Redação –
Pesquisa PoderData divulgada nesta 4ª feira (25) revela queda na aprovação do governo e do trabalho pessoal do presidente Jair Bolsonaro. O estudo confirma tendência captada 15 dias antes.
No levantamento feito de 2ª a 4ª feira (23 a 25.nov.2020), a desaprovação ao governo federal subiu de 43% para 48% em cerca de duas semanas. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Foram entrevistadas 2.500 pessoas em 479 cidades nas 27 unidades da Federação.
A aprovação do governo oscilou de 45% para 42% em 15 dias –dentro da margem de erro. Os que acham a administração regular são 10% dos entrevistados.
O que se nota na evolução das pesquisas PoderData, realizadas nacionalmente a cada 15 dias, é que houve inversão das curvas. Agora, o percentual de rejeição está acima do de aprovação, depois de 3 meses (agosto, setembro e outubro) que foram positivos para Bolsonaro.
A tendência de alta na desaprovação ao governo federal já havia sido captada no último levantamento, na pergunta sobre a avaliação do trabalho do presidente Jair Bolsonaro. Era necessário, entretanto, uma confirmação de outro estudo, que está sendo divulgado agora.
Quando se trata do trabalho pessoal de Bolsonaro, o cenário é de estabilidade, mas com percentuais ruins para o presidente.
O PoderData pede que os entrevistados escolham se o trabalho presidencial é ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.
No levantamento terminado nesta 4ª feira (25.nov.2020), 40% dizem que o desempenho de Bolsonaro é ruim ou péssimo. Outros 36% respondem que é bom ou ótimo. Os percentuais são idênticos aos de 15 dias atrás. Houve variação, dentro da margem de erro, no grupo que escolhe “regular” como resposta: de 21% para 19%. Os que dizem não saber avaliar são 6% (eram 3% duas semanas antes).
O Poder360 cita alguns fatores que podem ter influenciado a queda nas taxas de aprovação:
- auxílio emergencial – está próximo do fim. Agora, praticamente todos os quase 68 milhões de beneficiários já sentiram o efeito da redução de R$ 600 para R$ 300;
- eleições municipais – Bolsonaro foi muito atacado em grandes centros nas disputas locais. No Nordeste, região na qual o presidente havia melhorado suas taxas por causa do coronavoucher, muitos candidatos favoritos fizeram campanha contra o presidente;
- vacina – laboratórios estão divulgando seus resultados finais. Já pedem autorização em agências reguladoras. O presidente minimizou a importância algumas vezes. Também disse que não compraria 1 imunizante chinês;
- João Alberto – o caso teve grande repercussão na mídia. Noticiários destacaram intensamente que Bolsonaro não se pronunciou diretamente sobre a morte do homem negro em Porto Alegre.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Os dados foram coletados de 23 a 25 de novembro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 479 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são necessárias mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
HIGHLIGHTS DEMOGRÁFICOS: AVALIAÇÃO DO GOVERNO
O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros em relação ao governo.
Os homens e os sulistas aprovam mais a administração do que a média geral. Já os que têm de 16 a 24 anos e os mais ricos (mais de 10 salários mínimos) são os que mais rejeitam.
Os mais jovens são 1 dos estratos que mais sofrem com os abalos econômicos na pandemia. O desemprego entre pessoas de 18 a 24 anos bateu os 29,7% –taxa muito maior do que a média geral.
Leia todos os percentuais nos infográficos abaixo:
HIGHLIGHTS DEMOGRÁFICOS: AVALIAÇÃO DO TRABALHO
O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros em relação ao trabalho de Bolsonaro.
Leia todos os percentuais no infográfico abaixo:
OS 19% QUE ACHAM BOLSONARO ‘REGULAR’
No Brasil, pergunta-se aos eleitores como avaliam o trabalho do governante. As respostas podem ser: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. Quem considera a atuação “regular” é uma incógnita.
Para entender qual é a real opinião dessas pessoas, o PoderData faz 1 cruzamento das respostas desse grupo com os que aprovam ou desaprovam o governo como 1 todo. Os dados mostram que a proporção daqueles que enxergam o trabalho de Bolsonaro como “regular” e hoje aprovam seu governo é de 36%.
Era praxe que cerca de metade dos que classificavam o trabalho de Bolsonaro como “regular”, quando indagados sobre o que achavam do governo, afirmassem aprovar a administração federal. Mas o cenário mudou. Há mais pessoas do grupo, proporcionalmente, rejeitando do que aprovando o desempenho do presidente.
Isso explica por que as taxas de rejeição do governo Bolsonaro crescem, enquanto as que medem o desempenho pessoal se mantêm estáveis.
Fonte: Poder360
MAZOLA
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