Por Iata Anderson –
Futebol virou profissão, responsabilidade, negócio, na minha fase adulta.
Antes, torcia com paixão, desprezando a razão, umas vezes, mas nunca me envolvi em brigas ou discussões importantes e nunca participei de torcida organizada, embora tenha alguns amigos fundadores, até hoje. Dei uma nova remontada e hoje tenho cinco times para torcer, evitando desgaste ou desgosto. Em ordem cronológica, comecei torcendo para o Atlético, da minha Cajazeiras (PB), até chegar ao Rio, em 1955, exatamente quando o Flamengo ganhou o segundo tricampeonato da história e lançou o fenômeno Dida para a copa do mundo de 1958. Dois anos depois me encantei com o uniforme do Real Madrid que vi no Maracanã, mas não lembro se o ataque já era um dos três maiores de todos os tempos com Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento, com Santos e Botafogo na fita. Em 1989 fui treinar o Hhida Club, de Meca, com Jairzinho, voltando na temporada seguinte para o Hilal, de Riad, contrato interrompido por conta da Guerra do Golfo. Impossível esquecer esses dois clubes.
Portanto, estou muito tranquilo para começar a ver o “Mundial da Fifa”, como ficou conhecido.
Se é que podemos chamar de “despedida”, a vitória do Flamengo sobre o Boavista, com boa partida de Gabigol desde que passou a jogar recuado, mais como meia, foi melancólica. Não pretendo ser leviano, por isso não afirmo, mas desconfio que alguns jogadores tiram o pé, evitaram piques desnecessários. Com inteira razão, eu também faria o mesmo, um dia antes de embarcar para a disputa de um mundial de clubes, oficializado pela Fifa. O que o Flamengo jogou foi o mesmo de sempre. Previsível, lento, impotente para vencer um esquema bem montado na defesa, dito pelo próprio treinador, sabendo que tem nas mãos um time inferior, sob todos os aspectos. “São onze contra onze”, chegou a arriscar, frase tão antiga quanto inútil. O Real Madrid vive seu pior momento das duas últimas décadas, desde que montou o time “galáctico”, que todos conhecem. Tem uma camisa pesadíssima, é um super campeão, recordista de títulos da Liga Espanhola, da Champions e do Mundial da Fifa mas pode ficar sem Courtois, deixou o campo no aquecimento, na derrota para o Mallorca, tem no DM Benzema, Militão, Hazard – 16ª contusão, terceira do ano – L. Vázques e Mendy. Ancelotti – não me incluam na lista de seus admiradores – tem poupado Modric e Kroos, as máquinas que fazem o time andar, escala mal, muda pior ainda, parece perdido, mascando chicletes todo o tempo de jogo, mãos nos bolsos, o filho fazendo quase tudo. Perdeu num penalty desperdiçado por Asensio, quando na ausência de Benzema o segundo batedor é Rodrygo, infinitamente melhor, mas havia feito um lindo gol contra o Valencia, deve ter pesado muito. Não confio em treinador que faz mudanças aos 40 minutos do segundo tempo, que não mexe quando o time está jogando mal. Fica esperando Vini Jr resolver o problema para ele, o que nem sempre é possível. Não direi que Carlo Ancelotti é fraco pelos títulos que ganhou, mas não tenho a menor dúvida que é bastante limitado. Quero ver, contra o Flamengo, o Hilal, maior clube da Arábia Saudita.
Que os “deuses” do futebol decidam.
Um pouco da história do Al-Hilal Saudi Football Club, clube de maior torcida a Arábia Saudita, também conhecido como “Clube dos príncipes”. O nome Al-Hilal significa “Lua Crescente”, sede na capital Riad, onde trabalhei na temporada 1990-1991 (foto abaixo), com Antonio Melo, Joel Santana, Othon Valentim e Welmo Pinto Alves. Soma 56 títulos oficiais, recorde absoluto, sendo 14 títulos na Liga Profissional, 13 da Copa da Coroa do Principe, 7 títulos da Federação, 8 Copas do Rei, 1 Supercopa e vencedor da Saudi Funder’s Cup, realizada a cada 100 anos. Ganhou 8 vezes a Liga dos Campeões da Ásia, 2 Recopa da Ásia, 2 Supercopa da Ásia. Outros treinadores brasileiros, entre eles Zagallo, Antonio Lopes, Paulo Amaral, Sebastião Lazaroni. Rivelino foi o maior destaque entre os jogadores. Também atuaram Giovanni, Rodrigão, Thiago Neves e Zé Carlos. Maiores destaques para o saudita Majed Abdala, fantástico atacante, Salem Naema, o grande capitão, Mohamad Abduljawad, Sami Jaber, entre outros.
Muito comum encontrar jogadores do Hilal que falam português, alguns casados com brasileiras.
Desde que proibiu a “paradinha”, criada por Pelé, a Fifa não para de criar moda, fazendo o possível e o impossível para aparecer mais que os jogadores, para os “velhinhos” apenas coadjuvantes na arte da bola. Agora a Fifa estuda mudar regra em disputa de pênaltis por conta do estilo de Dibu Martínez. As atuações de Emiliano Martínez na Copa do Mundo do Catar foram fundamentais para a Fifa e o International Board estudarem fazer uma mudança nas regras do futebol. De acordo com o jornal The Sun, os órgãos querem impedir que os goleiros interfiram e tentem desviar psicologicamente os cobradores de pênaltis antes das cobranças.
Desta forma, a mudança colocaria um limite contundente ao estilo de Dibu Martínez, que é conhecido pelos duelos psicológicos que faz com os batedores.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
PATROCÍNIO
Tribuna recomenda!
MAZOLA
Related posts
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo