Por Alfredo Sirkis –
O título deste livro é um trocadilho infame.
Em 1979, no último ano de exílio em Portugal, às vésperas da anistia, terminei de escrever Os carbonários, meu livro de memórias da época do movimento estudantil de 1968 e dos posteriores anos de chumbo. Ele foi publicado em 1980, depois de meu regresso ao Brasil. Virou best-seller e ganhou o Prêmio Jabuti no ano seguinte.
Quatro longas décadas depois, de maneira alguma pretendo voltar aos temas daqueles anos, uma longínqua experiência de vida da qual, conforme defini no prefácio da 14a edição, em 1998, “não me orgulho nem me envergonho”. Aconteceu, pronto. Desde então me tornei ainda mais crítico de qualquer forma de violência política, mas isso não vem ao caso aqui, até porque não há, para além do jogo de palavras, relação entre este livro novo e aquela obra, de lá se vão quarenta anos, cujo título metafórico comparava nós, protagonistas dos anos de chumbo, aos não menos patéticos jovens carbonari, do século 19, revolucionários derrotados da futura Itália inspirados pela Revolução Francesa.
Aqui a metáfora é outra. Digo que sou um descarbonário porque me dedico, hoje, a um tipo de ação política destinada a reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2 ) e outros gases causadores do efeito estufa na atmosfera terrestre – ou seja, descarbonizá-la para tentar conter a progressão das mudanças climáticas aquém de patamares apocalípticos. No final da década de 1970, tal propósito como ideal de militância política seria certamente considerado algo digno do manicômio, a ser interpelado com a famosa pergunta-título do contemporâneo livro do meu amigo Fernando Gabeira: O que é isso, companheiro? Ele “pirou”, comentar-se-ia nos tempos de então. Ser descarbonário não é, portanto, o oposto de ter sido carbonário há cinquenta anos. Simplesmente pertence a uma outra galáxia, outro universo, não sei muito bem se paralelo ou perpendicular. Trata-se de outro animal.
O dióxido de carbono (CO2 ) é o principal gás de efeito estufa. Os demais, para efeito de cálculo, podem ser convertidos em CO2 -equivalente. Descarbonizar a economia do planeta é o nome do jogo planetário praticado pelos que se empenham em não perder completamente essa batalha, já muito malparada, e também implica se adaptar às consequências inevitáveis da mudança climática. Mais da metade do carbono lançado na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis ocorreu nos últimos trinta anos, quando já havia bastante informação sobre seus efeitos. Nesse aspecto, as más línguas sussurrariam que, afinal, existe, sim, certa semelhança entre ter sido carbonário, nos anos setenta do século passado, e ter me tornado descarbonário: um certo viés quixotesco.
Confesso que aprecio o personagem do caballero de la triste figurade Miguel de Cervantes. Ganhei, há uns anos, uma estatueta do Dom Quixote, que conservo carinhosamente no meu escritório. Houve uma época até em que me acompanhava um Sancho Panza, o Saulo, meu motorista da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio. Eu, alto e magro; ele, baixo e barrigudo. Parecíamos aquela dupla.
Mas, ao contrário do distinto fidalgo de Cervantes, não faço guerra aos moinhos de vento. Na verdade, luto com afinco a favor deles na sua versão moderna, eólica, que integram o esforço descarbonizador e substituem com sucesso as usinas a carvão na China e em outros países. Quando comecei a escrever este livro, chegava ao fim o ano mais quente da história, 2016, suplantando, assim, os outros dois mais, anteriores, 2015 e 2014. Terminei-o no segundo ano mais quente, 2019. Sete dos dez mais cálidos ocorreram na recém finda década de 2010. O que está acontecendo com o planeta não escaparia nem a Rocinante, a não muito sagaz montaria del caballero. Talvez ainda iluda o Pato Donald…
Eu havia começado a escrever este livro como uma espécie de “tudo que você precisa saber sobre mudanças climáticas”. Seu título provisório era “O clima que rola”, outro trocadilho infame, este pavoroso.
