Por Amirah Sharif –
Direito dos Animais!
Nessa semana, recebi uma imagem de São Francisco de Assis com a seguinte mensagem, que me fez refletir e muito: “o pássaro azul, ao lado do pássaro escultural, olhando para São Francisco tão intensamente como se realmente o ouvisse. Um flash raro e feliz de Jim Frazier. Esta escultura foi feita por Frank C. Gaylord e está localizada na cidade de Chicago-Ilinois, Estados Unidos.”
Conversa com taxista
Um taxista me contava que foi fazer um “bico” na casa de um cliente quando, de repente, sentiu um barulho na janela. Era um passarinho que estava acostumado a entrar naquela casa à tarde diariamente. Entrava, comia, bebia e saía. E aí ele me dizia ser contra aprisionar passarinhos em gaiolas.
Projeto de Lei 1487/19
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) é autor do projeto de lei 1487/19, que altera a Lei de Proteção à Fauna para proibir a criação de pássaros em gaiolas ou viveiros domésticos. A proibição valerá para pássaros de quaisquer espécies, nativas ou exóticas, silvestres ou domésticas, a partir de 180 dias da promulgação da lei.
Segundo o deputado Nilto Tatto “o projeto procura avançar mais um passo no sentido do respeito aos animais e também do combate ao tráfico de fauna. Assim como a caça não se justifica mais (exceto para algumas populações tradicionais que necessitam dela para subsistência), pássaros engaiolados também não fazem mais sentido nos dias modernos. A criação de pássaros em cativeiro é uma forma de violência, já que há limitação dos movimentos ainda que haja alimentação e tratamento veterinário adequados.”
Para o deputado petista, os admiradores e aficionados por pássaros podem admirar a beleza das aves livre na natureza. “Há muitas formas melhores para conviver com a fauna do que aprisioná-la, e a posse desses animais não pode ser mais importante que a satisfação de ver pássaros livres em nossas janelas”, ressaltou.
Vamos aguardar…
A proposta deste projeto de lei ainda será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ir à votação no plenária da Câmara. Ainda deve demorar um bocado, porque não há interesse em soltar os pássaros engaiolados. Muitos humanos vivem às custas de pássaros cantores que participam desses eventos tipo “The Voice Birds”. Enfim, vamos vigiar e aguardar.
Dia Internacional do Orgulho
Foi de um confronto entre policiais e manifestantes, em 28 de junho de 1969, lá nos Estados Unidos, que surgiu a data em que se comemora o Dia Internacional de Orgulho LGBTQIA+.
Naquela época, apesar da circulação de ideias progressistas, as leis contra homossexuais eram rígidas.
Os policiais resolveram invadir o clube privado “Stonewall Inn” no dia 24 de junho de 1969. Não satisfeitos, voltaram no dia 27 de junho e ,na madrugada do dia 28 de junho, houve reação das pessoas presentes no bar, resultando no que ficou conhecido como “Rebelião de Stonewall”.
Um mês após a revolta, foi feita a 1ª Parada do Orgulho Gay. A comunidade LGBTQIA+ marchou pelas ruas da cidade, demonstrando que não estaria mais disposta a aceitar essa opressão e que exigiria os mesmos direitos de toda a população. Desde então, esta data é celebrada por meio de paradas e outros eventos culturais, numa expressão de orgulho de assumir publicamente a orientação sexual e identidade de gênero.
O pássaro azul, o pássaro escultural e São Francisco
Não tenho percebido muita evolução da humanidade. Os passarinhos ainda são engaiolados, porque o homem resolveu prendê-los. Por quê? Por outro lado, um humano só pode se relacionar com outro de sexo diferente. Por quê? E aí, quando não se tem respostas, se diz que está escrito na Bíblia. Está mesmo? Onde? A Bíblia foi escrita em português? Uma palavra em grego, por exemplo, tem três, às vezes, até quatro significados em português, mas aí você prefere escolher aquela que revela um preconceito e traduz, em nome de Jesus, a falta de amor, a falta de compreensão, a falta de humanidade. E para piorar tudo, ainda dizemos que Deus é brasileiro, mas tudo bem.
Não, não está tudo bem, aliás não está nada bem. É como disse o deputado paulista: “a posse desses animais (passarinhos) não pode ser mais importante que a satisfação de vê-los livres em nossas janelas”.
O pássaro azul, ao entrar naquele diálogo entre o passarinho escultural e São Francisco, “azulou”, coloriu, deu vida, trouxe esperança e mostrou que é possível transformar e conversar com um igual tão diferente.
Basta querer com o coração. Isso está escrito na Bíblia.
AMIRAH SHARIF é jornalista, advogada, protetora dos animais e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. asharif@bol.com.br
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