejava “trabalhar muito” e sugerir o envio das investigações para a Polícia Federal, o procurador Celso Tres pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) o desligamento da função de coordenador da Força-Tarefa Greenfield, grupo que investiga desvios bilionários em fundos de pensão. Tres comunicou seu desligamento tanto aos integrantes da força-tarefa como à PGR.
Em sua mensagem, o procurador informou que permanecia à disposição para colaborar com a força-tarefa, mas sem exercer a função de coordenador. Celso Tres havia sido nomeado pela PGR para comandar a Operação Greenfield em novembro do ano passado, após a saída do procurador natural do caso, Anselmo Lopes.
REFORÇOS – Lopes vinha pedindo reforços para a força-tarefa, mas a PGR diminuiu a estrutura do grupo e retirou a exclusividade dos seus procuradores. Diante disso, ele decidiu deixar o caso, por avaliar que não tinha condições materiais para dar prosseguimento ao grande volume de investigações. Após sua saída, a PGR nomeou Celso Tres para herdar o acervo de investigações e tocar o caso à distância, apesar de ele continuar lotado em Novo Hamburgo (RS).
O Globo revelou no último dia 19 de dezembro que o procurador escreveu um ofício para a PGR sugerindo que as investigações dentro do Ministério Público Federal fossem encerradas e que o caso fosse enviado totalmente para a Polícia Federal dar prosseguimento. No mesmo ofício, ele sugeria que fosse criado um sistema automatizado para assinar acordos com os alvos e encerrar rapidamente os processos, sem aprofundamento sobre os crimes cometidos.
“POUCO TRABALHO” – “Decididamente, não estou aqui para trabalhar muito. Já o fiz na ‘gringolândia'(roça, região italiana do RS) e, chegado a Porto Alegre a bordo do êxodo rural, servido por apetitoso ‘x-mico’(pão e banana) no correr de largo tempo. Ou seja, trabalhei pela sobrevivência, não porque achasse bom. Hoje, quero é jogar futebol”, escreveu no ofício.
Com sua saída, a Greenfield volta a ficar sem um procurador natural, responsável por dar prosseguimento ao caso. Agora a PGR terá que buscar uma nova solução para o andamento das investigações. Procurado, Celso Tres não quis comentar sua saída da coordenação da força-tarefa.
Fonte: O Globo
MAZOLA
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