Não é nada fácil escrever sobre esse assunto. Desisti do simples ensaio porque os textos – os meus, inclusive – perigam ser herméticos, até chatos, a não ser para um grupo reduzido de leitores muito interessados. Tenho centenas de artigos sobre o tema publicados em jornais, revistas, sites e blogs, e seu universo de leitores ainda é restrito.
Minha história pessoal, minhas memórias dos anos oitenta para cá, os episódios que vivi na política, minhas opiniões sobre variados campos da atualidade, brasileira e mundial, umas tantas histórias, algumas divertidas, começaram a atazanar minha prosa climática. Percebi que o Descarbonário, afinal, tinha que ter também esse lado de narrativa de causos e de avaliação crítica, passada e prospectiva. Que eu trazia um folclore político a ser relatado. No início de 2017, quando muita coisa ainda era incerta, senti aquela vontade irresistível de voltar a ser um contador de histórias. Foi só começar que elas vieram.
Decidi me afastar da política eleitoral partidária em 2014, e não quis mais me recandidatar a deputado federal. Passei a acreditar que minha melhor contribuição poderia ser na formação de jovens líderes. Nas minhas palestras para esses “multiplicadores” sobre temas como clima, ecologia urbana, gestão ambiental e urbanística local, costumo sugerir: “Ao expor suas ideias, procure sempre o caminho da narrativa, de uma pequena historinha que ilustre e exemplifique o que você quer transmitir. Apenas o conceito, por mais animadamente explicado que esteja, não consegue chegar afiado nas pessoas nesses tempos tão dispersivos em que o leque de atenção, balizado pelo WhatsApp ou pelo Instagram, é cada dia mais curto.”
Decidi contar histórias entremeadas de análises e adotar um estilo de narrativa descontínuo, mais parecido com o de dois outros livros meus, Roleta chilena e Corredor polonês, o que é sempre um desafo e um considerável risco literário. Muitas coisas estavam acontecendo no Brasil e no mundo. E essas coisas mereciam ser analisadas sob um olhar independente de ideologias, que acredito hoje ser o meu. É um olhar de escritor, não de político. É mais livre. Não me sinto aprisionado por conveniências, obrigado a recorrer àqueles simplismos. Em política não há muita margem para a sinceridade, a sutileza, os matizes. Tudo tem que ser preto no branco, maniqueísta, nós versus eles. Só que a vida e a própria política, vistas fora de uma perspectiva instrumental, não são bem assim. O fo da meada aqui será a experiência de vida, não a ideologia.
São muitos causos, alguns cômicos. Reconheci que nunca mais teria histórias com tanto suspense, tão trágicas e divertidas quanto em Os carbonários, mas ainda restam umas tantas para compartilhar. O texto climático, conceitual, didático, do “tudo o que você precisa saber” sobre o clima, é entrelaçado com vivências do meu próprio aprendizado descarbonário e uma análise dos descaminhos da política internacional e da brasileira, que agora parecem um avião em espiral descendente.
A narrativa se encerra na última semana de 2018, quando deixei nas mãos do então presidente Temer, em fim de mandato, o documento “Mudanças climáticas: riscos e oportunidades para o Brasil”. Eu o fiz na posição (não remunerada) de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. Destinava-se ao seu sucessor, Jair Bolsonaro, meu ex-colega da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e, depois, da Câmara dos Deputados.
Narro alguns episódios de nossa relação, pessoalmente meio bizarra com choques que eu mantinha no terreno político, sem histerias. Apesar de minha crítica contundente e profunda ao Partido dos Trabalhadores, acabei, depois de considerar fortemente o voto nulo, votando em Fernando Haddad no segundo turno, depois de outro voto “útil”, a contragosto, em Ciro Gomes no primeiro. Bolsonaro, cuja vitória eu antevia há mais de ano, representava para mim a expressão brasileira de um fenômeno mundial de direita populista que evoca – não sei ainda se como nova tragédia ou farsa – os anos trinta do século passado. Consumada a eleição, considerei que, democraticamente, deveríamos todos aceitar o resultado das urnas, que fora inequívoco. Cheguei a acreditar que, uma vez sentado na cadeira presidencial, baixariam sobre Jair os eflúvios da responsabilidade e que, não obstante sua visão fascista e paranoide e das suas idiossincrasias, ele deveria se comportar como presidente de todos os brasileiros.
