Redação –
Governo estadual pretende demitir 80% do efetivo da CEDAE.
Durante a pandemia sanitária do COVID-19, ocorreu o óbito de 11 trabalhadores da CEDAE e dezenas de operários foram infectados.
No dia 31 de março de 2020, o Movimento Baía Viva protocolou Representação Judicial junto ao Ministério Público Federal e no MP Estadual exigindo a adoção urgente de um Plano de Contingência para prevenir a Saúde Ocupacional dos trabalhadores do setor saneamento, em especial dos operadores de Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) que estão vulneráveis à contaminação pelo Coronavírus pela via feco-oral.
Na denúncia, o Baía Viva alerta que a mercantilização da água e do saneamento no Brasil aumentará a Desigualdade Hídrica no país, afetando principalmente as populações pobres e que vivem nos territórios favelizados e nas periferias urbanas.
O balanço financeiro da CEDAE de 2018 apontou um lucro social de mais de R$ 800 milhões. Já o balanço financeiro da Companhia de 2019, ainda não publicado, apresenta um lucro social de mais de R$ 1 bilhão. Ou seja, o governo do estado pretende vender uma companhia que nos últimos anos tem se mostrado superavitária, sendo que este montante de recursos deveria estar sendo investido integralmente na ampliação do saneamento básico na cidades fluminenses.
O ecologista Sérgio Ricardo, membro-fundador do movimento Baía Viva, alerta que: “A mercantilização da água prejudicará ainda mais a qualidade de vida e a saúde coletiva: atualmente, cerca de 2 milhões de pessoas de baixa renda só tem o direito de acesso à água potável porque a CEDAE é uma empresa pública. Nenhuma corporação privada terá interesse em investir nos territórios pobres, já que tecnicamente estas regiões desassistidas de infraestrutura de saneamento básico, são classificadas como “deficitárias” ou “não lucrativas”. Este contingente de 2 milhões de pessoas são beneficiadas pela Tarifa Social que é subsídio cruzado que assegura o acesso à água por estas populações em 64 municípios abastecidos pela CEDAE. Trata-se de um ato desumano de Racismo Ambiental institucional, a decisão equivocada dos governos federal estadual que estão associados na absurda tentativa de vender à preço de banana uma empresa superavitária que tem saúde financeira para voltar a investigar no saneamento público e, com isso, superar o histórico déficit sanitário de nossas cidades.”
O estudo: “A Crise das Águas do Rio de Janeiro” (Baía Viva, 2019) comprova que a retomada dos investimentos públicos na universalização do saneamento básico na Região Metropolitana fluminense, poderá injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia, desta forma reduzindo os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com as doenças de veiculação hídrica, além de gerar milhares de empregos diretos. #BAÍAVIVA
MAZOLA
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