Por Pedro do Coutto –
Para o Ipec, cuja pesquisa foi divulgada na noite de segunda-feira pela GloboNews e pela TV Globo, comentada pela primeira no Programa Em Pauta, se as eleições fossem hoje, Lula teria 44% dos votos contra 32% de Bolsonaro. A diferença é grande, mas não significaria vitória no primeiro turno, pois Ciro Gomes aparece com 7 pontos, Simone Tebet com 3% e Felipe D’Ávila com um ponto.
Sete por cento votariam nulo ou anulariam o voto, e 3% não souberam ou quiseram responder. Assim, verifica-se que 93% passam a ser iguais a 100%. Lula, assim, estaria abaixo dos 50% mais um voto. Se considerarmos os 3% que não responderam, teremos 10 pontos. Neste caso, a maioria absoluta ainda não seria atingida porque 90% seriam iguais a 100%, e Lula ficaria um ponto da vitória no dia 2 de outubro.
REFLEXO DAS ENTREVISTAS – A pesquisa do Ipec abrangeu o reflexo das entrevistas da TV Globo, mas não o debate da Bandeirantes na noite de domingo. Esse aspecto possui uma sensibilidade própria, pois foi neste dia que Bolsonaro dirigiu ataques à jornalista Vera Magalhães. A pesquisa do Ipec foi comentada na edição de ontem de O Globo na reportagem de Bernardo Mello, Bianca Gomes e Rafael Gallino.
Em matéria de intenção de voto, acrescenta ainda Felipe D ́ Ávila com 1% das intenções e os demais candidatos e candidatas não pontuaram. Mas o fato de não chegarem a um ponto, não significa que tiveram zero voto. Por menos votos que tenham alcançado, a soma desses sufrágios flui no cálculo da maioria absoluta.
Por isso que digo, com base na relatividade dos fatos, que votar em branco ou nulo será somar para Lula e votar em Ciro Gomes e Simone Tebet significará acrescentar votos a Bolsonaro na medida em que amplia o limite para a maioria absoluta.
RENDA FAMILIAR – A pesquisa do Ipec também publicada na Folha de S. Paulo e no Estado de S. Paulo, neste caso em reportagem de Levi Teles, Gustavo Schmitt e Daniel Dramati, também focaliza as tendências de voto pelos segmentos de renda familiar. Em relação à sua pesquisa anterior, o Ipec aponta Lula com 54% junto a eleitores que ganham até um salário mínimo contra 22% de Bolsonaro. Entre dois a cinco salários mínimos, Lula tem 39% e Bolsonaro 37%.
O essencial é que hoje a eleição conduziria o desfecho para o segundo turno em 30 de outubro. Mas precisamos aguardar o levantamento do Datafolha e o reflexo do ataque de Bolsonaro à jornalista Vera Magalhães que representou um gesto machista.
PEQUENA PARCELA – Os indecisos em matéria de voto representam uma parcela pequena, ao contrário de antigamente. O Datafolha realizou uma pesquisa qualitativa sobre o encontro da TV Bandeirantes. O comentário foi publicado ontem na Folha de S. Paulo, escrito por Paulo Soprana e Renata Galf que acentuam que a maioria dos pesquisados pelo Instituto criticaram o que classificam como machismo de Bolsonaro.
Aliás, a manifestação machista foi interpretada também como uma resposta de Bolsonaro a um questionamento de Simone Tebet. A importância da nova pesquisa é grande em virtude do que aconteceu no debate da Band. A audiência foi alta, mas não se aproximou da atingida pela TV Globo em suas entrevistas. Em matéria de desempenho no debate, Jéssica Marques, Ana Flávia Pilar e Lucas Mathias comentaram na edição desta terça-feira de O Globo o seu reflexo com base nas manifestações de internautas nas redes sociais.
DESEMPENHOS – O desempenho de Tebet foi considerado melhor por 62%, seguido por Ciro com 54 pontos, por Lula com 46%, por Bolsonaro com 42%, Soraya Thronicke com 38 pontos e Felipe D ́ Ávila com 37%. Como se dizia na política antiga, discurso pode mudar opinião, mas não muda o voto. No caso, a intenção de votar. Mas essa não é uma realidade absoluta.
A pesquisa sobre o desempenho sobre os candidatos na Bandeirantes foi feita pelo Instituto Quaest e o diretor deste, Felipe Nunes, afirmou que na sua opinião, os quatro principais candidatos se saíram melhor nas entrevistas no Jornal Nacional, com exceção para Bolsonaro que manteve o mesmo desempenho nos dois casos.
NOVOS EMPREGOS – Numa excelente reportagem de O Globo de ontem, Geralda Doca, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, focaliza que no mês de julho, no país, foram criados 218,9 mil empregos com carteira assinada. Entretanto, o Caged não se refere às demissões ocorridas também no mês de julho.
Este número seria importante para o confronto geral, sobretudo porque a criação de novos empregos influi nas receitas do FGTS e no INSS. Da mesma forma, as demissões em sentido contrário. São dados importantes em seu conjunto, caso contrário não teremos um cenário real para análise.
Pedro do Coutto é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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