Isso certamente não aconteceu. Passado um ano, sabemos que não acontecerá. O poder nitidamente piorou a pessoa. Temos um governante intolerante, desumano, desprovido de decoro, profundamente desinformado que toma conhecimento das questões “de orelhada”, cercado de gente que, como ele, acalenta sonhos golpistas para os quais não dispõe, por enquanto, de massa crítica e tem como grandes obstáculos o Congresso (com todos os seus enormes defeitos) e o Supremo Tribunal Federal. Também não é mais capaz de mobilizar multidões e aqueles que as têm – os chefes pentecostais – a princípio não se interessariam em vê-lo com todo-poderoso. Sabem que, numa ditadura, mais cedo ou mais tarde, sobraria para eles também.
Não obstante, são preocupantes as frequentes alusões do núcleo do poder familiar a eventuais rupturas do regime democrático; as agressões que, no início, sofreram expoentes da alta hierarquia militar – aparente loucura, mas com método; seu esforço em estabelecer vínculos diretos com a oficialidade média e as polícias militares; uma relação no mínimo preocupante com o mundo das chamadas milícias; e seu afã de armar certos segmentos da população. Seu pior desvario se relaciona à pandemia da COVID 19, a atitude negacionista, a reação à previsão de dezenas de milhares ou mais de vítimas com um cínico “e daí?”. A demissão por pura ciumeira de um ministro da saúde que tentava fazer seu trabalho.
Quando escrevo este prefácio ele ainda ostenta o apoio de 30% população, mas perde. Outro tanto se identifica mais ou menos com a esquerda hegemonizada pelo PT lulista, incapaz de fazer a menor autocrítica dos imensos erros que cometeu e aferrada a uma posição que considero particularmente repugnante: o apoio à ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela. Aliás, a quem Bolsonaro mais se parece, cores a parte. Uma maioria relativa, uns 40%, não quer, de jeito algum, nenhum desses dois polos. Mas a oferta política de momento não destilou uma alternativa de centro. Poderá surgir?
Há um recuo da democracia no mundo. É algo inequívoco; não sabemos se reversível. “Democraduras” e ditaduras vêm se espalhando e demonstrando que o capitalismo não precisa, necessariamente, da chamada democracia liberal. No Brasil, Bolsonaro, a princípio, enfrenta maiores dificuldades que Duterte, Orbán, Kaczynski, Putin ou Erdogan para se impor como chefe autoritário. Esses, excetuado o primeiro, levaram tempo para se consolidar enquanto governantes despóticos.
“Afinal, Sirkis, nessa altura do campeonato, onde você se situa ideologicamente?”, é uma pergunta que me fazem. Tenho realmente dificuldade em me autorrotular. No que pesem minhas agruras com o PV – que, aliás, fundei – sou um verde,1 e me satisfaz o conceito de “nem à esquerda, nem à direita, mas à frente”.
Para os que considerarem isso mera frase de efeito, vou diferenciar por esferas. Vamos lá: socialmente me considero de esquerda; acredito que a pobreza e a concentração de renda são os maiores problemas. Economicamente, não considero nem a economia clássica nem o neokeynesianismo puros como a “escola correta”. Penso que tudo depende de situações, que variam e demandam instrumentos de ambas, por vezes até simultaneamente, como mostra hoje a experiência de Portugal. Rejeito, sim, o neoliberalismo plutocrático e o estatismo, com gastança descontrolada e corrupção generalizada. Acredito que a humanidade tem contas a ajustar com a financeirização da economia global, mas que isso terá que ser tratado numa luta supranacional. Nenhum governo é capaz de bancar essa parada sozinho.
