Redação

Em 10 de março, poucos dias antes do início da pandemia do coronavírus, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou ao Congresso Nacional uma lista de projetos prioritários.

Congresso em Foco fez um levantamento da situação atual das matérias. Muitas delas já andavam de forma lenta antes da pandemia e agora se encontram sem perspectivas de avanço porque a pauta legislativa está tomada pelo combate à doença e seus efeitos econômicos e sociais.

Reforma tributária: senadores e deputados instalaram uma comissão para unir os textos das propostas de emenda à Constituição (PEC) das duas casas legislativas. O grupo começou a funcionar em março, mas não avançou por conta da pandemia do coronavírus. O governo ainda não enviou nenhuma das quatro sugestões sobre o tema que prometeu.

Reforma administrativa: a PEC sobre o tema ainda não existe. Antes do início da pandemia o governo prometeu e adiou a data do envio seguidas vezes. A ideia é dar fim à estabilidade dos servidores públicos, mas apenas para os contratados após a vigência da lei.

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Fundos: a PEC extingue fundos infraconstitucionais. Ela foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em março, mas está com a tramitação parada no plenário por conta da pandemia do coronavírus.

Emergencial: a PEC suspende temporariamente em 25% as jornadas e os salários de servidores públicos de estados em crise fiscal. Está em tramitação na CCJ do Senado. O relator, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), pretende apresentar versão atualizada do parecer somente após o fim da pandemia.

Pacto federativoextingue municípios com menos de 5 mil habitantes e que não tenham pelo menos 10% de receita própria. Outra mudança da PEC é o fim dos gastos mínimos com saúde e educação. Está em tramitação na CCJ do Senado, mas deve ser a última das três PECs a ser votada.

Se aprovadas pelo Senado, as três PECs ainda precisam ser votadas na Câmara.

Novo marco do saneamento básico: foi aprovado pela Câmara no final de 2019 e aguarda análise do Senado. O projeto de lei muda o marco regulatório do mercado de saneamento para facilitar a participação de empresas privadas. Ainda precisa passar por muitas etapas até ser aprovado no Congresso. Está sob a análise da Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde é relatado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Se aprovado na CMA ainda precisa de nova votação na Comissão de Infraestrutura (CI) onde o relator é Tasso Jereissati (PSDB-CE). Após isso vai para análise do plenário. Se o texto for modificado pelos senadores, volta para votação na Câmara. O governo tenta votar em junho, mas senadores querem que a matéria volte a tramitar só após o fim da pandemia.

Novo marco do setor elétrico: o projeto de lei facilita a participação de empresas privadas no mercado do setor elétrico. A iniciativa foi aprovada em março na Comissão de Infraestrutura do Senado. Inicialmente a matéria tramitava em caráter terminativo e iria direto para Câmara, mas requerimento do senador Jean Paul Prates (PT-RN) fez com que o texto tenha que ser analisado pelo plenário do Senado.

Privatização da Eletrobras: o governo enviou projeto de lei no final de 2019. A meta inicial do governo era aprovar a matéria no ano de 2020, mas no entanto ela foi revista devido à pandemia e o desejo agora é que seja votada em 2021.

Autonomia do Banco Central: existem duas PECs tramitando no Congresso, uma no Senado e outra Câmara. Ideia articulada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é que os senadores terminem de votar o texto deles para ele ser apensado ao dos deputados. No Senado, a PEC aguarda deliberação do plenário, mas está paralisado desde o início da pandemia.

Plano Mansueto: o Congresso modificou o texto e aprovou uma versão diferente da que foi apresentada pelo governo em 2019. O objetivo do governo é que o texto original, que dá auxílio financeiros para estados endividados que fizerem ajuste fiscal, seja apreciado após o fim da pandemia. O texto está em tramitação na Câmara e, se aprovado, ainda precisa passar pelo Senado.

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Fonte: Congresso em Foco