Por Pedro do Coutto

O jornalista Lauro Jardim, na página semanal que escreve aos domingos em O Globo, revelou que Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva estão se reaproximando para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro que consideram um inimigo comum. Lula pensa que o abono de 600 reais dados por Bolsonaro a população pobre durante a pandemia do Coronavírus vai somar para um apoio político à sua administração.

A tese da União contra Bolsonaro partiu de Fernando Henrique Cardoso, que vê um panorama difícil, principalmente agora em que a pandemia atinge a tantas pessoas.

SEM IMPEACHMENT – FHC disse também que hoje não há menor possibilidade de o Congresso Nacional aproar se impeachment. Faltam o impulso das ruas e também o ambiente político necessário. Lula concorda com essa interpretação.

Para Lula, acentuou o colunista, o atual governo avança sobre espólio do Partido dos Trabalhadores. Ele acha que Bolsonaro marcou gols importantes e acredita que, com os 600 reais distribuídos durante a pandemia, o presidente Bolsonaro vai atrair para seus braços uma parcela importante do eleitorado petista.

MAIS PARCELAS – Não é por outro motivo – acrescenta Lula – que o atual presidente da República, ao contrário do que pensa o ministro Paulo Guedes quer prorrogar por mais tempo as parcelas da distribuição.

Na minha opinião FHC, e Lula não estão, por incrível que pareça analisando as várias faces do auxílio. Depois da terceira parcela, não há o reflexo que preocupa os dois ex-presidentes. Isso porque, os exemplos são tantos, que se não conseguir continuar distribuindo a quantia os pobres vão sofrer uma decepção, uma vez que alguém começa a receber um benefício, a partir do momento em que ele cessar a reação acabará sendo contrária a Jair Bolsonaro.

Não quero dizer com isso não seja importante a entrega do benefício as pessoas carentes. Isso é necessário. O que quero dizer é que a reação favorável vai se transformar numa decepção. A falta de continuidade terminará tendo efeito contrário do que a alegria iniciada no mês de abril.

CRIANÇAS SEM MERENDA – Reportagem de Bruno Góes, Paula Ferreira, Renata Mateus e Thiago Herdy, também no Gobo de ontem, revela que sete milhões de crianças no Brasil enfrentarão a falta de merenda em todo o país. Os estados e prefeituras encontram-se sem disponibilidade financeira, principalmente no estado do Rio de Janeiro. Na capital, moradores da Rocinha perderam o direito à merenda.

Como se sabe grande número de famílias cujos filhos recebem merenda preocupam-se porque em muitos casos é a única refeição que recebem das administrações.

GENERAIS NA SAÚDE – Natália Portinari e Taís Ardex, informam que militares do primeiro escalão do governo estão aconselhando o presidente da República a não efetivar o general Eduardo Pazuelo como ministro da Saúde. Consideram que isso significa um risco para o segmento militar, porque um insucesso reflete exatamente nas Forças Armadas.

Inclusive o Centrão na Câmara dos Deputados não tem interesse em indicar alguém para o cargo porque tal fato refletirá negativamente às suas posições políticas. Mas o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca interessa ao Centrão, sobretudo porque possui um orçamento anual de 1 bilhão de reais.


*Pedro do Coutto é jornalista / Enviado por Raimundo Alves Braga – Teresópolis (RJ)