A nova grande depressão, ainda em seus estágios preliminares, assinala o fim do atual paradigma neoliberal, de controle obsessivo do déficit e da financeirização globalizada. Há uma nova economia de guerra surgindo com um papel renovado para o Estado e a caixa de ferramentas de Lord John Maynard Keynes na busca de réplicas contemporâneas do New Deal e do Plano Marshall. São impressões ainda preliminares.
Politicamente, acredito que a democracia precisa tanto de uma esquerda democrática quanto de uma direita civilizada, e que a alternância entre ambas é necessária, pois as duas servem a circunstâncias históricas dadas. O centro pode se articular com uma ou outra dependendo da situação concreta. Os verdes alemães, por exemplo, tinham a tradição de se aliarem à social-democracia. No futuro, tudo indica que formarão um governo com a União Democrata-Cristã, de Angela Merkel.
Rejeito cabalmente a esquerda autoritária, leninista ou populista, e a direita reacionária ou fascistoide. Sou crítico das políticas identitárias em sua atual deriva, tanto à esquerda quanto à direita. Sou adepto da geleia geral. Isso talvez faça de mim um personagem do “centro radical”. Não digo isso para parecer sofisticado, mas porque essa minha “moderação” comporta também propostas drásticas, minoritárias e altamente polêmicas, como a legalização das drogas, que discutirei mais para o final do livro.
Em matéria de segurança, sou, vejam só, mais à direita. Não tolero “dar mole” para bandido – seja o traficante ou a política de “arreglo”, sejam os milicianos – e critico a leniência do nosso sistema penal com relação ao crime violento. Não acredito no mito do “bandido vítima da sociedade”. Considero um insulto aos pobres. Esquerdistas já me acusaram de ser de direita por causa disso. Tenho horror à desordem urbana. Se ser linha-dura em relação aos criminosos que atormentam nosso cotidiano e ameaçam nossas famílias significa ser de direita, que assim seja, pelo menos nesse departamento.
Enfim: ideologia, não preciso de uma para viver – parafraseando (e contrariando) o verso do meu saudoso amigo Cazuza. Quanto a religião, não sigo nenhuma em particular. Genética e culturalmente, sou, obviamente, judeu ashkenazi. Intelectualmente, me assola um certo agnosticismo. Mas tenho Deus no coração. Já rezei em sinagoga, igreja, templo, terreiro e mesquita. Diversos caminhos levam a Ele pelo conduto do amor. Cuidar da natureza e do clima é defender sua Criação, que se deu – percebam, ó criacionistas – na forma da evolução natural explicada pela ciência, que, no entanto, não traz respostas a todos mistérios.
Estive recentemente no Vaticano com um grupo de governadores da Amazônia: brasileiros, peruanos e ambientalistas a convite de monsenhor Marcelo Sorondo, um argentino, figuraça, que preside a Academia Pontifícia das Ciências. Os governadores levantaram a bandeira do movimento subnacional que estamos criando, os “Governadores pelo Clima”. A encíclica Laudato si’, do papa Francisco, é um dos mais poderosos documentos em defesa da natureza e do clima. Não existe, verdadeiramente, contradição insolúvel entre ciência e fé, desde que haja uma leitura metafórica de todas as Santas Escrituras e entendamos que nós, humanos, carecemos de entendimento do que está acima de nós. Buscamos caminhos. Temos a capacidade de amar.
Penso, de fato, que a mudança climática é o principal problema da humanidade; sairá de controle rumo a níveis apocalípticos se fracassarmos na estreita janela de oportunidade que nos resta. A situação internacional é, hoje, pior do que em 2015, quando foi assinado o altamente insuficiente Acordo de Paris. Trump e Bolsonaro tornaram-se grandes obstáculos a um avanço urgente, emergencial. São expoentes tristes da indiferença e do retrocesso.
Uma das piores performances do atual presidente é sua postura em relação ao meio ambiente e à questão climática. Tivemos com todos os governos anteriores embates ambientais em que éramos confrontados com interesses econômicos ou estratégicos variados e poderosos que se impunham politicamente. Isso ocorreu com Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. Todos tiveram falhas, mas também alguns acertos, em maior ou menor quantidade, ao sabor de correlações de força em situações variadas. Desde o final do governo Fernando Henrique, o Ministério do Meio Ambiente mantivera sua integridade, com derrotas e avanços.
No caso de Bolsonaro, o componente dos interesses econômicos em jogo é praticamente secundário em relação a outro fator: da sanha idiossincrática. Em algum momento, por perceber que uma parte dos ambientalistas era de esquerda, em sua sesquipedal desinformação, passou a catalogar a questão ambiental e climática na “caixinha” do comunismo e a se identificar com todo tipo de atividade devastadora que identifica como progresso: grilagem, garimpo ilegal, invasão de terras indígenas, poluição. Desenvolveu uma antipatia visceral por uma causa cujos pioneiros, ironicamente, foram ilustres militares, como o marechal Cândido Rondon, o major Francisco Archer ou o almirante Ibsen de Gusmão. Preferiu a inspiração de Pato Donald.
Em palavras – as quais, na boca de um presidente da República, contam muito – e em ações, não só desmantelou trinta anos de construção ambiental da democracia brasileira, como chega a colocar em questão, através de um projeto de lei de seu filho senador, disposições do próprio Código Florestal original de 1965, da época do regime militar, como a Reserva Legal. O Brasil não só ficou extremamente “mal na fita” internacional (situação agravada por seus bate-bocas infantis), como foi (e será) afetado na área econômica em geral e no sacrossanto agronegócio exportador, em particular.
O Brasil desempenhava um papel muito importante nas negociações climáticas internacionais, pois era o país que fazia a ponte entre o G77 + China, a União Europeia e os Estados Unidos. Neste livro, critico a postura do Itamaraty, que tendia a tratar a questão climática através das lentes da geopolítica. Não obstante, o papel da nossa diplomacia na Rio-92, passando por Quioto, Copenhagen e Paris, foi sempre muito relevante na articulação e no reforço da ambição em momentos decisivos. Na Conferência do Clima mais recente, a COP 25, em Madri, nos alinhamos aos recalcitrantes climáticos: Donald Trump, que prevê a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, e a Austrália, de Scott Morris, um país em chamas cujo governo insiste no negacionismo climático. Ambos agora se juntaram aos empata-fodas mais antigos do grupo, os chamados like minded(os que pensam parecido): a Arábia Saudita e a Venezuela, além de outros bolivarianos. Sem esquecer o Japão e a Índia, ali atrás do biombo. Por conta de um chanceler, o pré-iluminista Ernesto Araújo, que renega a mudança climática como uma “conspiração marxista” (?) e apresenta como prova insofismável o fato de fazer frio em Roma, viramos alvo da chacota internacional.
É onde estamos ao terminar este prefácio, que é sempre – graças a Deus – a parte mais perecível de um livro. Os carbonários teve dois; o segundo sujeito a várias revisões. Peço a Deus que sua vida útil seja a mais breve possível e que ele tenha que ser reescrito para introduzir Descarbonário em conjuntura mais feliz. Não sabemos, no entanto, se o ciclo reacionário que o mundo e o Brasil atravessam é curto ou longo. Um soluço da história ou o novo normal? De qualquer forma, haverá sempre argumentos para brandir e causos para contar. Insisto em ser, primordialmente, um contador de histórias.
Ambientalista, político e escritor ALFREDO SIRKIS morreu aos 69 anos, em um acidente de automóvel, no dia 10 de julho, uma semana depois de lançar um livro que brincava com o título de suas memórias, Os carbonários.
Leia outros artigos de Alfredo Sirkis. Fonte: Congresso em Foco
MAZOLA
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